Money Isn't Everything 🌸💴 EDIÇÃO 3 (Fanfic Fugou Keiji)

Segredos... (Suzue)

Eu lembro até hoje o que tinha acontecido...

23 anos atrás...

Eu estava na minha escrivaninha desenhando o passarinho que eu vi hoje mais cedo. Até que tava ficando bonito.
Meu machucado no joelho estava melhorando. Aquele chato do Daisuke! Por quê ele têm que ser tão chato e ficar me irritando o dia todo?!
Eu estava com fones de ouvido, mas, sei lá, senti alguma estranha...
Eu tirei os fones de ouvido e comecei a perceber uns barulhos vindo do andar de baixo. Pareciam ser várias vozes abafadas.
Eu desci as escadas e vi meus pais conversando com os pais do Daisuke e outros homens. Eles estavam todos furiosos. Minha avó só observava tudo. Parecia que ela iria começar a chorar a qualquer momento!

Shigemaru: EU JÁ DISSE: Não temos mais acordo, tá surdo?!
Kamiro: Você que começou isso tudo, Kambe! Deveria saber que todo ato tem consequências!
Shigemaru: Vocês sabem muito bem o porquê desisti!
Kamiro: Só por causa daquele pirralho?! Ele é perda de tempo!
Sayuri: NÃO OUSE falar assim do nosso filho! Meu marido está mais do que certo em desistir de... Disso tudo!
Kenjiro: Só por causa daquilo?! Todos cometem erros, eu-??
Shigemaru: Chama aquilo de errar?! Vocês queriam nos roubar!
Kamiro: Olha... Quer saber, vamos embora!
Shiori: É melhor mesmo! Se acham que vão se aproveitar da nossa família, estão MUITO enganados!
Kenjiro: Kamiro, o que-??
Kamiro: *olha fixamente para Kenjiro* Vamos. Embora!

Shiori é a minha mãe. Meu pai, Kazuto, se separou dela há um tempo, mas ele veio me visitar hoje. Shiori é a irmã mais nova do meu tio, Shigemaru, pai do Daisuke.
Fiquei meio preocupada na hora, mas eu não me aproximei mais. Eles pareciam estar tão tensos!
Eu tinha voltado pro meu quarto, tentando esquecer o que tinha visto.
Horas tinham se passado. Estava tudo calmo demais. Era quase meia noite.
À aquela hora alguém já deveria ter vindo no meu quarto me dizendo que tinha passado a hora de eu estar dormindo.
Eu abri a porta do meu quarto e fui pro corredor. Ninguém estava lá.
Eu chamei pela minha empregada, pela vovó. Mas ninguém veio...

Suzue: Vovó? Cordélia? Mãe?!

Tudo estava calmo demais... Calmo demais pra parecer que realmente estava tudo bem...! Ainda mais depois daquela briga...

(Onde será que elas estão?)

Pensei que em ver o Daisuke. Por algum motivo, se ele estivesse do meu lado, eu não sentiria tanto medo de ficar sozinha...
Eu sou mais velha que ele e estou com medo?! Ah, por favor...!
Eu fui até o quarto do Daisuke silenciosamente, na ponta dos pés. Eu abri a porta devagar e vi ele dormindo. Se ele estava dormindo, deduzi então que tudo estava bem...
Ah! Como eu estava enganada!
Eu relaxei meus ombros, já que eu estava tensa, respirei fundo de alívio e fui pegar um copo de água na cozinha.
Só que enquanto eu descia as escadas, vi a minha avó indo para um cômodo secreto da casa muito apressada...
Eu chamei por ela, mas ela não me ouviu, ou simplemente me ignorou...
Eu segui ela e vi que ela foi até o andar de baixo pelo elevador. Tem um lugar que eu e o Daisuke não podemos entrar. Tem um computador enorme lá. A vovó só me deixou eu ir lá uma única vez. Ela disse que eu sou boa em inventar e consertar coisas, aí ela me mostrou uns projetos e tal. Disse que quando eu ficar mais velha poderia ajudar ela mais vezes. Parece ser bem legal trabalhar na empresa da nossa família. Contanto que eu ajude as pessoas de alguma forma, eu aceito qualquer trabalho! :3
Eu esperei ela descer e então entrei no elevador e fui até o último andar como ela fez. O alarme não havia disparado... Normalmente eu não tenho permissão para entrar nesse lugar...
Ok, o que tá acontecendo?!
Assim que as portas do elevador se abriram... Eu vi MUITA gente pra lá e pra cá. Muitos funcionários nossos, seguranças e até uns parentes que a gente raramente vê...
Eu quis saber o que ela estava fazendo, mas algo tinha me chamado a atenção. Eu nem precisei sair do elevador pra ver aquilo... Tenho bons olhos...
A tela do PC é gigante, então dava pra ver muita coisa dali. Eram as câmeras de segurança da casa. Eu tinha visto a mãe do Daisuke e ela estava com aqueles homens de antes... Ela parecia com sérios problemas, parecia estar discutindo muito com eles!
Mas porquê eles a trancariam num quarto?! E o meu tio?! E os meus pais?!
Eu fiquei desesperada! Sabia que alguma coisa não estava certa naquele dia!
Eu apertei o botão do elevador e voltei pro elevador. Ninguém me notou que eu saiba, e se notaram simplemente fingiram que não me viram. Parece que tinham coisas mais importantes a fazer...
Eu corri até o quarto onde ela estava. Estavam em um quarto de hóspedes perto da biblioteca.
Cada vez mais que eu me aproximava do lugar, mais eu me preocupava!
Quando eu cheguei lá, a porta estava trancada! Ouvi uns barulhos, mas não consegui identificar o que poderia ter causado aquilo...
Foi quando eu lembrei que o quarto tem uma sacada. Era provável que eles não trancariam.
Só tinha um probleminha...
Tem outro quarto de hóspedes ao lado do quarto em que eu precisava chegar... Ambos possuem sacadas, se eu pular, chego ali de boas. O problema é a queda...
É uma sacada muito alta! A queda poderia fazer eu quebrar inúmeros ossos, e na pior das hipóteses, eu poderia morrer fazendo isso, ou tentando...
Eu não tinha tempo pra pensar...!
Abri a porta do quarto, abria a porta da varanda e fiquei em cima da sacada.
Tentei me equilibrar. Fiquei com os dois braços esticados tentando fazer isso. Olhei pra baixo e rapidamente olhei de volta pra direção que tinha que me concentrar, pra outra sacada. A distância não era um problema tão grande, a queda era minha preocupação. E o pior de tudo é que estava chovendo! Ambas as sacadas são feitas de pedra, então se eu escorregasse ali...
Fechei os olhos e respirei fundo, mesmo com frio por causa da chuva e com calor por causa do medo que sentia. Eu pulei e tinha conseguido!
Me sentei na sacada e então desci. Fui até a porta de vidro e abri ela. A cena que eu vi...
A mãe do Daisuke estava sangrando MUITO!
Eu só gritei o mais alto que pude, tinha me assustado com aquela cena tão... Argh! Aquilo foi muito horrível!