𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐈𝐕𝐄𝐍𝐄𝐒𝐒, 𝐩𝐣𝐦.

SÉTIMA PARTE

DIA SEGUINTE

"Nós estamos bêbados, então é provável que nem eu e nem você tenhamos recordações dessa noite. Mas, eu só quero que saiba que eu amo você, Min Hyun. Desde a primeira vez em que eu te vi, meu coração foi completamente seu. É um pouco clichê dizer isso, mas, eu não tenho medo de coisas clichês e você sabe como eu sou. Sabe quem é o Jeon Junghwa. Eu nunca te disse os meus sentimentos, justamente porque saber dos seus sentimentos por Jimin e por saber que você nunca seria minha. Mas, agora, vendo essa possibilidade, não acho que deva deixar ela passar. Afinal, não sabemos o dia de amanhã. Então, estou dizendo a você, Hyun, eu te amo. E tá tudo bem que você sinta o mesmo. Eu só preciso dizer."

E com aquelas palavras ecoando em minha cabeça, os meus olhos se abrem. É a voz de Junghwa e não foi um simples sonho. Não foram simples palavras ditas em um sonho, foram as palavras dele. Foram os sentimentos dele, expostos para mim. Naquela noite, a noite que nós dois não nos lembrávamos.

Foi ele, se declarando para mim.

E depois disso, todos os flashes daquela noite passam em minha cabeça. Dos beijos, dos toques, da caricias, do sexo. De Junghwa me amando, mesmo sabendo da minha confusão de sentimentos.

Olho ao redor e encaro as paredes claras do meu quarto, sem saber muito o que fazer ou aonde ir. De alguma forma, eu sinto que preciso dizer a ele que me lembro, que eu sei de suas palavras.

Eu sei que não posso lhe dar esperanças, porque eu preciso curar a mim mesma, antes de embarcar em uma nova jornada com outro alguém. Mas, eu preciso que ele saiba. Preciso que ele saiba que eu me lembro, que não estou alheia a sua declaração.

Não demoro até pegar o telefone e discar seu número.

Um, dois, três, quatro, cinco...

— Hyun saeng? — Ouço sua voz baixa e rouca. Muito parecida com a voz de quem acabou de acordar. Um sorriso fraco escapa por meus lábios.

Me sento na cama e respiro fundo, os meus olhos se arregalam a cada pequenina memória que passa em minha mente. Consigo entender o porquê de nossas roupas estarem aos farrapos quando acordamos no dia seguinte.

— Eu me lembrei, oppa.

A respiração de Junghwa se torna rápida e ouço ele respirar fundo, muito fundo. Ele continua em silêncio e eu fico preocupada quanto ao que pode estar acontecendo.

— Lembrou-se de tudo? — Pelo tom de sua voz, ele parece não acreditar em minhas palavras. Eu sorrio fraco, com os olhos cheios de lágrimas.

— Sim, lembrei de tudo. — Acabo fungando. — Eu jamais imaginei, Junghwa. Por que nunca me disse?

— Você estava perdida de amores por ele, seus olhos só viam ele e eu não podia fazer isso. Não queria atrapalhar nossa amizade e principalmente, acabar te afastando de mim com a minha confissão. — Ele respira fundo, consciente das próprias palavras. Hwa suspira e suspira várias vezes, parece ser difícil para ele tocar nesse assunto. — Só queria que você fosse feliz, Hyun.

— Eu fui feliz, oppa. — Os meus olhos se enchem cada vez mais de lágrimas. — Fui feliz e estou tentando ser feliz novamente, da mesma maneira e intensidade que era. Estou tentando fazer com que essa dor não me impeça de seguir em frente. Não posso te dar esperanças, sabe disso.

— Tenho quase trinta anos, Min Hyun. Eu sei que precisa do seu tempo, sei que precisa se estabelecer e se curar. Saiba que eu vou estar aqui, para o que você precisar. — Sua voz é calma, e ele parece sorrir. As lágrimas caem com mais força por minhas bochechas, e eu só consigo chorar.