Cap. 1

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Meu nome é Eric, tenho 17 anos e uma relação não tão boa com a minha família. Estou no terceiro ano do ensino médio, meus pais sempre reclamam que não me esforço o suficiente por ser o último e mais decisivo ano do colegial.

- Já decidiu o que vai fazer da vida? - Pergunta o meu pai, daquele seu jeito grosso.

- Ainda não. - Respondo - Opções demais.

- Se demorar desse jeito vai ser um vagabundo que nem o seu tio.

Saio da cozinha e volto pro meu quarto, é o meu refúgio. Sempre que eu saio dele meus pais arranjam alguma discussão fútil, então fico o máximo de tempo no meu quarto. Ultimamente eu ando tendo problemas para dormir, minha mãe marcou um psiquiatra para que ele receite algum remédio e ver o que tem de errado comigo.

Ouço Beanie, meu cachorro, arranhando a porta pra entrar no meu quarto. Ele é um São Bernardo de 8 anos, está comigo desde que tenho nove anos. Ele sim é o único membro da família em que confio 100%.

Ainda são onze horas da noite, o tempo passa devagar demais pra mim. Ligo o computador e fico jogando até o amanhecer. Meu alarme toca mas não faz diferença, eu não dormi nada. Coloco o uniforme da escola, pego minha bicicleta e vou pra escola. Estudo no melhor colégio da cidade, o que é ruim, porque as pessoas de lá são totalmente o meu oposto, metidas, se acham melhores do que os outros. Meu único amigo de lá é o Jack. A nossa amizade começou por ele ter feito uma piada idiota quando nossa sala estava assistindo Titanic, não preciso nem explicar.

- E ai lixo? - Chega Jack, me cumprimentando com seu jeito carinhoso.

- Oi Jack.

(6 horas depois)

Finalmente saio da escola, eu não aguentava mais ouvir sobre micróbios e equações. Chegando em casa vejo minha mãe dentro do carro.

- Vamos! Sua consulta é daqui vinte minutos! - ela grita, então entro no carro.

Chegando lá, vejo que a clinica é toda de vidro e portas exageradamente grandes. Entramos e esperamos chamarem o meu nome. Depois de uns dez minutos (que passaram como 3 horas pra mim) finalmente me chamam.

A sala do psiquiatra é gigantesca.

- Boa tarde Eric, me conte o que está acontecendo. - pede o homem que aparenta ter cerca de cinquenta anos.

Me sento e digo a ele sobre meus problemas pra dormir.

- Eu tenho a solução perfeita pra isso! - ele diz todo entusiasmado.

Ele se levanta e vai até seu armário, pegando um frasco com comprimidos da cor cinza.

- Fazem alguns dias em que eu e alguns amigos de confiança da área de psicologia terminamos um tipo especial de medicação. - ele continua - Foram meses e meses de trabalho mas finalmente conseguimos, e você vai ser o primeiro a experimentar.

- E quais são os efeitos dele para ser tão especial assim?

- Bom, além de fazer você ter sono e conseguir dormir bem, seus sonhos vão ser mais reais, fazendo com que você fique sempre com vontade de dormir para poder sonhar. Você vai ser capaz de sentir, se relacionar, conversar, lembrar de absolutamente tudo ao invés de esquecer depois de 2 minutos, que nem todos os sonhos, mesmo depois de acordar.

- Caramba... é realmente bom. - digo, impressionado.

Pego a receita, vou até o laboratório e me entregam o remédio, logo depois vou pra casa.

Já são 22:47, tomo os comprimidos e vou pra cama.

...

Abro os olhos, eu estou em uma fazenda. É muito bonita, têm alguns girassóis, na verdade muitos. Logo a frente há uma casa de madeira, ando mais e bato na porta. Depois de uns dois minutos um homem de quase dois metros, forte e com as roupas imundas atende a porta.

- O que faz aqui? - pergunta de um jeito agressivo, quase que gritando. - Quem é você?

- Eu... não sei como vim parar aqui. - respondo.

- Você é da policia né? A maia que chamou? Eu vou matar ela! - após falar isso com muita raiva, entra em casa e fecha a porta com muita força na minha cara.

Maia... quem é essa garota? Fico pensando enquanto saio da fazenda. Depois de quase meia hora andando na estrada, acho uma cidadezinha.

Chegando lá, vejo muitos bares, farmácias, praças, é praticamente uma cidade pequena mas com muitas coisas. Decido entrar em um bar para achar alguém que tire minhas dúvidas sobre o que aconteceu naquela fazenda.

Explico para um dos caras o que aconteceu e ele arregala os olhos.

- Esse homem se chama Luke, é um dos homens mais perigosos da cidade... por isso sua filha, Maia, o fez morar afastado.

- Não é... perigoso aquela garota morar com ele? Se não me engano, ele a ameaçou. - digo, preocupado.

- Não mexa no que não sabe no que tá se metendo, a cidade finalmente tá em paz sem ele. - diz o homem, se virando e voltando a tomar sua cerveja.

Ando mais um pouco para conhecer a cidade mas acabo ficando com aquilo na cabeça. São 19:50 no meu relógio, então decido voltar pra fazenda. Ao chegar lá, ouço gritos, então vou correndo para a porta da casa, mas assim que eu a abro, meu despertador da vida real toca, fazendo com que eu acorde.

...

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