prólogo

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- Elly, já esta indo embora? -- Ouço Alexa, minha amiga me chamar assim que pego minha bolsa na mesa da sala

Alexa é minha melhor amiga desdos nossos 10 anos! me mudei para Mapy city quando minha mãe morreu, com isso meu pai catou todas nossas coisas e resolveu se mudar para uma cidade minúscula, oque na época foi um pesadelo para mim. conheci Alexa quando entrei na escola e de cara não gostei dela. Hoje tenho 18 anos, tenho vários amigos e um pai que amo com todas as minhas forças.

- Já são três da manhã Lexa, sabe que não gosto de deixar meu pai muito tempo sozinho em casa, além do fato que as ruas estão praticamente vazias para eu voltar sozinha para casa -- respondo enquanto pego meu casaco e minhas chaves de casa

- Quer que eu te leve Any? estão tendo uns boatos de sequestros na cidade, não é bom você voltar sozinha para casa --  Alex oferece e me apronto para negar quando o mesmo me interrompe levantando do sofá -- eu faço questão, minha casa é apenas algumas ruas antes da sua, assim garanto que você chegue segura em casa

acabo sedendo ao desejo de Alex e logo estamos andando pelas ruas vazias da cidade após se despedirmos de todos. Alex é um cara legal até, nunca tinha conversado muito com ele, no máximo uns ''Bom dia'' mesmo ele sendo minha dupla em Biologia. Fomos o caminho inteiro conversando e rindo sobre coisas aleatórias, a verdade é que não acredito em como nunca notei que Alex era um cara muito bacana 

assim que chegamos na frente da sua casa, se despedimos com um abraço e segui meu caminho, já que faltava ainda umas setes quadras para chegar no meu destino e bom...agora estava sozinha, oque não era muito bom para uma pessoa que morava afastada do centro da cidadezinha  

o vento gelado causava alguns barulhos assustadores quando se chocavam com as folhas das arvores. as luzes amarelas dos postes deixavam um clima mais de filme já que não deixava a rua acessa. Cruzo os braços em uma tentativa falha de acabar com o frio, meus pelos todos estavam arrepiados e meu peito subia e descia rapidamente sem motivo algum

Viro a rua entrando em meio que um beco, onde normalmente tá com vários meninos fumando como um ponto de encontro mas estranhamente não tinha ninguém! Apenas eu....

O silêncio daquela rua estava me deixando com medo, não tinha latidos, miados, risadas, músicas ou até uma mínima respiração. Ouço um ranger no banco e quando olho a lata de lixo caí no chão, ao mesmo tempo que sinto passos se aproximando

Minha respiração começa a falhar, quando começo a correr no intuito de chegar o mais rápido possível na minha casa. Viro a esquina e paro bruscamente ao ver que estou no mesmo lugar quando comecei a correr.

- Perdida? - ouço uma voz rouca atrás de mim e travo no meu lugar. Meu peito chegava a doer pela respiração irregular. Sentia meu corpo inteiro tremer enquanto ouvia passos se aproximando mas mesmo assim não conseguia me mexer...

Quando eu tinha 8 anos, minha vizinha Emma se afogou, ela tinha apenas 7 anos. Na época eu não entendia muito bem como "funcionava" um afogamento, eu ouvi as pessoas falando
durante o velório o quanto ela tinha sofrido e por que uma criança de apenas 7 anos tinha tido uma morte tão horrível. Então como qualquer criança curiosa eu fui pesquisar, e descobri que durante o afogamento ocorre quatro estágios:

1° = Surpresa; percebemos o perigo e nosso corpo adota uma posição rígida para tentar sobreviver, um reflexo biológico de nossa espécie. Apesar de conscientes. Não conseguimos falar ou nos mover.

Sinto uma mão no meu ombro e em um movimento aparentemente sobrenatural um homem aparece na minha frente. Ele usava um terno todo preto com uma gravata vermelha, tipo cor de vinho.  Em seus pés o sapato social ficava perfeitamente elegante, o corpo com um tom bronzeado e antes de olhar seu rosto não deixei de olhar sua tatuagem nos braços e pescoço. De algum modo elas pareciam estar ligadas, era como se fosse uma serpente enorme que traçava seu braço. Seus cabelos negros tinham certas ondulações, o maxilar trincado com o queixo quadrado. Oque mais chamada atenção em sua aparência era seus olhos....seus olhos eram vermelhos! um vermelho escuro como sangue.

2° = Raciocínio; Quando nossa boca fica mais funda que o nível da água, nossa epiglote fecha para impedir a passagem de ar ou água, como um meio de alertar que não estamos bem, para fazer um pedido silencioso de socorro

Minha respiração fica suspensa assim que ele se aproxima mais de mim, fazendo um leve carinho em meus cachos. Tiro sua mão de mim em impulso e ouço sua gargalhada irônica. Me afasto um pouco inda encarando seus olhos vermelhos..

-- Acho que esqueci de me apresentar né Sweet? - Fala fazendo veias pretas aparecerem em baixo dos seus olhos -- Prazer...Alejandro! Rei do mundo dos vampiros e futuramente pai de uma princesinha -- sussurra, olhando nos fundos dos meus olhos -- Prometo que não vai doer muito minha querida, logo você acordara em nosso palácio, junto a sua família 

3° = Reação; assim que os estímulos nervosos são mandados para nosso cérebro imediatamente entramos em um estagio de luta. Começamos a se debater na água como uma solução para não afundarmos e sermos cobertos pela escuridão

Quando percebo que ele vai se aproximar, impulsiona mente recuo e começo a correr pelas ruas. Não sabia para onde estava indo, apenas corria! virava ruas e becos, a procura de acordar daquele sonho ruim, porque era isso que era, apenas um sonho ruim!

Meus cabelos voavam ao vento e alguns fios batiam em minha cara mas não deixava isso me atrapalhar de correr. Em algum momento minha bolsa caiu no chão junto com meu casaco e celular, entro em um beco estreito e escuro, que para a minha infelicidade não tinha saída. Esse era meu fim? morrer que nem uma marginal por um cara que se diz rei do mundo vampiro? eu fumei e não lembro só pode

Me permito sentar no chão assim que paro de ouvir barulho de passos, tinha que controlar minha respiração. Minha cabeça rodava junto com minhas pernas que tremiam sem parar. Oque raios está acontecendo?

-- Não é hora de brincar de pega pega Any. É hora de criança estar na cama princesa -- ouço um sussurro impressionantemente perto do meu ouvido, sou virada bruscamente pelo homem dos olhos vermelhos que me apertava para não fugir novamente -- Não precisa ficar com medo criança, tudo vai ficar bem! 

Seus olhos ficam mais vermelho e as veias pretas voltam para seu rosto e assim que ele abre a boca presas enormes e afiadas aparecem me fazendo me debater e gritar o mais alto possível. Antes que eu possa pensar no meu próximo movimento. Sinto uma dor enorme me atingir, assim que ele crava suas presas em meu pescoço

4° = Desistência; O corpo ira afundar, mais ou menos rápido dependendo da massa corporal, o ar nos pulmões ou até a densidade da água. Caso não consiga voltar a superfície , a morte acontece nesse ponto, com a parada cardíaca e respiratória     

Meu corpo começa a fazer menção de ir para o chão mas antes de ir sou pega e segurada por Alejandro que ainda sugava meu pescoço. Sem força para lutar contra aquilo, me permito fechar os olhos sentindo meu corpo inteiro parar e meu ultimo suspiro sair da minha boca depois de ser pega no colo

-- Agora é meu sangue que escorrera nas suas veias minha pequena! -- meus olhos pesam e apago não sentindo mais nada. 

My supernatural worldOnde histórias criam vida. Descubra agora