Nightmares

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           Acordo com pesadelos invadindo minha mente,sento-me na cama e pego meu gato que a pouco dormia ao meu lado,faço carinho no gato enquanto lembro de meus pesadelos…

Eu estou amarrada a essa cama fria de metal,eles sabem que não tenho nenhum problema tão grave,eu apenas estou triste...

           Só consigo me lembrar de me debater enquanto injetavam seringas em mim,me dói lembrar daquele lugar então prefiro ignorar que lá já estive,olho para o relógio e vejo que já esta na hora do café, tomo um banho lavando meus cabelos,seco meus cabelos que agora estao na metade do meu pescoço e vou para o armario,visto um vestido preto de renda e alça fina com decote em V que na frente me cobre os joelhos e atrás me cobre os pés e calço um all star preto cano médio que já tenho a tempos,pego minha bolsa que ja tenho a tambem a tempos e visto meu casaco militar que ja esta a desgastar, vou para a copa e me sento enfrente a mesa.

-Tive pesadelos...por que ninguém foi me salvar quando entrei naquele lugar?-pergunto ao meu tio que acaba de sentar à mesa.

-Porque ninguém me avisou,minha querida,sabe que hoje vai voltar as aulas ,não é?-ele fala bebendo um pouco de seu chá de erva doce enquanto eu bebo o de frutas vermelhas.

-Oh.Já tenho tudo preparado...acho eu, mas não é como se fosse ser notada.-falo olhando para minhas roupas.

-Não se preocupe,não vão nota-la,hoje em dia pessoas da sua idade não costumam gostar de roupas como as suas querida.-ela fala com um sorriso compreensivo.

-Ah sim,espero que sim,não quero me vejam principalmente nessa nova adaptação ao mundo real e mais cruel...-falo dando uma mordida no sanduíche de presunto que me serviram.

-Oh,o mundo não é cruel,as pessoas são... Não confie nas pessoas.-ele fala e eu dou um pequeno sorriso de lado.

-Quer dizer que não posso confiar em você?-pergunto de brincadeira mesmo sem mostrar um sorriso obvio.

-Não sou uma pessoa...sou uma consciência!-ele fala erguendo a xícara de café.

           Acabamos nosso café-da-manhã e fomos pro carro,tio Theodor vai para seu atelier de escrita e eu vou para meu primeiro dia de aula num lugar aonde não podem me deixar sedada num quarto branco,Hunter o motorista logo segue o caminho para a escola após deixar meu tio em sua pequena “ Livraria ” aonde trabalha vendendo e escrevendo oque mais ama,depois de longos minutos de minha admiração a poluição cinzenta chegamos ao colégio com Hunter me informando que vai me buscar quando as aulas terminarem,saio do carro preto e vidros da mesma tonalidade e sigo em direção à aonde deveria ser a diretoria,estudei em escolas normais até meus onze anos então sei mais ou menos como funciona graças a minha grande memoria já que já tenho dezessete anos,depois de pegar meus horários e a senha do armário sigo para a primeira aula que me parece ser de psicológica... Isso só pode ser visto como uma ironia para uma garota que acaba de sair de um hospital psiquiátrico.

-Com licença Senhorita Smith…-falo depois de olhar para o quadro em que estava seu nome.

-Sente-se aluna nova,perdeu  dois meses de aula…-ela fala de modo rude.

           Logo me sento na ultima carteira da fila das janelas me proporcionando mais dos céus cinzendos e para minha maior das ironias a professora escreve no quadro a palavra “Depressão” minutos depois,o mundo conspira contra minha sanidade…anoto toda a matéria que a tal escreve ao quadro até um aluno chegar vinte minutos atrasado.

-Vai se sentar…não quero desculpas já te conheço Collins!-ela fala e eu logo encho-me de curiosidade com aquele tal garoto com sobrenome Collins.

           Ele é bonito,suas feições são fortes,seus olhos verdes e sua boca rosada,mesmo que eu esteja encantada com esse garoto que agora senta na fileira ao meu lado eu não posso falar com ele,isso arriscaria muitas coisas tal como meu passado que agora quero eu quero e mereço esquecer,pego meu caderno de desenhos e faço oque preciso…desenhar,faço mãos,mãos ensanguentadas que parecem que vão sair do papel e me agarrar ao pescoço, me assusta ser tao real aos meus olhos.

-É bonito,o desenho…-viro-me para a voz que acaba de elogiar me ao desenho e vejo tal garoto.

-Obrigado.-falo abaixando o olhar para a folha,preciso me concentrar em não falar nada.

-Me chamo Luke,você deve ser a aluna nova…nunca vi-a por aqui,como se chama?-ele fala e ainda sinto-o olhar para mim.

-Belle Anne-Rosie…-falo ainda olhando para o desenho,ou melhor,tentando melhora-lo.

           Ele continua a olhar para mim,ainda sinto-o olhando pra mim,eu não quero fazer amizade alguma mesmo que só seu olhar pairando em mim traz um suspiro que tento conter em minha boca e consigo…acho eu,por um momento olho para ele e me encontro a encarar seus olhos que agora procuram algo nos meus,desvio o olhar para o desenho de novo,não possi falar com ele,não posso falar com ninguém, me acharia nojenta no minimo pelo que tentei fazer a mim mesma.

           Logo as aulas passam de pressa,já esta na hora da saída e por sorte ninguém teve os interesses de dirigir a palavra a mim,aquele Luke continuou a olhar para mim o resto do dia,aonde eu estava pode sentir seu olhar sobre mim...como pode ele olhar tanto pra algo que de belo só tem o nome?Sou feia,tenho nojo de mim mesma,preferiria que ele tivesse repulsa de me olhar como eu mesma tenho ao espelho,mesmo assim não posso tenta repetir o que fiz,isso só faria com que me “ salvassem ” novamente de minha própria salvação,eu estou perdida aqui nesse mundo a que não pertenço um centímetro.

           Entro no carro e vejo aquele garoto que me encanta numa moto preta de motoqueiro mesmo,logo Hunter o motorista da partida no carro,chegamos em casa rápido, meu tio vai ficar até mais tarde no escritório então me dirigi direto até o meu quarto,deito-me na cama e tendo esquecer aquele garoto com a coisa que mais me acalma...fechando os olhos e dormindo.

Belle [EDITANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora