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Edward Cullen:

Quando chegamos no cinema, eu temi que ela não gostasse do filme, e a presença de Jéssica só piorou o meu medo. Tive que segurar a vontade de rir quando vi minha amada mostrando o dedo do meio a víbora mas eu faria o mesmo no lugar dela. Estava cansado da Jéssica me rondando ou grudando no meu pescoço, não que tenha mudado alguma coisa depois da surra que ela levou da minha namorada. Meu amor é boa de briga.

Chegamos na sala de cinema, eu estava carregando as besteiras da minha namorada enquanto ela caminhava na minha frente até os nossos acentos. Para o meu completo desagrado, logo quando sentamos a víbora senta bem atrás. Segurei o riso para minha completa segurança quando minha namorada bufa e revira os olhos quando escuta, posso ser um vampiro com um século de idade e imortal, mas nunca se provoque uma mulher que tem um temperamento difícil. Ainda mais baixinha.

Assim que o filme começou, Vale começou a comer, acho que para não surrar a Jéssica que não parava de sussurrar coisas sobre minha namorada. Eu já estava começando a perder a paciência quando Vale desceu o banco com tudo esmagando as pernas da víbora que gemeu de dor, senti orgulho e um desejei que ela tenha quebrado as pernas, mas ela mexeu as pernas normalmente depois e minha esperança foi embora. Vale arruma o acento com um sorriso vitorioso nos lindos lábios vermelhos.

Sorrio olhando ela, não dando a mínima para o filme. Ela ficava cada vez mais bonita, as bochechas levemente rosadas, os olhos chocolates ao leite cada vez mais brilhantes, o corpo curvilíneo mais lindo a cada dia. O pensamento dela se tornar uma pessoa igual a mim vinha na minha mente quase a todo momento, mas eu me recusava a pensar assim. Eu não a tornaria em um monstro, eu não iria acabar com tudo de bom que tem nela.

"No que tanto pensa?"- saio dos meus pensamentos com amor da minha vida me observando atenta, acho que fiquei em silêncio por muito tempo. Mas eu apenas sussurrei um "Nada, estou bem". Ela se contentou com isso mas não parou de me olhar até que saímos do cinema.

"Vou ao banheiro, me espera aqui"- ela me dá um selinho e vai para dentro. Eu fiquei encostado no volvo esperando ela voltar mas minha mente vagou para muito longe. Comecei a pensar no futuro, estamos começando a escrever as cartas para as faculdades. Vamos ter que nos mudar para outro lugar, Carlisle está começando a parecer muito novo para 34 anos, Rosalie e Emmett estão na faculdade para todos e não podemos deixar que eles sejam vistos aqui já que acham que eles estão no Alasca. Terei que conversar com Alice e principalmente com a Vale, para saber o que devo fazer.

Voltei dos meus pensamentos quando ouvi um grito e várias pessoas se acumulando em uma roda, reconheci o grito no mesmo momento e corri, infelizmente na velocidade humana até a roda de pessoas passando por todos e vi duas garotas brigando, minha namorada em cima da víbora. Eu sorri e deixei ela bater na Jéssica por um tempo até ver Jéssica arranhar o rosto da minha companheira. Eu puxei a Vale para longe da víbora e a coloquei nos meus ombros como se fosse um saco de batatas. Pela mente da víbora consegui ver meu amor mostrando o dedo do meio e eu sorri colocando ela no banco do passageiro e prendendo o cinto.

Entro no carro e dirijo até a casa dela em silêncio, ela ficou o caminho inteiro de braços cruzados e cara fechada. É nesses momentos que eu desejo ler sua mente, saber o que ela está pensando. Desliguei o carro quando chegamos e suspirei. "O que aconteceu dessa vez?"- eu sussurro olhando para frente.

"Ela começou, eu não tive culpa de nada, ela veio para cima de mim sem motivo nenhum, pelo menos eu quebrei o nariz dela"- ela sorri orgulhosa e eu dou risada. "Eu tenho que entrar, meu pai vai enlouquecer se eu demorar mais um minuto"- eu sorrio e aceno com a cabeça.

"Eu te amo, não ligo para mais nenhuma garota que não seja você"- eu sorri colocando o cabelo dela atrás da orelha. Foi a primeira vez que eu dizia que a amava mas pelo os olhos dela eu sabia que ela também me amava mesmo não dizendo. Ela se aproximou devagar e me beijou devagar. Beijar ela sempre parecia a primeira vez, era inesquecível. A sensação dos lábios dela se movendo em sincronia com os meus, os lábios quentes contra os lábios frios. Era maravilhoso. Separei o beijo quando ela precisou de ar e sorri.

"Eu também te amo, só para constar"- eu dei risada e um selinho nela. Ela saiu do carro e se inclinou sobre o vidro. "Vou deixar a janela aberta caso venha hoje, e avisa a Alice que não quero festa de formatura"- ela sorri e revira os olhos. "Ignora o que eu falei agora, ela não vai ouvir mesmo mas fala que não é para ser muito exagerado e nada de convidados demais"- eu aceno com a cabeça e sorrio torto tendo o prazer de ouvir o coração dela errar uma batida.

Ela sorri de volta e entra na casa enquanto eu ia para minha. No caminho eu pensei em tudo ao mesmo tempo. Alice tendo visões de Victoria, recém-criados em Seattle, briga da Vale com Jéssica, a faculdade, mudança e etc. Quando estacionei o carro na garagem, Alice estava me esperando. Sai do carro e esperei ela começar.

Eu tive uma visão um pouco estranha, muito estranha.

"Quem está envolvido?"- eu perguntei. Mas eu já sabia a resposta, ela me mostrou a visão e todos os detalhes. Primeiro Bella se desculpando com a irmã, mas ela estava diferente. Ela estava transformada. A visão mudou para o salão dos Volturis, Valerie estava no chão, ajoelhada enquanto implorava por minha vida, enquanto eu estava no chão bem a frente dela com Jane me atacando com o seu dom. E de repente, a visão muda para Valerie deitada em uma maca, coberta de sangue igual a mim.

Eu estava paralisado quando a visão acabou, a visão se resumia em eu e Valerie na Itália fazendo não sei o que, e depois por alguma razão Valerie morta. Eu não sabia o que fazer, não tinha nenhuma pista de quem começava tudo aquilo. Por que não é uma decisão exata da Valerie e sim alguém que decidiu alguma coisa que envolvia ela. Eu percebi que estava chorando sem lágrimas quando Alice me abraçou.

Você não viu? Não ouviu? Bella está no começo da visão, e quando vocês estavam na Itália ela estava ao lado de Aro e quando a Vale está na maca o coração dela estava batendo mais rápido do que o normal.

"Então isso quer dizer que, Bella vai se juntar aos Volturis em troca da transformação, vai fazer alguma coisa com a Vale que eu terei que transforma-la?"- eu tentei pensar com clareza através da dor e ódio.

Acho que sim, talvez a visão não foi tão clara desse jeito.

"Vamos resolver isso, mas a formatura primeiro. Valerie disse que a festa que você planeja não pode ser muito exagerada e muito menos com convidados em excesso."- eu falo entrando na mansão dando de cara com a família jogando poker. Um passatempo interessante, mas que não funciona muito pra mim já que vou trapacear. O que torna o jogo mais divertido na minha opinião.

Vai ser legal, acho que vou fazer no tema de festa a fantasia. Estou pensando ainda.

Eu reviro olhos indo para o piano e começo a compor uma música, meu presente de formatura perfeito. Mas só tinha um pequeno problema, a visão não saia da minha mente, sempre eu revisava ela para prestar atenção nos detalhes e tentar descobrir alguma coisa nova. Sem sucesso. Terminei de compor e fui para o meu quarto transformar a música em CD, quando meu celular tocou com uma mensagem da Valerie. Estranhei por que não tinha amanhecido e ela não deveria estar acordada a essa hora.

"Preciso de você, assunto urgente. Vampiro no meu quarto para ser mais exata, por favor vem logo"- eu deixei tudo para trás e pulei a janela correndo até a casa dela o mais rápido que pudia.

Quando cheguei, entrei pela janela e fiquei de frente para o vampiro colocando a Vale atrás de mim como forma de proteção e rosnei na direção dele que levantou as mão em sinal de rendição.

"Meu nome é Ricardo, vim aqui porque precisava conhecê-la. Senhorita Swan, me perdoe por assusta-la, nunca foi minha intenção eu só quero ter a oportunidade de conta-la a verdade"- ele olhava diretamente para minha companheira que estava encolhida abraçando minha cintura. Eu rosnei de novo só que um pouco mais alto dessa vez.

"Que verdade? Diz logo o que quer com ela"- eu travei quando vi na mente dele a resposta. "Não é possível, ela? Tem certeza disso?"- eu perguntei incrédulo e novamente ele me respondeu.

"Eu o que? O que tem eu?"- ela me cutucou e eu olhei para ela. "Edward o que tem eu?"- eu suspirei e a olhei nos olhos.

"Você é adotada Vale, seu pai biológico é Aro Volturi"- eu coloquei para fora e vi ela travar igual a mim. Tão incrédula quanto eu.

Continua...

La Cantante - Edward CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora