CAPITULO 1

1.9K 145 34
                                    


Acho que nunca havia entendido o significado da palavra "ódio" até esse momento, sinto que tudo que vivi foi pra que isso acontecesse, eu precisava desse empurrão pro pior em minha vida. Sempre existe o bom e o ruim, o antes, o agora e o depois. 

O problema é que eu não consigo enxergar o depois.

Por que tomei a decisão tão precipitada de me envolver com alguém que mal conhecia? alguém que eu acreditava se importar com os meus sentimentos e que sabia que mais cedo ou mais tarde me magoaria e deixaria um rastro em mim?

TEMPOS ANTES, LOS ANGELES, ANY GABRIELLY.

Devo confessar que estou tremendo de nervoso, nunca acreditei que as coisas fossem dar tão certo pra mim, que finalmente estaria aqui, pronta para faculdade em um lugar novinho em folha, uma vida nova pra ser construída e um começo.

Desço do Uber que pedi e caminho em direção a casa da minha família que ficarei pelos próximos anos, é um local tão lindo, tudo em perfeito estado que fico até admirada. A rua em si é composta por casas belíssimas que me deixam de queixo caído. 

Minha família possui essa casa que antes era alugada, mas quando tive a notícia que passei na faculdade, minha mãe logo a organizou pra mim, assim não gastamos tanto com uma casa nova ou apartamento. Entro no local e começo a organizar minhas coisas em seu devido lugar.

É um local bem iluminado, com muitos móveis bem escolhidos e com cores que combinam perfeitamente formando uma harmonia para meus olhos, acredito que a moça que trabalha aqui deixou tudo organizado para que eu não tivesse com o que me preocupar, o que me alivia de certa forma, pois mal cheguei e já tenho coisas para resolver.

Meu quarto é composto por janelas enormes, um banheiro incrível e um closet tão grande que me pergunto se um dia terei tantas roupas para serem colocadas ali. Depois de colocar minhas roupas onde devem ficar, pego meu laptop e começo a ver o GPS e a minha localização na cidade, querendo me situar para que não tenha problemas futuros.

Estou sentada na escrivaninha quando levanto a cabeça e me deparo com um cara loiro me olhando da janela, que por sinal fica em frente a minha. Apesar de não gostar da forma que ele estava me olhando, sou educada e aceno pra ele, imaginando que tenho que ter uma boa relação com meus vizinhos. Ele somente sai, sem sorrir, sem acenar de volta e sem abrir a boca.

Grosso.

Volto a focar no que tenho que fazer e deixar essa ceninha pra lá.

HORAS DEPOIS

O dia passa sem que eu me dê conta e decido caminhar pela rua pra conhecer a vizinhança mais de perto, tudo está tão calmo e lindo, nunca na minha vida imaginei que moraria aqui e que muito menos faria faculdade em um lugar tão cobiçado, nem acreditava ser capaz disso.

Me perco dos meus pensamentos quando vejo alguém pular da janela, saindo escondido eu imagino. Nem me surpreendo ao perceber que se trata do mesmo cara que estava na janela em frente a minha mais cedo.

Ele para o olhar sobre mim, percebo estar usando uma jaqueta de couro que eu achei bem peculiar, então ele abre um sorriso de lado e diz antes de subir na moto que estava na garagem:

- Não quer dar uma voltinha pra conhecer a cidade? - Ele diz e eu fecho a cara.

- Nunca que eu vou subir nessa moto com você. - Disparo.

- Poxa. - Ele faz uma cara de decepcionado. - Não sabe o que está perdendo.

E nem quero saber. 

Até penso em responder mas ele saiu tão rápido que nem percebi.

Depois de um determinado tempo caminhando volto pra casa e peço comida porque me esqueci completamente de ir ao mercado abastecer a casa. 

Jesus! quem diria que moraria sozinha? essas coisas quem costumava fazer era minha mãe ou a empregada da casa, nunca me dei ao trabalho de sair pra comprar ou de até mesmo fazer minha comida, não que eu não saiba, porquê até sei o básico, mas nada demais.

Depois de pedir e comer a pizza vou pro meu quarto e me deito na cama pensando em como será minha vida aqui, é muito ruim se mudar para um local em que não se conhece ninguém e a sua única companhia é sua sombra. Será que vou conseguir me adaptar? será que sentirei saudades de casa? será que serei boa o suficiente? será que me equivoquei ao vir pra cá? essas perguntas rondam minha cabeça e eu não faço a mínima ideia do que fazer.

Escuto um barulho vindo da minha janela e me assusto.

- Calma princesa, nunca recebeu visitas? - Ele diz com a voz embargada.


Shoot Or Die !Beauany fanfic!Onde histórias criam vida. Descubra agora