•Close Friends•

3

- Se chifre é igual anemia, porque só dá em quem não come direito, eu seria... corna?

Estamos deitadas à beira da piscina, encarando o céu estrelado enquanto a ruiva ao nosso lado extremamente bebada fala fazendo com que soltamos risadas. Já se passava das quatro da manhã e quase todos os convidados haviam ido embora restando apenas nós e os garotos.

- Sério, isso faz um puta sentido. - Mackenzie continua, com um semblante sério.

- Pelo amor de Deus, Mack, eu estou cogitando a ideia de que você fumou maconha vencida. - Clara solta fazendo a ruiva revirar os olhos murmurando um cala a boca.

- Certo, certo. - Mackenzie olha para Clara intercalando entre Lily e eu. - Podíamos jogar verdade ou desafio.

- Esqueceu de sair da quinta série, Mack. - Cameron fala em um tom zombeteiro, logo atrás vindo com
Hayes, Jack e Sammy.

- VAMOS JOGAR SETE MINUTOS NO PARAÍSO!. - Exclama o loiro caminhando direto para a casa.

- CAMERON, SE VOCÊ QUER ME BEIJAR É SÓ FALAR NÃO PRECISA INVENTAR DESCULPAS. -
Clara fala enquanto seguimos os meninos até a sala de jogos.

Cameron para no meio do caminho lançando o dedo do meio para ela. Passamos pelo enorme corredor da casa de Hayes, adentrando a sala e logo após  nos sentando no chão fazendo uma rodinha.

- Vamos usar a mini sala aonde meu pai guardar os cd/dvd antigos dele, se um de vocês derrubarem algo eu juro que vou quebrar vocês na porrada, tá ouvindo Gilinsky.- Hayes fala com a sobrancelha arqueada olhando diretamente para o amigo que estava sentado à minha frente.

- Engraçado, Hayes, estou vendo sua boca mexer mas não ouço nada. - Jack o olha com um semblante debochado.

***

Faço uma mini oração mentalmente agradecendo por não cair com Jack nas quatro rodadas.
Cameron gira a garrafa de cerveja, parando nele e Clara.

- Não vou encostar na sua boca, para a sua infelicidade. - Cameron fala caminhando direto para o mini closet junto com ela.

- Vá se foder, pelo menos não vou ter o desprazer de beijar você.

- Quem muito desdenha quer comprar. - Sammy fala vendo os dois murmurarem um palavrão o xingando.

Sinto um par de olhos castanhos me encarar. Viro o rosto para Sammy.

- Aposto oitenta dólares que eles vão brigar. - Solto para os cinco ao meu lado que me respondem com uma gargalhada.

- Aposto cinquenta dólares, que eles vão se beijar. - Sammy se intromete.

- Abaixou o valor sabendo que não vai acontecer, Samuel. - Mack e Hayes falam com a sobrancelha arqueada.

Ouvimos alguns gritos vindo do closet e olhamos um para o outro querendo saber o que se passa ali dentro.

- Preparem logo as carteiras de vocês, quero meus oitentas dólares. - Falo olhando para Hayes e Sammy.

- Te odeio por ser tão boa. - Sammy diz murmurando algo logo após.

Um barulho vem da porta do mini closet, fazendo com que a porta se abra e nos deparando com uma loira com um semblante muito vermelho e um Cameron com uma marca de mão no seu braço.

- Caralho, você sempre insiste na mesma coisa. - A loira diz para Cameron.

- Você nunca sabe conversar, parece a porra de um cd ralado que só repete as mesmas coisas. - Cameron pragueja parando na frente da loira.

- Vá se foder, você e essa sua arrogância.

Puta merda, talvez as coisas foram bem além do que imaginávamos.

Encaro os cinco ao meu redor,cada um com um sem-blante de interrogação curiosos para saber o que te-ria acontecido. Cameron solta uma piscadela a Clara acompanhado com um sorriso presunçoso,sentando-se junto com ela na mini roda onde estávamos.

Clara senta-se na roda, girando a garrafa.

Ah, não.

não.

não.

Era só o que faltava mesmo, ter parado em mim e Jack.

Murmuro um puta merda e me levanto indo direto para o closet. Jack vem logo atrás fechando a porta atrás dele, ouvimos uma tranca do lado de fora já suspeitando que seria um dos bobões lá fora, sabendo que com certeza isso teria dedo da Lily no meio. Deus, aonde fui encontrar amigos assim?

- Porque você tá agindo assim, inferno?. - Esbraveja Jack.

- Você quer que eu fique como depois do que me falou no carro, seu imbecil. - Falo dando um tapa no seu braço.

- Você não quer conversar, não quer nada. Inferno de mulher difícil. - Eu adoro como a voz desse inútil muda quando está com raiva, guardo esse pensamento só para mim porque eu sei que ele sabe o quanto gosto.

Volta ao foco, mulher.

- Não, porra, não. Você não pode sumir, não pode me evitar à noite toda só porque eu falei que ainda te amo, passou dois anos sem lidar com toda a consequência e só agora quando eu volto a me reaproximar você age assim? O que caralhos eu fiz? Porque pelo que eu saiba quem jogou toda a bomba em mim foi você antes de terminar comigo, eu deveria estar com raiva de você, mas tudo o que consigo fazer é ir atrás de alguém que eu nem sei se ainda sente o mesmo. - Ele grita dando ênfase no eu.

- Ah, vá se foder. Eu não te prendi a nada, quem me bloqueou de tudo foi você, você que saiu me bloqueando em todas as redes sociais e até mesmo meu número. - Falo com a voz embargada.

Respiro fundo dando continuidade.

- Você fez eu prometer que ainda ia te amar quando voltássemos a nos ver e agora você volta depois de tudo que me fez depois daquela noite e quer que voltemos ao normal. - Grito com a voz embargada, andando direto à porta orando muito para que ainda não esteja trancada.

Saio em passos largos querendo andar o mais rápido possível para sair daquela sala, sem me importar com o olhar dos nossos amigos e indo direto para fora da casa.

Sinto duas mãos me pegarem pelas coxas e logo depois sendo jogada pelos ombros como se fosse um saco de batata.

- Você tá louco? - Grito para Jack tacando minha bolsa em suas costas em tentativa falha dele me soltar.

- Nós vamos ter essa conversa você querendo ou não. - Ele fala com o tom de voz mais grosso que o normal.

Ele me joga no banco do passageiro ao lado do motorista, colocando meu cinto muito provável na força do ódio. Vejo ele apertar o cinto com tanta força que jurei que ia quebrar.

***