Aos Olhos Dele

01♥

Aqui estou eu, a intenção era escrever algo que fosse humano, sinto que falhei, mas eu nunca estou feliz com o que escrevo. Desde já agradeço que for ler.

Certamente tem erros de português, deu uma revisada. Rsrs

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Park Jimin

Luto.

Queria dizer que passei por ele, que sobrevivi ao luto, mas, quanto tempo é tempo o suficiente para superar a morte de quem se ama?

Queria que alguém respondesse quando que eu falaria de Namjoon sem sentir meu mundo ruir em milhares de pedaços, quando eu falaria sobre ele sem sentir que não havia vida sem ele. Sua morte doeu tanto que senti que meu corpo não suportaria e que eu iria explodir de desespero.

Meses após sua morte, eu ainda caminhava pela nossa casa perdido, tudo continuava igual, mas faltava ele e com o tempo não havia mais sinais da sua existência. Aqueles pequenos sinais que mostram que uma pessoa se faz presente: um sapato no canto, a toalha no banheiro ou um livro começado na mesa da cozinha. Tudo desapareceu e até mesmo as pessoas pareciam ter esquecido que um dia existiu Kim Namjoon, a vida continuava para elas.

Quando Namjoon morreu eu me escondi em casa, excluí todos é tudo, me perdi na minha dor, para mim não existia vida sem ele. Meu pais tentaram,fizeram de tudo para me tirar do buraco que me enfiei. Tentaram me fazer vender a casa, mudar de cidade e conhecer outros lugares, mas eu fui inflexível, queria minha casa e nada mais. Depois de algum tempo eles me deixaram com minha dor.

Foi um alívio.

Na solidão eu me lamentava e amaldiçoava a vida. Eu respirava, mas estava tão morto quanto Nam. Numa última tentativa desesperada, meus pais pediram que eu fechasse a casa e fosse ficar um tempo com eles. Eu me recusei, estar em casa era uma forma de ter Namjoon comigo.

Comecei a beber. Passei dias bêbado e chorando. Tinha desistido de viver mas não tinha forças ou coragem para dar um fim à minha vida, ao meu sofrimento, a verdade é que eu esperava por algo que me trouxesse de volta. Um estímulo para sair das profundezas.

Então, numa noite Jungkook foi até minha casa.

Jeon Jungkook, meu chefe. Ele tinha poucos anos a menos que eu e estava no comando da construtora onde eu trabalhava como secretário, seu pai se aposentou, entregando o controle da empresa para o jovem Jeon. Não que ele não merecesse. Ele trabalhou para conquistar o respeito do pai e dos colegas de trabalho, ninguém diria que o jovem Jeon não era digno do cargo que ocupava.

Jungkook estava na minha porta. Achei que receberia minha demissão por e-mail, era certo que após semanas sem aparecer no trabalho que eu fosse demitido por justa causa, mas não, o único que poderia me demitir estava na minha casa e por um instante achei que ele me demitiria pessoalmente. Seria até justo.

Jungkook entrou, não esperou ser convidado.

Ele me abraçou e ali mesmo, ainda com a porta aberta chorei mais uma vez. Minha vida tinha se resumido a lágrimas. Depois de muitos minutos fui encaminhado para o banheiro, não me lembrava do meu último banho, Jungkook me fez entrar debaixo do jato quente de água e exigiu que me barbeasse. Quando me olhei no espelho, meu reflexo definiu como eu me sentia, destruído. Era como se eu não fosse sobreviver um outro dia. Pálido, magro, abatido, completamente sem vida.

Quando saí do banheiro, Jungkook havia trocado a roupa de cama, as janelas estavam abertas, a luz invadiu o quarto e eu não lembrava que as paredes eram tão brancas.

Jungkook estava ali no meio do meu quarto, onde todas as lembranças eram rodeadas pela morte, sua presença forte e tão cheia de vida fez com que me sentisse tão franco, perdido e sem saber qual o primeiro passo para voltar à vida.