Capítulo 2

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Charlie acordou cedo no dia seguinte um pouco desnorteado ao ouvir o som de panelas vindo da cozinha, por um momento achou que era Bella, mas lembrou que a filha mais jovem estava em casa. Ele levantou da cama e foi tomar um merecido banho, ao terminar se vestiu para o enterro e foi em direção ao som da cozinha. Se encostou na porta da cozinha e ficou observando sua filha e lembrando a saudade que estava dela.

Davina estava terminando de fazer o café da manhã quando notou o pai parado observando  suas ações, ela lhe deu um sorriso colocando o bacon no prato antes de sentar.

- bom dia papai- ela falou com um sorriso

- bom dia abelhinha- ele falou dando um beijo no topo da cabeça da mais jovem e foi se sentar, observou que ela já estava pronta para o enterro também- eu estava pensando, o que acha de depois do enterro irmos matricular você na escola?

-tudo bem pai- ela olhou receosa para o pai antes de continuar- só tem um problema.

- qual?-o pai perguntou depois de tomar um gole do café- ótimo café aliás.

- valeu pai - Davina falou brilhantemente antes de ficar séria- é que desde o ritual da colheita, o que fracassou, eu não estudo, claro que eu lia todos os livros que Marcel me trazia, mas mesmo assim, antes de parar eu estava adiantada um ano, as anciãs disseram antes do ritual que não precisaríamos mais ter que arrumar um bom emprego.

- claro vocês iam morrer- Charlie resmungou de mal humor e Davina teve que rir.

- não pai, cada menina da colheita foi emancipada e recebeu uma recompensa na conta- a jovem falou quando parou de rir.

- e quanto seria essa recompensa?- ele falou com receio.

- cada menina ganhou 3 milhões de dólares- ela respondeu e Charlie engasgou na hora e começou a tossir, Davina bateu nas costas do pai.

- 3? milhões?- Charlie estava pasmo e ficou ainda mais quando a filha assentiu.

- e tem mais- ela continuou

- mais?- exclamou Charlie abismado.

-Marcel colocava nessa conta todo mês uma mesada de 10 mil dólares, e quando eu partir ele quis me recompensar por não ter cumprido sua palavra, então me deu 5 milhões- ela flou simplesmente, Charlie estava em choque- ah, e tem os Mikaelsons também, como pedido de desculpa me deram 2 milhões, claro que isso não fez cosquinha na conta deles né? No total minha conta tem 10.012.000,00 de dólares.

- acho que vou ter um treco- Charlie sussurrou e Davina olhou para ele preocupada mas ele logo se recompôs- bem, isso não muda o fato de você ter que se formar.

Davina sorriu concordando com o pai, estava ansiosa para ter uma vida social considerada normal, e não a que tinha antes: nenhuma.

- eu estava pensando em pedir a Emily Young, sobrinha de Sue, para ficar com você na casa dela em Lá Push enquanto eu trabalho- Charlie começou

-- eu não quero dar trabalho pai- Davina negou.

- eu quero que você fique sozinha aqui, nem Bella fica só, está sempre fora, o que acha?- ele viu que ela ia negar novamente quando ele acrescentou- vamos lá, vai acalmar seu velho.

- tá bom pai- ela suspirou e sorriu para o pai.

Ambos terminaram de comer e foram terminar de se arrumar, ao sair da casa os dois entraram no carro da polícia de Charlie e foram em direção a reserva, Davina estava ansiosa para rever seu padrinho e sua madrinha, mas também tinha medo de que eles não lembrassem dela.

Depois de um tempo eles chegaram ao cemitério indígena e de longe viram o pequeno grupo, Davina viu de longe sua madrinha chorando silenciosamente e seu padrinho em uma cadeira de rodas com o rosto cabisbaixo, ela e o pai ficaram ao fundo, ela notou que seu pai estava segurando as lágrimas, ela apertou a mão do pai e o abraçou, ela sabia que Harry era como um irmão para seu pai, para ela, ele era um tio que contava as piores piadas e tinha o melhor abraço.

No fim do funeral a maioria foi para a casa dos Clearwater, chegando lá viram pessoas falando com a viúva e seus filhos que estavam obviamente sofrendo muito, Charlie viu de longe Emily ao lado de seu noivo Sam e alguns meninos que pelo que ele lembrava era Paul Lahote e Jared Cameron que estava abraçado com uma jovem.

- abelhinha vou falar ali com a pessoa que te contei mais cedo ok?- ele questionou e Davina assentiu

- tudo bem, vou até o padrinho- ela falou apontando com a cabeça para direção em que Billy estava.

-ok, jaja vou até você.

Eles se separaram e Charlie foi até o grupo, eles notaram a aproximação do chefe pouco antes dele chegar até eles, Emily deu um sorriso doce para ele quando o mesmo parou em frente ao grupo.

- Charlie- cumprimentou Sam sério como sempre, mas estava claramente triste pela perda.

- Sam- Charlie devolveu o cumprimento antes de direcionar sua atenção para a noiva de Sam- você é Emily certo? sobrinha de Sue?

- hm, sou sim- falou confusa- o que posso fazer pelo senhor?

-eu... eu queria saber se você poderia tomar conta da minha filha quando eu estiver no trabalho depois que ela sair da escola, pagarei um salário obviamente, é que não fico tranquilo com ela sozinha em casa entende?

- Charlie, acho que Bella não ia gostar de ter uma babá- Sam falou e Paul deu uma risada seca.

- não mesmo- Paul comentou sarcasticamente.

- eu sei- Charlie falou antes de continuar- mas não estou falando de Bella.

O grupo ficou confuso, como não poderia ser Bella?

- desculpe Charlie, acho que não entendi- Emily falou confusa

- estou falando de minha caçula, Davina finalmente vai morar permanentemente comigo, olha ela alí.- ele apontou e todo grupo olhou naquela direção vendo uma jovem absolutamente linda falando com Billy Black.- então o que acha?

- tudo bem Charlie, mas podemos conhecer ela antes? - Emily falou mais relaxada.

-claro

Charlie saiu indo chamar a filha deixando o grupo para trás.

- bem, isso é surpreendente, será que ela é como a garota dos sanguessugas?- Jared comentou vendo pai e filha se aproximar.

- eu sinto que não- Sam respondeu abraçando Emily de lado.

Pai e filha foram até o grupo e todos viram o quão linda a Swan mais nova era.

- olá, meu nome é Davina Swan, fico feliz por você concordar em me deixar ficar sobre suas asas, espero não ser um incômodo- ela falou para Emily que puxou a mais jovem para um abraço depois que as apresentações foram feitas.

- não será querida, apenas você terá que suportar esses meninos- Emily falou bem humorada fazendo Paul rir atraindo o olhar de Davina para ele.

Quando seus olhos se encontraram o mundo inteiro de Paul parou, não havia gravidade, matilha, reserva, chamado, nada, apenas ela, e ele seria tudo dela e para ela, Davina sentiu em seu corpo sua magia se agitar, como se finalmente houve paz depois de uma tempestade, uma sensação de calma e paz. Ela amou esses sentimentos.

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