eleven

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Louis nunca foi bom com o luto.
 

Ele se lembra de quando era mais jovem e sua vó  havia falecido.  Ele tinha apenas oito anos e Lottie devia ter acabado de nascer.  Ele era muito próximo dela - enquanto sua mãe trabalhava no turno da noite no hospital, ele costumava dormir na casa dela, acordando com panquecas ou waffles.  Ela era a mulher mais legal de todas.  Ele acha que se ela ainda estivesse por perto, ela amaria Harry e absolutamente adoraria Gracie.

Mas de qualquer maneira.  No dia em que sua mãe recebeu o telefonema de que ela havia falecido, ela chorou e chorou.  Louis nunca o fez, nem uma vez.  Ele não é realmente uma pessoa que chora muito de qualquer maneira, mas ele se sentia tão entorpecido, mesmo aos oito anos de idade.  Então, enquanto sua mãe ficava deitada na cama por dias, ele se mantinha ocupado.  Ele brincava com sua irmãzinha, chutava futebol e jogava em seu PlayStation.  Qualquer coisa para se distrair da dor.

E, agora mesmo, com seu marido deitado na cama, ele lavando roupa, está vendo paralelos.  Gracie está na casa de Niall, e por melhor que fosse Niall levá-la para que Harry e Louis pudessem ficar sozinhos, Louis gostaria que Gracie estivesse por perto para distraí-lo.

Ele não dormiu nada na noite anterior.  Harry está dormindo mais do que o normal, mas Louis entende.  Ele acabou de sofrer um aborto espontâneo, seu corpo está passando por muita coisa.  Mas Louis está se sentindo muito solitário.
 

Ele termina de dobrar a roupa no momento em que ouve passos descendo as escadas.  Olhando para cima, ele vê Harry em suas roupas de trabalho, olhos inchados e vermelhos, uma expressão solene em seu rosto.  Louis franze as sobrancelhas.  "H, amor, o que você está fazendo?"

"Me preparando para o trabalho", disse Harry, a voz rouca.  Louis suspira um pouco, colocando o cesto de roupa suja no chão.

"Amor, eu não sei se essa é a melhor ideia", ele diz gentilmente, se aproximando de Harry.  Harry engole seco.  "O médico disse que você deveria descansar alguns dias, lembra?"

"Eu tenho que ir trabalhar", a voz de Harry vacila.  Cautelosamente, Louis coloca as mãos nos braços de Harry, forçando-o a olhar nos olhos dele.

"Que tal eu fazer um café para você, e então tomarmos banho e voltarmos para a cama?"  Louis sugere suavemente, dando um pequeno aperto nos braços de Harry.  "Vou te dar toda atenção que você quiser, amor."

"Não, e-eu tenho que ir," a voz de Harry quebra enquanto ele tenta se desvencilhar do aperto de Louis.  Ele esquece o quão forte Louis é.  "Me solte, eu tenho que trabalhar, eu preciso."
 

"Harry, pare," Louis agarra a mão de Harry antes que ele possa afastá-lo.  Harry respirou fundo, estremecendo, os olhos ficando marejados enquanto Louis gentilmente prendia os braços no peito.  "Harry. Relaxe."

"Eu-eu," Harry funga, o rosto se contorcendo.  "Eu sinto muito."

 
Louis suaviza um pouco, a respiração trêmula de Harry fazendo seu peito doer.  "Ok, está tudo bem," Gentilmente, ele pressiona as costas de Harry contra a parede, soltando seus braços e enxugando as lágrimas.  "Respire, amor, você está bem."

"Nada está bem", Harry chorou, deslizando pela parede até que se sentasse no chão, enrolado, os joelhos contra o peito.  Louis desce com ele, sentando-se contra a parede ao seu lado.  Os ombros de Harry tremem enquanto ele chora.  "Eu sinto muito."

"Ei, ei," Louis envolve Harry em seus braços, deixando Harry chorar em seu peito.  "Por que você está se desculpando? Você não fez nada."

Harry não diz nada, ele apenas continua chorando.  Louis diz a si mesmo para ser forte por Harry enquanto beija o topo de sua cabeça, segurando-o contra o chão de madeira.  "Não é sua culpa, ok?"  Louis murmura nos cachos de Harry.  "Nada disso é culpa sua."

state of grace ↺ l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora