Capitulo 01

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(06h00min hrs da manhã, Casa de Menteu San Jose Califórnia­)
    Estou parado em frente a uma janela, já era dia, com um sol irradiante e nuvens que formavam alguns animais com suas formas, mas o que me tira o foco são os milhares de pássaros voando em círculos, e começo a me ver no lugar deles de uma forma esquisita e completamente sem logica.
    Como um ser de 14 anos pesando 65 Kg iria conseguir flutuar no ar?
Isso não seria possível sem o auxílio de algum apetrecho, sei que parece ridículo esse meu pensamento, mas é a forma que achei para fugir um pouco.
    Talvez eu queria ser um pássaro e não só por causa da habilidade de voar, mas sim para ter sua mente, pequena e desocupada.
    Desço as escadas e vou até a cozinha onde encontro minha mãe ainda de bobes na cabeça e um treco meio esquisito, parecia até fantasia da rainha do milho.
– Oi mãe
– Filho, quantas vezes tenho que te ensinar a tomar a benção e dar bom dia de manhã cedo?
Eu nunca dava bom dia a minha mãe, e nem a ninguém, eu não gostava de
desperdiçar as palavras, até porque quem poderia me garantir que o dia realmente iria ser bom? Falar palavras ao vento e como ser um idiota vivendo no século XXI e ainda estar preso no século XIX.
É fácil falar de coisas boas, difícil e ter elas de acordo como elas foram ditas.
– Desculpa abença?
– Agora sim, Deus abençoe, fala como foi à noite? Perguntou minha mãe enquanto passava alguns ovos.
     Eu poderia contar a ela sobre a terra que passei a noite, falar dos monstros que eu tive que destruir, da espada que foi entregue a mim por um rei das terras de Pliston, e da minha recompensa por ter derrotado o vilão do sonho, mais preferi fazer do jeito mais simples... eu menti.
– Dormir como um anjo no Céu, mãe. falei
– Que bom, vejo que está melhorando. disse ela, e logo em seguida agitou meu cabelo.
    Tomei café, peguei a mochila joguei nas costas e fui caminhando para a escola de San Jose.
Bom a escola é um lugar calmo comparado aos milhares de lugares que eu fui sem querer, e igual a qualquer outro ambiente escolar, temos os grupinhos que se dividem para trazer preconceito e se enquadrar aos padrões sociais dessa época.

A escola esta dividida em três classes.

Os famosinhos e populares que são: Os esportistas ( que são cobiçados por terem peitos fortes e pernas grossas) Os filhinhos e filhinhas de papai ( são muito malas e só ganharam a popularidade pelos iphone que eles esnobam nas selfies) boatos que 80% dessa massa jovem já perdeu a virgindade e a outra metade que correspondem a esse numero, querem perder antes do ano acabar.
E do outro lado os Nerds ( os que realmente tem futuro e vão se dar bem na vida) os pobres de classe media baixa ( uma grande parte bolsista os restante são esforçados ) Os skatistas junto aos grafiteiros.
E o terceiro grupo era formado por Eu, Beth, e Fred.
   Quase sempre penso que na realidade o terceiro grupo forma unicamente por mim, pois o Fred, apesar de ser meu amigo de infância pratica esportes frequentemente, é chamado para as festas mais populares, tem peitos fortes e ombros também, sem falar no seu rosto e nos olhos, mas o que mais gosto nele é que ele não se curva ao sistema de padrões que são pregados dentro da sociedade.
Já a Beth, tem uma vida agitada, toca violão e ainda gosta de se aventurar durante a noite, só não tem sorte no amor, (assim como eu).
    Sou completamente apaixonado por ela, e acho até que namoramos, quer dizer, falta eu avisar a ela desse namoro, dependendo da reação dela, ou nós assumimos de vez ou terminamos.
    Ainda caminhando próximo a  praça das recordações passo em uma vitrine de uma Loja que esta estampada no alto da porta FASHION MAN, e no espelho da vitrine me deparo com uma imagem na qual não consigo decifrar.
É um jovem, cabelos pretos, pele morena de cílios escuros e olhos castanhos, meio gordo para seu tamanho, mais deu para eu perceber que era um jovem.
    Porém o que chamou minha atenção naquilo tudo não foi a figura que estava olhando fixamente para mim, o que me chamou mais a atenção era que o garoto na vitrine na verdade sou EU.
    Assustei-me com o que vi e não me refiro ao susto por ver alguém feio, era mais que isso, aqueles olhos, Cabelos e toda a gordura em seu corpo me fez perceber que na verdade, eu não servia para a sociedade, que eu não era o que elas consideravam certo, eu me senti como um desconhecido sendo reconhecido, não um desconhecido que não se conhece mais sim um desconhecido que se surpreende ao se reconhecer.
    Sento-me no chão escorado em um poste que servia de escada para uma luz, olho em minha volta e vejo as nuvens que ainda cobria o céu, os pássaros já não estavam mais lá, porém eu estava, junto a todos os meus medos, pensamentos e segredos.
    Começo a chorar em frente aquele Inútil e imprestável reflexo real.
    Logo em seguida eu tomo a pior escolha que alguém poderia fazer. Eu Penso.

Aconteceu aos 16 Onde histórias criam vida. Descubra agora