Imagines e Headcannons - Haikyuu

Mercadoria Estragada | Kei Tsukishima.

[19:43pm]

"Você acha... que uma parte de você poderia aprender a me amar?"

Ele repete a conversa em sua cabeça, lentamente jogando e virando seus lençóis. Você ainda brilhava apesar de quão escuro estava, tão radiante quando ele lembra de sua expressão esperançosa, a caixa de bolinhos em suas mãos, e seu sorriso caloroso que ele procurava quando estava perto de você. Você o pegou assim que um de seus últimos treinos havia chegado ao fim em uma quinta-feira fria, um sorriso tímido adornando seus lábios enquanto ele se enrijecia diante dos assobios e empurrões de seus companheiros de equipe.

Ele se amaldiçoa por fazer você chorar, sabendo o quanto você custou para ter coragem de confessar. Ele sabia que não era a pessoa mais acessível, e você significava tudo para ele, tão frágil quanto você era. Ele conhece o seu coração machucado, conhece as pequenas, mas sempre presentes fissuras que metaforicamente se espalham com cada desgosto. A lacuna aparentemente grande se fechou à medida que vocês dois se aproximavam, vocês, tímidos sob seu olhar calculista; ele, tentando aliviar o estrondo de seu próprio coração, silenciosamente desejando que ele se acalmasse com medo de você ver o quão nervoso ele ficou.

Afinal, foi ele quem ajudou você. Ele é o único que lentamente os remendou todas as vezes. Mas agora ele é o único que quebrou tudo desta vez, com suas palavras afiadas e olhar sempre inexpressivo. Uma parte dele deseja pular de alegria ao pensar em alguém tão bom buscando interesse por alguém como ele... mas uma parte maior paira sobre ele e ri de sua esperança, lembrando-o de suas falhas e fracassos, lembrando-o de suas inseguranças.

Ele não estava em lugar algum para ter você.

Ele não merecia você.

"Não" ele disse, e viu sua expressão se suavizar antes de desmoronar. "Você é uma mercadoria danificada, ____, você não pode esperar que eu esteja sempre lá para você. Aprenda a se levantar."

Ele se arrependeu do momento em que essas palavras o deixaram, mas ele não era de se desculpar. Ele forçou uma expressão neutra em seus traços, olhos dourados olhando para você sobre molduras retangulares. Forçando para baixo a onda de desespero repentino que diminui em face de seu comportamento desanimado. Por que ele não disse o que realmente sentia? Por que ele teve que ir e arruinar mais uma coisa boa?

Você acenou com a cabeça, sorriu e gentilmente empurrou a caixa em suas mãos, as primeiras rachaduras se formando em seu próprio coração enquanto suas palavras soavam em seus ouvidos.

"Obrigada, Kei"

E essas foram as últimas palavras que você disse a ele.