Um estrɑnho

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" 𝑀𝑒𝑢 𝑢𝑛𝑖𝑐𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑜𝑑𝑖𝑜, 𝑐𝑜𝑛ℎ𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑒 𝑡𝑎𝑟𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑠 "

     𝙒𝙞𝙡𝙡𝙞𝙖𝙣 𝙎𝙝𝙖𝙠𝙚𝙨𝙥𝙚𝙖𝙧𝙚

        
               Hoje eu vou sorrir, andar como alguém que não perdeu a única coisa que mantinha-se feliz, mas vou viver, a dor da perda é o lembrete para continuarmos a seguir em frente.
               Houve um tempo que o sol não brilhou, que o escuro do meu quarto era o melhor refúgio, mas eu sei que meu pai não ia querer que eu deixasse de viver; o perdi em um acidente de carro, a cinco meses, éramos muito próximos, eu morava com ele, depois de sua morte, tive que morar com minha mãe Andressa, não somos chegadas, eu odeio meu padrasto, meu irmão mais velho é....uma encrenca e nada me ajudou a superar até eu acordar e decidir que seria feliz novamente, seria uma garota de dezesseis anos normal, qur voltaria para a escola, andaria na chuva fraca do centro de Seattle ( .... )

           - Tem certeza que não precisa que eu te leve ou busque? - Andressa perguntou enquanto eu colocava minha mochila dentro do carro

            - Eu tenho carteira de motorista por um motivo! - eu estava de costas para ela, e me arrependi de ter falado assim, mas não me desculpei, embora quisesse, apenas apertei os olhos e entrei no carro

              Pelo retrovisor, na medida que eu me afastava de casa, pude a ver entrar e correr aos braços de Robert, meu padrasto.
               Eram cinco meses sem aparecer na escola, a diretora aceitou o meu " luto " e estudei em casa, eu gostava dela, foi amiga e colega de escola do meu pai, ela até compareceu em seu velório e trouxe flores preferidas dele, girassóis.
               Quando cheguei, Maya, uma loira neurótica e surtada, mas desejada por vários, que supostamente era minha amiga, mas só me procurava para contar suas novidades, me esperava sentada na mesma classe de sempre, mantendo o meu lugar, ao lado da janela, eu sorri, algumas pessoas me encaravam, do tipo " Eca " , mudei muito desde então, e para piorar, não sou uma deusa da beleza como Maya, ao contrário, uso roupas nada femininas e meu cabelo vive em um coque desarrumado, acho que é por isso que ela escolheu-me como amiga e companheira escolar, eu não seria uma concorrência.

              - Beatrice! Meu Deus! Eu estava quase morrendo sem você aqui para me fazer companhia! Você não vai acreditar no que aconteceu!.....

              Minha atenção foi atraída pelo garoto que entrava na sala, seu cheiro logo inundou-me, era como um perfume único, seu cabelo loiro era reluzente, tinha olhos verdes e um rosto duro e sério, por um segundo, extremamente remoto, nossos olhos se encontraram, desviei na hora, envergonhada. Maya notou e encarou ele com malícia

            - Connor Castiello - ela murmurou com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso que eu conhecia muito bem, ele seria dela, era inevitável - Ele se mudou para cá a pouco tempo, lembra daquele casarão no meio da floresta aqui do lado? - eu assenti, quando criança, íamos apreciar o local, era como uma mansão, mas a última vez que eu vi era quase uma ruína - A família dele é dono da maior parte das casas antigas, parece que perdeu a mãe e veio morar aqui com a irmã, ele é tão.....Ele vai ser meu

            Suspirei fundo olhando ela se levantar, la vem.....

             - Atenção alunos, colouros - ela olhou para o garoto e depois se dirigiu a todos, não era a primeira vez que ela fazia isso - festa na clareira, hoje a noite, de boas vindas para os novatos!

              Todos se animaram, menos eu.

Dark: Queimando sobre o geloOnde histórias criam vida. Descubra agora