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𝐖𝐎𝐍𝐃𝐄𝐑𝐖𝐀𝐋𝐋 - 𝐎𝐀𝐒𝐈𝐒
— Vocês estão namorando? — A mais velha dali perguntou com seus olhos brilhando em expectativa, fazendo Jaemin engasgar e Jeno sorrir fechando seus olhos.
— Mãe! — Suspirou pela facilidade da sua mãe de envergonha-lo na frente dos outros. — Por que não faz um dos seus bolos pro Jeno? Acho que ele iria adorar. — Inventou qualquer desculpa para se livrar daquele momento constrangedor.
— Oh! Boa ideia, querido. Então já estou indo, qualquer coisa me chamem. — Eles murmuraram um "sim" em conjunto e ela saiu batendo a porta.
— Sua mãe é uma graça, Jaemin. — Disse vasculhando o quarto com os olhos.
— Você acha? — Perguntou em tom de deboche.
— Não faça assim. — Falou andando até a pequena escrivaninha que se fazia presente ali retirando um livro da mesa, olhando a capa para ler o título. — Mães são assim mesmo.
— O quê esta fazendo aí? — Apoiou suas mãos na cintura.
— Olhando suas coisas. — Ditou simplista.
— Deixei? — Arqueou as sobrancelhas, recebendo apenas um balançar de ombros por parte do mais alto.
— Seu quarto é tão você. — Disse notando o quão o ambiente em que estava era organizado, cheio de pelúcias e coisas fofas, e principalmente com a cor predominante rosa.
— O que quer dizer com isso?
— Ele é fofo igualzinho a você. — Disse com um sorriso de canto fazendo o outro corar, tanto pela declaração repentina tanto pelo sorriso sugestivo que o outro lhe deu. Aquele maldito sorriso já estava irritando o mais novo.
— Deveríamos começar com o trabalho logo. — Desconversou tentando mudar de assunto, o que fez Jeno soltar uma risadinha baixa.
— Por onde começamos? — Sentou na cama sendo acompanhado pelo outro.
E por aí seguiu uma tarde produtiva de estudo, conseguiram fazer boa parte do trabalho. Vez ou outra se distraindo com algo e Jaemin soltava algo engraçado fazendo o moreno rir. E ao contrário do o que Na pensava, Lee não era alguém fechado e marrento. Também descobriu que outro era bem inteligente e concentrado.
— Uma pausa? — Disse Jeno largando o caderno em um canto aleatório da cama.
— Com certeza!
— Será que sua mãe já fez aquele tal bolo? — Falou olhando com expectativa para Na, o fazendo soltar uma risada.
— Então você realmente quer comer bolo? — Recebeu um aceno de cabeça em confirmação. — Ok, vou lá embaixo ver se já está pronto.
Jaemin descia as escadas em passos rápidos, nem percebia que tinha um sorriso estampado em seu rosto.
— Mãe, o bolo está pronto? — Perguntou assim que viu a mesma sentada no sofá folheando uma revista.
— Sim, vocês já terminaram o trabalho? — Retirou seus óculos, olhando para o filho. — Querem comer aqui embaixo?
— Fizemos uma pausa. — Pegou dois pratinhos no armário, logo cortando o bolo, e colocando as fatias de bolo nos pratinhos. — E vamos comer lá encima mesmo.
— Só não suja o quarto de bolo. — Falou alto vendo o mesmo ir em direção as escadas.
Subiu as escadas com cuidado para não derrubar os pratinhos, e empurrou a porta com o pé já que suas mãos estavam ocupadas.
Deu de cara com Jeno perambulando pelo quarto novamente, dessa vez mexendo em seu toca-discos.
— De novo mexendo nas minhas coisas? — Tentou parecer irritado, mas estava com um sorriso nos lábios.
— É inevitável — Disse procurando algo nas gavetas. — Onde estão seus discos?
— Boa pergunta. — Respondeu, recebendo uma cara confusa por parte do moreno. — Eu só tenho o toca-discos mesmo, queria comprar alguns discos, mas não acho uma lojinha que venda por aqui.
— É uma pena, poderíamos estar escutando música agora. — Disse se jogando na cama fazendo um barulho alto de mola.
— Estamos no século 21, Jeno. — Se jogou na cama também. — Podemos apenas colocar uma playlist do spotify.
— Não teria a mesma graça.
— Tem razão. — Na verdade não tinha. Só queria encerrar o assunto para sanar uma dúvida que estava na sua cabeça. — Posso te perguntar uma coisa? — Recebeu um acenar como resposta, e então continuou: — Por que estava brigando com aquele garoto na escola?
— Ah! Sobre sobre isso... — Suspirou antes de falar. — Eu consigo me segurar quando me provocam, mas quando falam um "a" sobre a minha família, eu perco a cabeça, sabe? — Sua expressão fechou ao se lembrar das palavras que o garoto dissera, e Jaemin se questionou se foi uma boa ideia ter tocado no assunto. — Mas isso não vai mais acontecer. — Garantiu suavizando sua expressão, deixando Jaemin por algum motivo mais tranquilo. — Pelo menos não na escola. — Soltou uma risada baixa. — Aliás que horas são?
— Pera — Olhou em seu celular. — Dezessete e quarenta, por que?
— Perdi a noção da hora, tenho que ir! — Falou se levantando rápido e pegando sua mochila.
— Quandos vamos continuar o trabalho?
— Passa amanhã às dezoito no café da rua oito, meu turno acaba esse horário e podemos fazer o trabalho por lá mesmo.
— Combinado.
— Quase esqueci, aqui o meu número! — Retirou de seu bolso, um papel com um número escrito, entregando-o para Jaemin.
