Querida Anastácia...

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Para minha querida Anastácia... pela última vez.

Cara Anastácia. Fazem dias desde que nos encontramos pela última vez, naquela velha cabana escondida entre os cipós e trepadeiras, próximo a lagoa onde nos conhecemos. Lembro-me claramente do vestido branco e bege que tu vestia e de quão brilhantes  estavam teus olhos aquela tarde.

Querida Anastácia, peço que, por obséquio, não me procure novamente e que esqueça que um dia chegamos a nos esbarrar.

Hoje mesmo, me enfiarei no primeiro trem que aparecer a minha frente e partirei rumo a  qualquer lugar.

Não pense que estou a abandonando, quando o que estou fazendo é dando-lhe a liberdade. Presa a mim, nunca encontrará a felicidade que deseja e a família que procura.

Minha doce e bela Anastácia, não pense que está sendo fácil para mim, quando sinto que estou tirando minha própria vida.

Sentirei falta de teus abraços apertados e de viajar por teus cachos morenos.

Desejo-lhe tudo que há de melhor e tudo que eu não poderei lhe dar.

Peço que me perdoe por ser frouxo e não conseguir olhá-la nos olhos uma última vez.

Desejo profundamente que siga sua vida e que se por algum motivo pensar em mim, não veja o homem que a abandonou, e sim, o homem que lembrará de teu sorriso pelo resto da eternidade.

-  Já não mais seu, Elizandro.

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