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Era segunda por volta de oito da noite, eu voltava da faculdade bem mais cansada que o normal, mas eu já esperava por isso pois havia passado o fim de semana em claro estudando para as provas finais de uma cadeira que tinha reprovado.

Eu estava totalmente sem cabeça para nada, muito menos para cozinhar – e eu estava faminta- estava passando por uma rua bem movimentada e avistei uma barraquinha de cachorro-quente e me chamou bastante pelo cheiro e a estética. Era simples, porém muito bem feita, a paleta de cores variavam de um verde musgo, um marrom claro e azul escuro, haviam mesinhas feitas de madeira ao redor, luzes amarela, algumas coisas que deixavam tudo com um estilo mais "rústico" e sem deixar de lado o fato que era tudo extremamente limpo e organizado - mas talvez fosse apenas minha barriga mandando sinais elétricos ao meu cérebro que iria se auto comer se eu não me alimentasse em poucos minutos-.

  - boa noite, moço! -falei educadamente ao rapaz da barraquinha.
 
  - boa noite. – ele respondeu em um tom seco e sem ânimo, entretanto não o julguei por estar exatamente com o mesmo humor que ele (ou até mesmo pior), mas não deixava transparecer porquê sempre fui ensinada a ser gentil com as pessoas, principalmente por meus pais que são paraibanos.
 
- eu quero um desse aqui do cardápio - falei apontando para o mais completo que tinha.

Logo após falar isso me sentei em uma das mesinhas que havia ao redor da barraca e esperei ele vir me entregar, estava com muita fome e ela só aumentava mais gradativamente e isso não me deixava nem ficar em pé. Assim que sentei na mesa só pensei o quanto havia me esforçado para a prova e mesmo assim o professor tinha faltado, deixando totalmente de lado o esforço dela e dos outros alunos.

Terminei de comer e fui para casa me preparar para o próximo dia que seria bem corrido porquê eu teria que comprar umas coisas para um jantar entre amigos, porém no percurso até minha casa me dei conta do vendedor, e ele era EXTREMAMENTE atraente e eu não tinha me dado conta disso e nem ao menos o nome dele havia perguntado.

-QUE BURRA, QUE BURRA [NOME}!!!!!!!!!!!! – eu repetia para mim mesma enquanto mudava minha roupa para uma mais confortável, que se resume em uma blusa muito maior que eu.

Visão do vendedor;

- Que dia entediante, não que seja uma novidade aqui por fortaleza, mas hoje está impossível. -falava pra si mesmo em um tom baixo para ninguém ao redor ouvir.

O vendedor era apenas um "recém" adulto que estava em busca de algo que rendesse dinheiro para pagar as despesas de casa já que era como um órfão, já que tinha perdido seus pais em um acidente aéreo. Já faziam quase dois anos do ocorrido, mas o deixou tantos traumas que eu diria que é algo irreparável e insuperável para ele.

Ele olhava ao redor procurando alguma coisa para se distrair e não achava nada que não fosse casais ou famílias felizes (ou que fingiam felicidade), após ver que esse dia não passava de mais um que o frustraria diante de sua lista interminável passou os olhos pelo seu celular e também não tinha nada a não ser mensagens de operadora e alguns emails de lojas, quando guardou o celular no bolso e olhou novamente para aquele mundo feito de papel ele viu uma moça que em sua percepção estava bem pálida, mas mesmo assim ela o chamou atenção, ele percebeu que ela se aproximava da sua barraquinha e desviou parcialmente o olhar. Após fazer o pedido ele reparou muito mais nela. Os olhos até mesmo com a expressão cansada que se completava com o dele, suas mãos completas de anéis, sua boca ressecada, e até mesmo as coisas mais banais e mínimas chamaram a atenção do rapaz.

- ESTÚPIDO, IDIOTA! – repetia para si mesmo em tom de reprovação por ter tratado com frieza a garota, que era sua cliente, mas era já era tão habitual ser assim que ele menos hesitava em falar com desinteresse a qualquer pessoa que o dirigia a palavra. 

já no outro dia...

-sim! pode deixar Nanaba, eu vou comprar tudo da lista. – falava no telefone enquanto passava pelo mesmo local de ontem cujo havia encontrado o moço bonito que vendia cachorro-quente com a esperança mais que elevada de ver ele novamente.

- hhunnnfp - resmunguei frustrada quando percebi que ele não estava lá, mas já era uma coisa totalmente esperada e além do mais eu não saberia nem o que fazer caso encontrasse ele por lá e também eu estou no pior estado que alguém poderia me ver, eu provavelmente travaria totalmente porquê eu sou totalmente “tapada” pra amizades com pessoas novas.

quebra de tempo;

- A Nanaba adora me ver sem dinheiro, eu acho isso incrível. Serio! – falava com Hitch que por um acaso tinha achado por uns corredores do supermercado se sentindo aliviada por encontrar alguém conhecido por ali, algo que era bem difícil.

- A Annie também é um caso perdido, não trabalha e é feita de me pedir dinheiro emprestado, eu não aguento mais. Eu acho que é uma maldição. – falava isso caindo nas gargalhadas, todo mundo sabe que isso não passa de uma tiração de onda, até porquê elas eram melhores amigas, diria que até mais que amigas.
Elas continuaram conversando até a Hitch terminar as compras e ir embora, deixando a [nome] sozinha terminando as compras dela. Ela passava os olhos pela lista de compras vendo que faltavam poucos itens se perguntando onde acharia eles e saindo de corredor em corredor.

-CARAMBA, ACHEI!- ela falava em êxtase ao encontrar um item que estava procurando a muito tempo.

Ele encarou em tom de surpresa ao ver que havia encontrado a garota no lugar mais inesperado do mundo.
Ela olhou de volta ao sentir alguém também no corredor que antes estava vazio.

Seus olhares se encontraram ao mesmo instante, fazendo eles se reconhecerem instaneamente apenas com um olhar.

SHINGEKI NO CEARINOnde histórias criam vida. Descubra agora