One More Night | Corbyn Besson

03

Chloe's POV

Muitos copos de vodka barata e cerveja depois, eu estava na sala com minhas amigas líderes de torcida, conversando. Depois do acidente na pista de dança, inventei uma desculpa qualquer pra sair dali. Alguma coisa aconteceu e eu não entendi o que foi, mas por um milissegundo, Corbyn não era mais o amigo gentil e carinhoso de Josh. Por um momento, eu até esqueci do Josh. E isso me assustava.

E ninguém fez nada pra impedir. Os outros continuaram dançando e ele só ficou ali, parado, me segurando e confuso. Devem ter levado uns longos 5 segundos pra eu recobrar a consciência e me lembrar de que eu não podia beijar aquela boca, tão perto da minha, mas ao mesmo tempo tão longe.

Então fugi para minhas outras amigas, com quem eu conversava de vez em quando, mas não estava exatamente integrada no grupinho delas. Eu não sou líder de torcida, mas nos conhecemos em algum jogo de futebol em que Josh me apresentou para elas. As garotas já até sugeriram que eu entrasse para o time.

Estávamos conversando sobre Ryan, o namorado de Jill, e eu já estava começando a me sentir mais emotiva por conta da bebida, quando ela disse:

— Eu queria ser menos ciumenta, mas é difícil quando todas as garotas dão em cima dele. Queria ser como a Chloe é com o Josh.

— Como assim? — perguntei.

— Ah, você sabe, despreocupada e tal. A Loren deve estar caçando ele e você tá aqui com a gente.

Ela deve ter percebido que eu não tinha pensado nisso e falou besteira quando encarei o chão por um tempo. Fiquei tão distraída com o Corbyn que me esqueci que minha falta de coordenação durante as danças não era a única "ameaça". Virei o resto da minha bebida na boca e me levantei indo em direção à área externa.

Eu não era ciumenta, nem um pouco. Mas Loren era um caso à parte. Acho que ela não sabia o conceito de "namorado", ou se sabia, ignorava totalmente. Em toda oportunidade que ela tem, ela dá em cima do Josh, e eu sinceramente tenho medo.

Eu gosto muito dele, e mesmo estando juntos há quase um ano, não somos exatamente o casal ideal. Nunca brigamos, mas talvez esse seja o problema: é tudo tão leve que não parece nada sério. Ele nunca fez algo fofo, me deu flores ou chocolates de repente. Parecia que eu era uma distração pra ele, uma diversão.

Então, sim, eu tenho medo de que uma garota como a Loren possa entrar no meio da nossa relação frágil e acabar com ela.

Procurei pelos dois pelo jardim, tentando não tropeçar enquanto ia de um lado para o outro, nervosa, confusa e levemente embriagada. As pessoas gritavam ao meu redor, se divertindo, e eu já me preparava para o pior.

Mesmo assim, foi como um soco no estômago. Tudo aconteceu rápido demais.

Josh estava encostado na parede. Talvez Loren nunca tenha ouvido aquela frase que diz que "dois corpos não ocupam um mesmo lugar no espaço", ou seu cérebro era tão pequeno que ela não entendia. A garota empurrava seu corpo no dele, os rostos dos dois eram as únicas partes que não se encontravam, mas estavam a menos de um palmo de distância, e ele não parecia se incomodar. Na verdade, parecia até que ele estava gostando daquilo.

Tive a súbita sensação de estar caindo em um buraco muito fundo. Mal conseguia sentir o peso do meu corpo.

E eu ri. Ri, de desespero, e meu riso deve ter soado tão alto que fez Josh se virar, e assim que me viu empurrou a garota longe.

Mas eu já tinha visto o suficiente, e não queria mais saber daquilo. Me virei e tentei fugir, empurrando todos no caminho até o "bar".

Eu não estava mais rindo, o choque havia passado e a minha ficha caiu.

Eu já devia esperar aquilo. Josh estava sempre com uma garota diferente antes de nos conhecermos. Por que seria diferente comigo? Ele era um covarde escroto que eu não devia ter confiado. Mas ali estava eu, sofrendo por um relacionamento que, de alguma forma, eu sempre soube que não duraria.

Pra quê copos? Peguei a garrafa mais próxima de vodka e virei na minha boca.

Não sei quantos goles eu tomei, só sei que tinha bebida — e talvez algumas lágrimas — pingando do meu rosto quando alguém pegou a garrafa da minha mão.

— Ei, o que você... — comecei a reclamar, mas minha visão entrou em foco e enxerguei o garoto. — Corbyn?

— Vem comigo, Chloe. — ele disse e me puxou para dentro da casa, deixando a garrafa de lado.