Quinquagésima chance.

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Não havia mais planeta, não havia terra

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Não havia mais planeta, não havia terra.

E era tudo sua culpa, ele tinha soltado os demônios, ele tinha provocado aquela guerra.

Era tudo sua culpa.

Sua culpa.

E agora, flutuando no vazio sem fim - cercado por um mar de estrelas - Satan se encontrava arrasado, com uma expressão contorcida de sofrimento, tristeza, depressão e melancolia. Em seus braços, havia um corpo branco, cercado de ferimentos e banhado de sangue, a expressão no rosto deste, tão cercada de agonia quanto a sua.

Luffy definitivamente não havia morrido em paz.

Agora ambos, como partículas de poeira, flutuavam para lugar nenhum, perdidos no vazio sem fim. Satan abraçava fortemente aquele corpo. Satan chorava e gritava ao universo desesperado, usando toda a força que tinha em seus pulmões ''Luffy'', ''Mugiwara-ya, por favor, acorde'', ''Luffy''. A voz - assim como suas mãos - trêmulas. Satan apertava o corpo desfalecido. Satan sacudia, mas nada.

Nada.

Luffy não reagia.

Luffy não se curava.

"Você não pode ter morrido, você não pode..."

Mas Satan sabia que sim, ele só não aceitava.

Então, Satan fechou os olhos, apertou ainda mais aquele pedaço de corpo e gritou.

Aquela dor dilacerante em seu coração saindo em berros.

Ele gritou, gritou e gritou.

Mas de repente, toda a sua pele aqueceu-se, ele abriu os olhos e viu, bem na sua frente, uma forte luz.

''Satan'', ''Meu filho''.

Era Deus.

Por um longo momento, houve um silêncio mortal, mas ao olhar novamente para o corpo de Luffy, Satan estraçalhou e pulverizou sua alma orgulhosa e peçonhenta, ele olhou para a luz e trêmulo clamou: ''Por favor, me dê uma nova chance'', ''P-pai, eu estava errado, eu me arrependo, P-pai me dê uma chance, eu imploro, por favor''.

Ele ouviu Deus suspirar.

''Essa é a quadragésima nona vez que eu te dou uma chance. Você está em um loop, sempre faz tudo de novo e de novo.''

Tudo... De novo? Um loop?

E então Satan se lembrou.

Nesta nova chance - como em todas as outras - ele estava na ponta de um penhasco chorando, encharcado pelas gotas de água que do céu caiam. Fazia frio, ele se sentia solitário. No entanto, de repente, o impacto das gotas não mais passaram a tocar sua pele, ele olhou para cima, algo azul o impedia de ver o céu.

Ele olhou para trás, e viu um garoto.

Um garotinho com um olhar preocupado, com uma mão segurando um guarda-chuva - que o cobria - e com a outra, estendida em sua direção. ''Você está bem?'', o garotinho perguntou.

Esse não é o fim | LawluOnde histórias criam vida. Descubra agora