O significado das flores

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Marco pendurava seu jaleco e seu estetoscópio para fazer sua pausa para o almoço, havia trabalhado e atendido tantos pacientes naquela manhã que nem ao menos teve tempo de almoçar no horário habitual, tendo que atrasar uma hora para finalmente comer algo decente.

Uma batida na porta chamou sua atenção e o loiro torceu para que não fosse nenhuma das enfermeiras avisando que tinha mais alguém para atender antes de sair, felizmente quando ele olhou para a porta não era uma das enfermeira, mas infelizmente era Law e ele não estava com uma cara de quem veio apenas dizer "oi", conhecia seu companheiro de trabalho e sabia que aquele sorriso gentil e os olhos o encarando com expectativa e esperança significavam algum pedido.

- Marco-ya, meu amigo querido, sabe o quanto eu aprecio sua companhia e o seu trabalho, não é? - Marco revirou os olhos para aquela bajulação desnecessária e suspirou.

- O que quer, Law? Estou indo almoçar, se puder se apressar com o seu pedido.

- Você me conhece tão bem - a expressão do tatuado se tornou um pouco mais séria deixando de lado a formalidade e os sorrisos gentis - então, quero que você me faça um favor durante o seu horário de almoço, comprar um buquê de girassóis na floricultura aqui do lado.

- Buquê de girassóis? Mesmo? Quem é o azarado da vez?

- Muito engraçado, Marco-ya - Law revirou os olhos e tirou uma nota de 50 de seu bolso - é o mesmo da outra vez.

- O daquele evento de nerd? - questionou Marco pegando a nota e colocando no bolso - pensei que achasse ele irritante.

- E acho, mas um irritante bom... Ele é legal apesar de ser doido.

- E qual a dos girassóis? Não é melhor levar rosas?

- São as flores favoritas dele e rosas são muito comuns... Ele com certeza não é alguém comum, então preciso de algo a altura.

- Realmente, pra fazer você querer dar flores pra alguém ele deve ser realmente incomum, saiba que você vai ficar me devendo essa.

- Tudo bem, obrigado, vou estar no meu consultório quando você voltar - Law deu leves tapinhas no ombro do loiro e saiu para voltar ao trabalho.

Marco foi para o refeitório e esquentou seu almoço, comeu tranquilamente enquanto observava a movimentação ao redor. Quando terminou de comer saiu do hospital em que trabalhava e andou a passos rápidos até a floricultura, não era um dos maiores fãs de flores, então quanto antes chegasse mais rápido sairia dali.

Ao entrar na pequena floricultura o cheiro das mais diversas flores invadiu seu nariz e Marco sentiu vontade de espirrar com tantas informações olfativas. O loiro esfregou as costas das mãos no nariz para tentar evitar o espirro e andou por entre os diversos vasos e flores coloridas.

O loiro se sentiu perdido no meio daquelas flores, não sabia onde poderia achar alguém que o ajudasse a encontrar os girassóis naquele mundo de flores, uma mais chamativa que a outra, fazendo os olhos azuis se perderem em tantas cores e tamanhos.

- Está procurando algo em específico, senhor? Presente para a namorada? Aniversário? Decoração? - Marco se virou ao ouvir aquela voz doce e macia atrás de si, seus olhos azuis se encontraram com os negros e o médico perdeu a fala por alguns segundos.

Aquele rapaz bem a sua frente era deslumbrante como um anjo, os fios negros ajeitados para trás com uma bandana florida amarrada em sua cabeça, uma constelação de sardas pintando lindamente o rosto sorridente e os olhos quase fechados pelo sorriso que adornava sua face. O médico piscou algumas vezes sem acreditar que alguém tão bonito assim existisse e ainda mais que estivesse tão perto de si.

Amor floridoOnde histórias criam vida. Descubra agora