Prólogo.

13 4 1
                                    

Any se sentia em um tédio agoniante sentada naquele banco desconfortável. A música alta entrava em sua mente como baterias em uma escola de samba. Massageou suas têmporas, enquanto sentia o início de uma dor de cabeça.

- Vem... vamos dançar. - Savannah lhe puxava com árdua vontade e Any não saía do lugar.

- Não, Savannah. Minha cabeça parece que vai explodir

- Anda, é sexta. Amanhã voltamos pra São Paulo e não esqueça que é meu aniversário. Nós precisamos nos divertir essa noite. Por favor... - implorou, fazendo uma carinha de cachorro sem dono.

Um beiço se formou em seus lábios e Any lhe encarou com tédio.

- Se não vier, nunca mais falo contigo. - Sav cruzou os braços e ficou séria.

 - Chantagem, sério?

A garota assentiu. Any ingeriu a pouca bebida sem álcool que havia no copo em suas mãos e se levantou.
Savannah sorriu largamente e com um ar de vitória, e quase deu pulinhos de alegria. Any conseguia ver claramente o quanto a sobriedade de sua amiga se dissolvia aos poucos. A seguiu até a pista de dança e se deixou envolver pela música.

Sav segurava suas mãos e as balançava para lá e para cá, com entusiasmo. Seguiam o ritmo acelerado da música e sorriam alegremente. Seus batimentos aceleravam pela movimentação e mais apertado o lugar ficava, a medida que mais pessoas se juntavam ao amontoado.

- Você viu? Aquele garoto não para de olhar pra você.

Savannah falou ao pé do ouvido de Any. Ela olhou na direção que a garota apontara, encarando um garoto mais ou menos alto,com mais ou menos 1,76 metros, cabelos louros e seus lindos olhos azuis,parecendo um oceano sem fim. Estava rodeado por outros garotos que aparentavam ter a mesma idade que ele e ele não parava de olhá-la. Parecia hipnotizado.

- Ele não tá olhando pra mim.

Any desviou seu olhar e Savannah negou com a cabeça. Olhou novamente para ele e teve certeza.

- Definitivamente ele tá olhando pra você. E é melhor pensar em algo porque ele tá vindo pra cá.

- Espera, o quê? - Any foi empurrada por Savannah e paralisou completamente, sem saber o que fazer.

Enquanto procurava por sua amiga que se distanciava cada vez mais, o garoto se aproximava de si. Girou sem seus calcanhares e fitou os olhos brilhantes e escuros em sua frente.

- Oi, tudo bem? Posso te pagar uma bebida?

Ele falou e Any assentiu, apesar não ter escutado direito o que ele havia dito.

Os dois caminharam com dificuldade por entre as pessoas, esbarrando acidentalmente nelas. Chegaram no bar e sentaram-se nos bancos de madeira.

O garoto pediu dois copos com vodka e Any ergueu as sobrancelhas. Nunca havia bebido nem uma bebida alcoólica em sua vida, o que era um pouco irônico, sendo que já esteve em um bar com Savannah três vezes. Ele direcionou seu olhar para ela e sorriu.

- Então, como se chama?

- Ahn... não sei se devo dizer meu nome. Nem te conheço.

O garoto riu nasalmente e ergueu uma sobrancelha. Ele agradeceu ao barman quando o mesmo colocou vodka nos dois copos.

- Bem... você tem razão. Não nos conhecemos e eu poderia ser um psicopata querendo me aproveitar de uma garota indefesa como você.

Any riu. Se sentiu nervosa. Ouvir aquilo lhe deixou com uma pontinha de medo. Pensou em se levantar e se distanciar daquele garoto, mas não conseguiu sair do lugar.

Come to Brazil | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora