Corda Re

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Eu estava ótima com aquela guitarra. Sem dúvidas o som que saia dela era como uma harmônia dos deuses para aqueles que sabem apreciar um rock.

Eu amava o rock. Na verdade, eu amava qualquer música que tocasse aos meus ouvidos. Podia ser pop, internacional, rap, ou até mesmo o sertanejo. Se tivesse uma letra que me motivasse ou representasse o que eu sentia, já estava na minha playlist aleatória.

Mas enquanto eu tocava, uma das cordas estourou. E eu não gostei nem um pouco de ter que parar de tocar para ver o estrago.

A corda de re estava literalmente partiada ao meio. Eu não sei como isso aconteceu, mas eu sabia de uma coisa. Eu precisava comprar uma nova para poder tocar novamente.

Eu não queria sair de casa, mas eu estava sem saída para isso, já que eu não tinha uma extra. Desleixo meu.

E é por isso, que eu me encontro andando até a loja de instrumentos do meu amigo, Kaminari Denki. Ele vendo por presos muito bons, além de as vezes, repito, as vezes, ser legal.

Ele é um cara bonito. Isso não tem como se negar. Nem eu mesma poderia dizer que não tenho um certa queda por ele.

Kaminari era um cara bonito, divertido, elegante e sem dúvidas cheio de amigos. Conheci ela a alguns anos, nos tornamos melhores amigos, bem, da minha parte. No começo não sentia nada por ele, mas com o tempo, passei a nutrir alguns sentimentos por ele sem nem me dar conta. E por fim, no auge dos meus 20 anos, morando sozinha em uma apartamento e trabalhando para me sustentar, me descobri apaixonada por ele.

Mas o uma ele veria em uma mulher como eu, não é? Sou grosseira a maioria do tempo, não sou tão bonita quando nossas amigas ou delicada como uma dama. Sou, apenas eu. Nenhum desses fatores.

A autoestima não se faz presente no meu dia a dia.

A loja dele era bem popular, ainda mais por ser no centro. Mas não demorou muito para que eu chegasse lá. Não estava muito cheia, mas era bem povoada no dia a dia.

- Aí, Kaminari. - O chamei enquanto entrava na loja. De primeira, não o encontrei, então esperei até que eu pudesse me apoiar na bancada e esperar ser vista por ele.

Até, que finalmente fui vista.

- Jiro! Eae? O que está fazendo na minha loja espetacular? - Egocêntrico.

- Seu serviço de atendimento é bem demorado, não acha não? - Eu disse enquanto o via fazer aquela cara emburrada de sempre. Nunca vou me cansar dela.

- Me diga, o que posso fazer para te ajudar e a fazer minha loja melhorar esse serviço de atendimento? - Ele se apoiou na bancada na minha frente.

- Me vende um conjunto de cordas de guitarra. A única corda Re que eu tinha está ao meio. Preciso de um kit.

- É pra já. - Ele se abaixou por baixo do balcão, certamente para achar o que eu pedi. - Quando vai tocar para mim?

- No dia que os porcos voarem. - Lhe respondi com um sorriso generoso no rosto.

- Não seja tão perversa, Jiro. - E novamente, ele se levantou para me entregar o kit, mas na hora que ia pegá-lo de suas mãos, ele vacilou e deu alguns passos para trás. - Jiro, meu chuchu-

- Não me chame assim, Kaminari. - O repreendi antes mesmo dele falar.

- Voltando, já que reclamou da minha loja, o sue acha de uma troca? Digo, posso te dar os kits de graça, já que agora, ele está em um preço elevado.

- Desembucha, o que você quer. Vá direto só ponto.

- Nossa, você já pensou em ser um pouco mais doce? - Ele suspirou. - Não é nada demais, apenas... Passe um dia comigo.

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