2. O Passado

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Olá! Aqui está o segundo capítulo cheio de emoções!

Espero que gostem e boa leitura! ❤️

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Os dois dias seguintes à discussão foram tensos e sombrios, não havia diálogo por nenhuma das partes, se um chegava em um cômodo, o outro saía porque era demais para suportar a presença do cônjuge e relembrar tudo que estava entre eles, um elefante na sala. O assunto não era discutido, sorrisos não eram trocados e nem olhares eram direcionados um ao outro, viviam como estranhos, como se fossem pessoas desconhecidas vivendo em um mesmo apartamento, quando na verdade eram casados e, antes de tudo explodir, eram companheiros.

Harry não suportava mais aquele silêncio no duplex, estava terrivelmente triste por ter magoado Louis e traído seus sentimentos, jamais imaginou que aquilo viria à tona e tentou esconder ao máximo para não machucar seu querido marido, mas foi em vão. Tentou preservá-lo e poupá-lo da verdade, mas como dizia o ditado, a mentira tinha perna curta e uma hora ou outra Louis acabaria descobrindo. Ele gostava tanto de Louis, tanto, e por isso a culpa por ter feito o que fez ficava cada vez maior, um grande peso em seu coração que o consumia dia após dia.

Desejava o perdão de Louis e deixaria seu orgulho de lado se fosse necessário, ajoelharia aos seus pés em busca de perdão, mas sabia que seu marido não o perdoaria jamais por ter o magoado tanto. O assunto não surgira entre eles, mas Harry sabia que o divórcio chegaria assim que o novo ano começasse e ele teria que encontrar outra forma de vida, já que sairia daquele casamento com as mãos abanando. Porém, aquilo já não importava mais, percebeu como era vazio e superficial, como era fútil e irresponsável ao se unir com alguém por causa de dinheiro, sem nem mesmo pensar nos danos que causaria.

Realmente não havia feito por maldade, jamais quis machucar Louis ou infernizar sua vida, não queria que ele fosse infeliz ao seu lado, seu casamento era feliz até o dia das bodas, eram parceiros, companheiros, cúmplices e amigos, e tudo havia ido pelo ralo em um piscar de olhos. Ele se arrependia tanto, tanto. Sentia-se o pior dos homens por ter feito tudo aquilo por dinheiro e acabar machucando quem mais importava para ele. Não amava Louis, a culpa pelo que fizera não permitia que aquele sentimento aflorasse dentro dele, mas tinha uma necessidade de protegê-lo e vê-lo bem, alegre. E saber que o causador da tristeza alheia era ele, o deixava muitíssimo chateado.

Ele só havia pensado em si mesmo, em seu conforto e estabilidade, em seus luxos e glamour que obteria com o casamento e não tinha chegado a pensar no outro lado. Estava mal, refletira muito nos últimos dois dias, afinal aquele silêncio sepulcral na moradia dava bastante espaço para pensar e repensar suas atitudes e chorava copiosamente a cada instante, querendo com todas as suas células pedir perdão a Louis.

Percebeu de uma maneira dura que dinheiro não era tudo, não trazia felicidade. Conforto e luxo sim, mas esses dois não eram sinônimo de estar feliz. Ambos tinham tudo, eram podres de ricos, mas estavam infelizes, mergulhados em uma realidade sombria e densa, cujo único momento de alegria passageira era ver os retratos dos dois e relembrar como eram felizes no ano anterior. Era sofrido, era pesado, e ele estava achando aquilo insustentável.

Era um final de semana conturbado, a governanta dos dois teria duas semanas de férias porque ambos estariam em casa e não se incomodavam de fazer suas próprias refeições ou listas de mercado, então estavam apenas os dois ali, naquele duplex enorme e vazio, com uma aura cinzenta. Harry havia deixado de lado suas preocupações fúteis e seu espírito ocioso e estava na cozinha preparando o café da manhã para ele e o marido, queria agradar Louis e talvez tentar amenizar a situação em que estavam vivendo, mas sabia que seu esposo não era comprado com facilidade. Talvez jamais seria.

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