2º Capitulo

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-1 ano depois-

Como todas as quartas, o Harry veio buscar-me à janela do meu quarto. Bateu levemente nela e fez sinais para eu abri-la. Saltei da cama e rapidamente senti o vento fresco da noite na minha cara:
-Olá Harry!-susurrei.
-Olá.- sorriu para mim.-Pronto?-acenei com a cabeça, dando um risinho e tentei passar uma perna para o lado de lá, mas o meu pijama impedeu-me. Maldito! Pensei. Agarrei-o e puxei-o com toda a força. Tentei mais uma vez mas os meus pés enrolaram-se no tecido branco das calças compridas e largas. Caí desamparado no chão.
-Cuidado, Louis!-sussurrou o Harry preocupado.
Os meus pais e as empregadas estavam a dormir e qualquer barulho poderia denunciar-nos. Levantei-me novamente envergonhado:
-Estás bem?-ele gargalhou.
-Hmm...-ri de mim próprio juntando-me a ele.
-Dá-me a tua mão! Ao meu sinal...1,2,3!-de uma só vez, salto a janela e aterro direito na relva do meu jardim.
Ele agarra-me os braços e murmura:
-Hoje vamos para a minha casa. A minha mãe cozinhou um monte de biscoitos de aveia para a festa de batizado do meu irmão amanhã! Com certeza, não dará com a falta de alguns...-olhou para mim com um sorriso tracina.
Senti o meu coração a bater mais rápido dentro do meu peito. A adrenalina a crescer dentro de mim. Sorri como confirmação e guiados com a luz da sua lanterna começamos a correr pela rua fora. Em 30 minutos chegamos a uma antiga e modesta casa. Ele abriu a porta da entrada silenciosamente e ligou uma fraca luz dando a vista de um pequeno hall de entrada ligado a uma cozinha, também pequena. Era a primeira vez que estou na casa dos Styles.
-Er, esta é a minha casa.-falou-eu sei que não é nada demais, mas...
-É ótima.-interrompi-o encantado.
A casa tinha um ar familiar e simples. Vários lápis de cera estavam espalhados pela banca da cozinha juntamente com papéis amachucados e folhas com rabiscos coloridos, alguns vasos com plantas engraçadas encontravam-se pousados na beira da janela que ficava em cima da pia, uma mesa redonda situava-se no centro da cozinha com oito cadeiras de madeira gasta à volta. Já no hall, no canto, havia uns utensílios de limpeza e uma cesta com um cão grande, velho, acastanhado e de orelhas compridas a descansar. As paredes bejes sujas tinham alguns desenhos colados com frases "Amo-te papã"; "Mamã, adoro-te quando estás na cozinha (mas também quando não estás!)" e "O meu sonho é ser pintor".
Olhei para o lado esquerdo e vi um Harry contrangido a olhar para os sapatos. Já que não conseguia ver a coloração das suas bochechas, afastei os cachos e olhei para a sua orelha direita muito vermelha. Ele estava envergonhado.
-Ei, para!- esquivou-se, olhando para mim confuso. O Harry não gosta que lhe vejam as orelhas, diz que são muito grandes e por isso tapa com o cabelo. Contou-me que uma vez a sua mãe cortou-lho em casa e quando se olhou no espelho veio as lágrimas aos olhos. As suas orelhas estavam agora expostas para toda a gente. Desde aí que nunca mais deixou alguém tocar-lhe nos seus vários, abençoados e cheirosos cabelos acastanhados.
-Devias aparar um pouco os teus cachos, Hazzy!
-Não, não e não Louise!-retorquiu aborrecido. Olhei feio:
-Sabes que não gosto desse nome...
-Mas é o teu nome.-falou inexpressivo.
-Harry...-murmurei triste-Odeio quando ficas assim comigo, frio. O meu nome completo faz-me lembrar a pessoa que não gosto mas que sou obrigado a ser, todo o dia, com todas aquelas regras a pressiguirem-me juntamente com os meus pais. Mas quando estou contigo, eu posso ser eu próprio. Então, por favor, não me chames assim...
-Lou,-respirou fundo- é só que vamos entrar para o quinto ano daqui a um mês e os professores e os colegas provavelmete vão te chamar de Louise. E eu não vou estar lá para te defender.-colocou as mãos na minha cintura.
-Eu sei defender-me bem.-elevei o tom. Harry recuou.-Sem ti.- falei zangado.
-Porque me estás a falar dessa maneira?-perguntou ofendido.
-Eu não sou nenhuma rapariguinha que tu estás habituado em conviver, que não tem dependência própria e precisa de um Styles forte e bonito para a proteger! Pelo amor de Deus! EU SOU UM RAPAZ, CHAMADO LOUIS E COMPLETAMENTE INDEPENDENTE! EU NÃO PRECISO DE TI!

(Voz da narradora)

Os dois meninos olhavam-se com os corações apertados e magoados.
O menino de olhos azuis, sentia-se zangado e triste ao mesmo tempo quando viu as lágrimas a formarem-se nos olhos do seu grande e protetor Harry Styles.
Quando Louis gritou a última parte sabia que estava a mentir mas não conseguiu evitar. Explodiu. Precisava soltar tudo para fora, toda a raiva que sentia pelos seus pais e pelas suas regras extremamente rigorosas e idiotas aos olhos do pequeno.
Já Harry não podia acreditar que tiveram a sua primeira discussão e que Louis disse aquelas palavras no final com tanta raiva que foram certeiras para o seu coração.
O menino alto de olhos verdes afastou-se tanto de Louis que ficou encostado na parede petrificado com os olhos arregalados. Louis sentiu-se tão mal ao ver o seu protetor tão frágil, como nunca tinha visto, na sua frente.
-Ha...-calou-se mal ouviu um barulho no fundo do único corredor da casa e logo a seguir uma luz foi acesa. Olhou para Harry aflito, que lhe retribui com um sinal para sair da casa. Louis apressou-se a sair sem fazer barulho ao abrir a porta.
-Harry? Filho? És tu, querido?-ouviu ainda o que parecia ser a voz da Dona Anne antes de sair para o mini jardim dos Styles. A noite estava muito fria e Louis estava só com tecido fino e branco a cobrir-lhe o corpo. Sentou-se num dos dois degraus que dava para a entrada da casa e abraçou-se a si próprio na espetativa de se aquecer. O tempo passou e ele ia pensando na discussão que teve com o Harry. Ele sentiu-se tão culpado por ter descarregado toda a sua frustação no outro menino que começou a chorar compulsivamente, sozinho, no meio da escuridão. Enquanto as lágrimas cessavam o mais pequeno perguntava-se porque o Hazz demorava tanto. Passou pelo que pareceu uma hora. Levantou-se, colocou a mão na maçaneta e tentou abrir a velha porta. Sem resultado. Desceu os degraus, deu um passo e espreitou pela janela estreita. As luzes todas apagadas. Começou a raciocinar e percebeu de imediato. Harry tinha deixado-o sozinho, no meio da noite. Como nunca deixou.

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Olá!! Espero que estejam a gostar da história até agora. Para quem tem dúvidas: o Harry e o Louis têm 10 anos, e estão de férias de Verão. Eles tornaram-se melhores amigos. Mas ambos sentem-se apaixonados um pelo outro mas ainda são novos para perceberem esses sentimentos...
Obrigada por estarem a ler estavfic Larry. Qualquer coisa perguntem à vontade da forma como quiserem. Adoro-vos (:

x LarryDtr_Styles

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⏰ Última atualização: Aug 09, 2015 ⏰

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