Era um domingo e eu como sempre estava na minha irmã. Esse até parecia ser um domingo igual a todos os outros, mas a única diferença era o que eu sentia.
Acho que estou ficando esgotada de toda essa história - digo me sentando ao lado da minha irmã e tomando a panela de brigadeiro da sua mão
ela me olha por breves segundos, como se analisasse tudo o que eu acabara de proferir
sua história com ele? - ela pergunta e eu olho para ela como se fosse óbvio - ok, ok. o que houve?
paro por breve segundos que parecem ser uma década. sinto meu coração bater irregularmente. sinto como se eu fosse explodir de tanta dor, de tanta angústia
seria possível você explodir de amor uma vez
e em seguida, alguns anos depois,
explodir de dor?
você conhece nossa história. sabe minhas dores. sabe o quanto eu me doei e merda, o quanto eu o amei - sinto as lágrimas vindo e suspiro - mas não era pra acontecer, não era para ficarmos juntos. sabe o quanto me dói dizer isso? Foram 4 anos! 4 anos entre idas e vindas. Foram anos de dúvidas e certezas. Eu nunca nem o abracei - a primeira lágrima cai e eu não consigo parar as outras.
ele dizia me amar com tudo que havia nele e agora me encontro sem nenhuma parte dele aqui. quão profundo era seu amor? solto um soluço e sinto um aperto na minha mão. olho para minha irmã, suspiro e continuo
"eu nunca me senti protegida nos braços dele. lembra quando você me perguntou do por que da voz dele ter tanto efeito sobre mim? - ela balança a cabeça e eu sinto meu peito doer - porque é a coisa mais próxima que eu tin.. tenho dele. a voz dele me faz imaginar ele por completo. é óbvio que eu sei como ele é, a personalidade, tudo. mas a voz dele me faz olhar além do que eu vejo e é por isso que eu digo que vai doer mais quando eu cair na real de que não o tenho mais
espero que até lá eu esteja firme.
-V
