Contanto que você me ame.

And about now ?

O doce menino em seus 17 anos de vida nunca sentiu uma dor igual a essa em seu peito, sua mãe era seu mundo e Harry não entendia o porque daquilo tudo.

  Anne sempre foi um doce de pessoa, conheceu Des na flor da adolescência, com seus 15 anos,  Des pediu sua mão em namoro, aos 20 anos casaram e aos 25 anos de Anne tiveram Gemma, todos diziam que Anne era muito nova para tudo aquilo e a resposta dela sempre era "O amor não tem idade". Mulher caridosa, era assim que todos a mencionavam, em seus dias livres Anne dedicava para visitar hospitais, doar roupas aos necessitados e por assim. 3 anos depois de ter Gemma Anne teve Harry. Nem uma das gravidezes foram planejadas mas Anne sempre dizia que foram os dois momentos mais felizes da vida dela e sempre agradecia a Deus pelos 2 anjos que ela colocou no mundo.

  Harry tinha motivos de sobra para não acreditar em porque Anne tinha tirado sua própria vida.

  -Harry está tarde, seu pai pediu pra eu vir te buscar.

  O menino ouviu a voz grossa porém calma de Paul,  o homem trabalhava com Des desde que Harry era um meneninho, Paul já era da família.

  Harry se levantou de onde estava ajoelhado ainda chorando e abraçou Paul sem aviso prévio, o homem retribuiu o abraço apertado sem perceber deixando algumas lágrimas escorrerem. Paul definitivamente não sabia o que era mais devastador: perder Anne ou ver Harry naquele estado, como se o mundo tivesse acabado.

  Ele chorava e soluçava como um bebê, abraçando Paul apertado.

  -Venha, eu vou te levar para casa -Paul falou passando um braço por cima dos ombros de Harry e o levando até o carro.

  O menino parecia um pouco mais calmo mas ainda sim deixava lágrimas caírem enquanto se perdia em pensamentos olhando perdido pela janela do carro, Paul o observava pelo retrovisor de minuto em minuto.

  - Obrigado -Harry falou ainda com lágrimas nos olhos olhando para Paul pelo retrovisor -Sabe, minha mãe acabou de morrer e meu pai não ficou do meu lado, nem ao menos veio me buscar mas você veio, obrigado.

  -Você sempre será meu meneninho Harry, eu ensinei você a andar de bicicleta, lembra ? -Paul deu uma leve risada -Vou estar do seu lado sempre.

  Harry deu uma vaga risada entre lágrimas e se calou. Magoava o menino seu pai não ter ido ao menos o buscar, Harry não era uma pessoa ruim pra não ver a dor do próximo,  longe disso mas Harry queria alguém ao seu lado.

  Gemma por sua vez nem foi ao velório da mãe,  ela sempre foi uma menina forte, sempre protegeu Harry de todas as brigas na escola,  ela mesma fazia curativos em seus machucados quando caia no quando criança mas hoje Gemma não tinha conseguido sair de casa,  nem levantar da cama.

  Depois da cena que presenciou com seu irmão tudo parecia ter acabado pra Gemma, não seria fácil pra nem um filho encontrar a mãe morta no chão da sala com um tiro na cabeça. 

  Quando Harry se deu conta já estava na frente de casa com o carro parado.

  -Vamos ? -Paul questionou.

  -Vamos. -Harry respondeu com poucas lágrimas no rosto.

  Doia e como doia ter que entrar no local onde sua mãe tinha tirado a própria vida, mas Harry precisava, precisava ser forte.