Cuidados - Capítulo 2

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  Yunho rapidamente se afastou um pouco, guardando o cartão da veterinária e pegando seu celular, ligando e relatando para a polícia quase num sussurro, mas provavelmente não seria ouvido pois os gângster haviam começado a lutar com o homem, dando certa agonia e ansiosidade para Yunho. Aquela região era residencial e naquele horário de tarde não havia ninguém na rua também.

- É. Tão. Difícil. Pagar. - Um dos homens fala pausadamente, Yunho olhou discretamente e viu que era um dos tatuados socando o estômago do rapaz, que agora estava sendo segurado por três brutamontes.

- A dívida - O homem que acabará de ser socado falou com certa dificuldade, logo depois cuspindo um pouco de sangue. - Não é minha.

- É muita cara de pau. - O homem falou, preparando o próximo soco, mas ele parou de se mexer de repente, olhando para cima. Yunho pouco tempo depois percebeu por que o homem parou, se ouvia o barulho de uma sirene ao longe, se aproximando. - Pague logo a mensalidade, senão já sabe. - O homem deu um último soco no rapaz e correu, os outros homens o seguindo.

Yunho viu o homem de cabelo castanho se levantando com muita dificuldade, sangue em algumas partes de seu corpo, sentiu um pouco de pena e estava prestes a ir ajuda-lo quando seu gato foi mais rápido e fugiu da caixa de transporte, que foi aberta do nada, e correu em direção ao rapaz, que agora estava entrando em um beco sem saída que havia ali.

Yunho pegou a caixa de transporte e correu em direção ao seu gato problemático, que já havia entrado no beco. Olhando para dentro do beco, havia apenas umas três lixeiras enormes, um rapaz sangrando enquanto se sentava encostado na parede e um gato pedindo carinho para o rapaz. Yunho se aproximou e olhou para a pessoas machucada em sua frente.

Ele respirava com dificuldade, suas bochechas tinha alguns cortes sangrando, seus lábios carnudos estavam rachados e as roupas que ficavam um pouco grande naquele corpo alto agora estavam amarrotadas. Yunho olhou o homem de cima a baixo, o outro desconhecido fazendo o mesmo.

- O que você quer? - O homem perguntou, sua voz rouca.

- Ah, vim lhe ajudar. Vamos, a polícia te levará pro hospital. - Yunho estendeu a mão para o homem, esse que ficou olhando sua mão, parecendo não querer pega-la. - O que houve? - Yunho falou e o homem levantou o rosto, olhando para ele e fazendo Yunho perceber aqueles olhos, praticamente sem brilho, sem vida. Sentiu que havia uma imensidão ali, mas ao mesmo não havia nada.

Um sentimento pesado de tristeza passou por Yunho, mas que logo sumiu quando o desconhecido olhou para o seu colo, aonde um gato preto estava pedindo carinho.

- Uau, ele não confia em qualquer um, se sinta especial. - Yunho riu enquanto se ajoelhava em frente ao homem, fazendo carinho em seu gato. A polícia passou por ali naquele momento, mas não os viu.

- Foi você quem chamou a polícia? - O homem perguntou, colocando a mão um pouco machucada encima do gato. - Que macio. - Yunho ouviu ele falar baixinho, e sorriu contente.

- Sim, fui eu. Eu me chamo Jeong Yunho, e você?

-... Song Mingi. - O desconhecido, agora nem tão desconhecido, respondeu.

- Bonito nome... - Queria perguntar sobre o que ocorreu agora a pouco, mas resolveu não se intrometer, afinal se Mingi quisesse contaria. - Aliás, vamos para o hospital, deve estar doendo.

- Não quero e não preciso. - O homem tentou se levantar, espantando o gato que estava em seu colo, mas logo grunhiu de dor, colocando a mão em sua barriga e se sentando novamente.

- Vamos, não seja teimoso, eu te ajudo. - Yunho aproximou-se do rapaz, mas ele empurrou suas mãos para o lado.

- Porra, qual parte do "não preciso" você não entendeu? - Mingi tentou falar alto, mas logo começou a tossir, algumas gotas de sangue indo junto.

- Aishi, ok, já to indo. - Yunho suspirou e já ia saindo quando se lembrou de Set. - Ah, meu gato. - Se virou e viu seu gato novamente no colo de Mingi, o olhando com aqueles olhinhos verdes esmeraldas. - Aff, não vou te deixar aqui com dor, minha casa fica aqui perto, vem logo. - Yunho andou em direção ao acastanhado e o pegou no colo como uma princesa.

- O que diabo- Ai minha barriga, espera. - Mingi colocou a mão na barriga, mordendo os lábios por conta da dor.

- Desculpa, realmente me desculpa, mas não posso te deixar aqui. - Yunho segurou o acastanhado mais firmemente. - Set, vamos. - Chamou o gato, que lhe seguiu calmamente.

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Cuidadosamente colocou o acastanhado em sua cama, o vendo dormir, ou desmaiado, não sabia. Foi ao guarda-roupa e pegou uma toalha de rosto, depois foi ao banheiro e colocou a toalha sob a água quente do chuveiro, a torcendo depois de um tempo. 
Pegou uma caixa de primeiros-socorros e voltou ao quarto, Mingi estava do mesmo jeitinho que o havia deixado. Tirou cuidadosamente seu gato de cima da barriga do rapaz, levantando a blusa preta que vestia até o peitoral.
- Nossa... - Yunho suspirou ao ver a barriga lisa de Mingi, estava cheia de roxos e provavelmente estava machucada internamente.

Passou a toalha cuidadosamente sobre a barriga dele, a limpando. Ouviu um leve gemido de dor vindo de Mingi, o olhou e ele ainda estava dormindo, provavelmente ia passar o resto do dia dormindo.

Passou a toalha por todo os seus machucados pelo corpo, volta e meia indo pro banheiro para jogar água quente na toalha. Quando terminou, passou uma pomada sobre os hematomas, colocando gases ou uns simples band-aid sobre eles.

Terminado sua missão, resolveu fazer alguma comida leve pois já estava anoitecendo, e Mingi provavelmente ia acordar daqui a pouco. Se sentia um idota por estar cuidando de alguém que o tratou mal, sendo que só havia tentado ajudá-lo, mas deixou esses pensamentos de lado, sua mãe sentiria orgulho.

Em Seus Braços - YunGiOnde histórias criam vida. Descubra agora