Questão de tempo

único

ㅡ Senhor, foi fácil resolver as questões legais, mas é bom lembrar que...

Jackson está à sua esquerda, falando. Youngjae atrás de si, garantindo sua segurança e existem alguns outros poucos homens espalhados pelo recinto, no entanto, Mark não está prestando atenção em nenhum deles.

Seus olhos estão voltados para o rapaz de cabelos escuros do outro lado do balcão, que preparava a bebida.

O crachá diz Jaebeom e ele sempre está de cabeça baixa. A princípio, Mark achou que o jovem reagia assim a sua posição, por saber quem ele era e de onde vinha, porém, depois de dias de observações silenciosas, percebeu que o outro mantinha o mesmo comportamento com todos que frequentam o Pub. Ele simplesmente era tímido.

Curioso também, era ele usar luvas.

O tecido preto e liso cobria as mãos e sumia por debaixo do punho da camisa. Mark batucou os dedos sobre o balcão e olhou para suas próprias mãos cuja pele era marcada com linhas de tinta escura, questionando-se, se Jaebeom usava luvas para esconder tatuagens.

A essa altura, Jackson já havia parado de falar e estava lançando olhares para Youngjae que correspondia à sua maneira.

Mark voltou seus olhos para suas mãos. Já fazia um tempo que fingia não saber do relacionamento deles, das tatuagens que eles carregavam e preferia continuar assim.

ㅡ Il tuo mojito, signore. ㅡ Em um italiano perfeito, um copo foi posto diante de si.

ㅡ Grazie. ㅡ Mark encarou o rapaz e o outro olhou brevemente para si e se afastou para atender outra pessoa. Um leve rubor se expandia sobre suas bochechas.

Tão adorável.

Mark suspirou e jogou os olhos para qualquer outra coisa que não fosse aquele belo rapaz.

Ele até poderia tentar algo, mas infelizmente o destino era uma cadela maldita e o fez ter uma alma gêmea.

[...]

Era um gatinho pequeno, rechonchudo e com algumas manchinhas pretas espalhadas pelo corpinho cinzento. Ele estava com a cabeça erguida e as orelhinhas jogadas para trás, observando uma pequena borboleta amarela voar sobre si. Ao seu redor se destacava a frase: "La bellezza è nascosta nei piccoli dettagli" em uma belíssima caligrafia.

Era um desenho bonito, Mark admitia isso. Não exatamente os mesmos traços agressivos com o qual ele costumava marcar o corpo, ainda sim era admirável.

Olhando pelo espelho, aquela delicada tatuagem parecia um único ponto colorido deslocado em meio ao caos que eram as linhas que Mark carregava em nome de seu império. Talvez até fosse uma vingança. Uma forma que sua outra metade achou para puni-lo por força-lo a passar a vida toda carregando as marcas da máfia.

Se assim fosse, Mark não o culpava.

Ele fechou a camisa e saiu do banheiro para encontrar Youngjae esperando-o no quarto.

ㅡ Signore. ㅡ Seu concierge comprimentou.

Youngjae nunca foi um cara de muitas palavras, só falava quando necessário e fingia não existir quando não era. Mark apreciava isso.

ㅡ Novamente mandei alguns homens buscarem por tatuadores e quaisquer outros que possam fazer rabiscos procurando de informações sobre sua... ㅡ Ele sabiamente ponderou suas palavras. ㅡ Sobre quem quer que tenha feito a tatuagem, mas devo avisar que assim como das outras vezes as buscas não obtiveram sucesso.

"Talvez nunca tenham" é o que ele quer falar.

ㅡ Continue procurando ㅡ É tudo o que Mark diz, e então completar: ㅡ Os homens que está enviando... eles são..?