QUEBRADORA DE MALDIÇÃO: II

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     A floresta Vermelha vazia jus as histórias contadas pelos caçadores, os piores tipos de monstros habitavam naquela floresta.

     Ela se perguntou se morreria hoje. O colar de ametista com uma estrela de oito pontas, ao redor da pedra. Brilhava na escuridão avermelhada da floresta, um alerta, para ela ficar longe daquele lugar, mas ela não iria.

     Tinha prometido a senhora da hospedagem que quebraria a maldição sobre sua filha mais nova, Breanna, era o nome da criança amaldiçoada pelo pai. Maldições entre parentes eram as mais comuns, mas está era especial. A mãe de Breanna tinha contado que sua filha foi amaldiçoada por se recusar a se deitar com seu próprio pai.

     Não que Gwenifer estivesse surpresa, incestos eram mais comuns do que se imaginavam entre o povo Terhacyano, mas não deixavam de ser repugnantes.

     Ela observou ao redor, seus olhos lunares, que lhe proporcionavam uma visão mais ampla de toda a floresta, procurando o dourado familiar de uma maldição. O inverno em Vermell era rigoroso, o frio poderia matar sem as vestes apropriadas.

     Um som se fez presente no imenso silêncio da floresta tingida de branco e vermelho.

     Gwenifer se preparou para armar o encantamento, ela precisaria fazer um pentagrama no chão da floresta e atrair o monstro, Breanna, para dentro dele e proferir as palavras Terhacyanas, que quebrariam a maldição.

     O difícil? Amaldiçoados perdiam sua racionalidade, e substituíam por sede de sangue e morte.

     – Se concentre na magia em suas veias, Nini, você é descendente de Rhianu, portadora dos olhos Lunares.

     A voz de Dyosa preenche os ouvidos de Gwenifer. O animal fantasmagórico, era branco feito a neve, com um corpo de lobo, um Mist, animais considerados raros dentre toda Terhacya.

     – Eu lhe escuto Dyosa e agradeço por suas palavras. Mas agora preciso que se mantenha o mais silenciosamente possível. Se lembra do que Themary lhe disse? “Os Mists precisam ser tão silenciosos quantos os próprios Sylences”.

     Dyosa dá um pequeno aceno com a cabeça peluda. Gwenifer se volta com os olhos para a floresta, ela tinha escutado algo nas árvores, mas apesar disso não conseguiu sentir nenhuma energia ou ver nenhum brilho dourado com amarrações.

     Então um vulto passa entre as árvores, é a hora de agir, ela teria apenas alguns minutos para desenhar o pentagrama e atrair, Breanna até ele.

     Gwenifer andou alguns passos até uma planície vazia e aberta, o lugar perfeito para o pentagrama. Então ela começou os trabalhos. Dyosa tinha ficado de vigia, atenta a qualquer som, enquanto Gwenifer montava a armadilha para Breanna.

     Ela levantou a cabeça enquanto desenhava uma das pontas do pentagrama, um vulto passando logo a frente, ela se apressou, dedos pintados de obsidiana passando pelo solo.

     Dyosa assobiou um aviso, Gwenifer correu os dedos mais rápido pela neve branca, que agora se tornava parcialmente negra.

     –Mais rápido Nini, aquela coisa tá chegando mais perto.

     Dyosa latiu de onde estava, o barulho de passos ficando mais alto, Gwenifer precisava sair dali ou viraria comida de um amaldiçoado.

     Dyosa choramingou de novo, a Mist era mais medrosa do que aparentava.

     A lua brilhou em um clarão, e Gwenifer deu um salto para dentro do pentagrama, tirando um pedaço de carne de coelho, de dentro da bolsa de coro marrom.

     Gwenifer repousou a carne no meio do pentagrama, proferindo palavras da língua antiga Terhacyana.

     Um galho estalou mais perto, dessa vez Dyosa ficou mortalmente silenciosa. Gwenifer se afastou do pentagrama, esperando que o cheiro de sangue do coelho, atraísse a amaldiçoada.

     Ela subiu em uma árvore, alta o suficiente para não ser alcançada pela besta, Dyosa ao lado dela. As duas esperaram em silêncio, então um estrondoso grito foi escutado, as duas virando a cabeça para ver uma criatura horripilante.

     Que os Deuses o tenham a pobre Breanna, que segundo sua mãe era bela e jovem, agora? Ela era uma mistura de dentes, lodo, pelo e garras. Horrível para se dizer o mínimo.

     A besta parou à beira da planície aberta, farejou o ar, então atacou em direção ao pentagrama, em direção à carne de coelho. Gwenifer reuniu a magia, Dyosa se escondendo atrás dela, o poder cantou nas mãos dela, brilho dourado sendo visto. A besta olhou para cima, então Gwenifer começou.

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⏰ Última atualização: Mar 22, 2021 ⏰

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Silence: O silêncio das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora