Eu me lembro, me lembro de tudo que aconteceu.
E desde então, minha vida nunca mais foi a mesma.*9 ANOS ATRÁS*
-Bom dia vovó - Me sento a mesa junto a ela.
- Bom dia Mayumi, quer um pedaço de bolo? - Minha vó pergunta com aquele jeito meigo de sempre.
- Sim vovó - Eu tinha apenas 8 anos, mas ja entendia o que acontecia.
Minha vó nunca me disse, mas eu sei... Eu sei que meus pais morreram, por causa da raposa de nove caudas.
Meus pais morreram tentando ajudar o nosso vilarejo.
Eu sabia disso, eu sentia dor e saudade. Mas nunca demonstrei fraqueza por causa da minha vó.
Ela esconde isso de mim pra não me ver triste, mas se ela soubesse o quanto eu sofro...
- Aqui esta Mayumi. - Põe sobre a mesa um bolo com frutas vermelhas em cima, só ela sabia fazer esse bolo ficar tão gostoso.
- Sabe vovó?
- O que? - Pega seu jornal.
- Posso ir brincar na cachoeira depois? - A cachoeira, meu lugar de paz, só de passar um tempo com os meus próprios pensamento naquela cachoeira, ouvindo o cantarolar dos pássaros, me dava alegria.
- Ah Mayumi, eu ja disse que é perigoso você sair sozinha. - Disse de um jeito doce.
- Eu sei vovó, mas é que depois que o papai e a mamãe se foram, eu só quero ser feliz de novo. - Soltei de repente.
Ela até pensou em me fazer desistir da idéia de ir até a cachoeira, mas no fim, ela deixou.
- Tudo bem, mas não demore, estou com um pressentimento não muito bom.
Minha frustração logo passou e eu comecei a me animar.
- Obrigada vovó. - Levanto da cadeira, vou em sua direção e a abraço, logo depois me apresso pra poder sair.
- Tenha cuidado Mayumi, eu te amo. - Ouvi ela gritando, mas ja estava longe.
. . .
Indo a caminho a cachoeira, meu coração batia cada vez mais rápido.
A ansiedade tomava conta de mim toda vez que ouvia os passarinhos.
Assim que abri as plantas que escondiam o paraíso que era aquela cachoeira.
Meus olhos encheram d'agua.
Ja fui logo tirando meus sapatos, pra poder sentir aquela água pura e cristalina.
Com os olhos fechados apenas aproveitando o momento, sinto algo se aproximando.
Olho para o lado, um coelho.
Branquinho feito a neve.
Me surpreendi quando vi que ele estava se aproximando.
- Você é bem fofinho né amiguinho. - Dou risadas me divertindo enquanto ele mexe seu narizinho rosa.
- Ah... - Lembrei que guardo castanhas nos meus bolsos, pra quando eu sentir fome.
- Você quer amiguinho? - Estendo a mão com as castanhas, ele chega devagar, cheirando e observando, e começa a comer.
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𝐃𝐄𝐒𝐄𝐉𝐎 +18
Teen Fiction𝐀𝐩𝐫𝐞𝐧𝐝𝐢 𝐚 𝐥𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐝𝐨𝐫, 𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨, 𝐝𝐢𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐭𝐨𝐝𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐝𝐢𝐟𝐢𝐜𝐮𝐥𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬. 𝐀𝐩𝐫𝐞𝐧𝐝𝐢 𝐚 𝐥𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐦𝐞𝐝𝐨, 𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐢𝐧𝐬𝐞𝐠𝐮𝐫𝐚𝐧ç𝐚, 𝐝𝐢𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐭𝐨...