#comoatlantico
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Naquela manhã, Taehyung estava enfurecido.
Com o cenho franzido, um bico estampado nos lábios, os braços cruzados e passos firmes, o rapaz desceu as escadas e caminhou em direção à cozinha. O cabelo loiro estava bagunçado, os olhos castanhos estavam inchados e ele ainda trajava o pijama azul de corações, denunciando que havia acabado de acordar.
Segurando a risada enquanto tomava uma xícara de chá de hortelã, estava Jimin. Ele morava com o Kim há pouco mais de sete anos, então o conhecia bem o suficiente para saber qual era a causa de seu estresse, a qual tinha nome e sobrenome; Jeon Jungkook.
O Jeon era um dos solistas coreanos mais conhecidos e premiados do momento, mas Taehyung o conhecia desde seu debut, cerca de seis anos antes, quando ele ainda fazia parte de uma empresa falida e ninguém dava nada por ele.
O grande problema é que Taehyung nasceu em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e nunca teve dinheiro suficiente para ir a um show de Jungkook nas raras vezes em que ele visitava o Brasil, visto que ele fazia shows apenas na capital paulista; e essa era uma dessas vezes.
— Jiminie, definitivamente, eu odeio a minha vida! — exclamou irritado, enquanto se sentava ao lado do melhor amigo. — Pelo resto de minha existência, eu serei incapaz de esboçar sequer um mínimo sorriso novamente — disse convicto, suspirando profundamente antes de pegar uma fatia de pão de forma e começar a comer com desânimo.
— Oh, meu amor — disse, enquanto largava a xícara sobre a mesa para abraçar os ombros do rapaz. — Você está assim por conta do show de amanhã, acertei? — questionou, mesmo que já soubesse a resposta.
— Eu juntei dinheiro por tanto tempo, dessa vez tinha tudo pra dar certo — choramingou inconformado.
E, de fato, Taehyung havia passado meses guardando parte de seu salário e se planejando para o show. Acontece que, uma semana antes da venda dos ingressos, ocorreu uma queda de energia repentina no bairro e a geladeira acabou queimando, o que o obrigou a dar todas as suas economias e seu cartão de crédito para ajudar Jimin a comprar uma nova; com isso, a chance de ir ao show foi completamente por água abaixo.
— Eu sei disso, mas realmente precisávamos da geladeira e eu não conseguia pagar sozinho, desculpe — disse sincero, enquanto iniciava um carinho terno na nuca de Taehyung. — Além disso, a gente não podia vender um dos nossos móveis, você sabe disso.
— Sim, todos são necessários, você disse isso diversas vezes — suspirou novamente, se lembrado do quão frustrado ficou quando Jimin o impediu de vender o sofá. — Eu vou passar o dia trancado no meu quarto, é isso, não há outra opção.
— De forma alguma! Marquei um horário no salão para nós e temos que estar lá em uma hora — disse, enquanto interrompia o carinho e desfazia o abraço. — Ou você prefere que o Jungkook veja seu cabelo mal pintado? — Sorriu sapeca, enquanto tirava um par de ingressos do bolso traseiro de sua bermuda.
— Nem fodendo! — Arregalou seus olhos enquanto tomava os papéis das mãos de Jimin, soltando um grito estridente ao constatar que realmente eram ingressos do soundcheck do show de seu amado Jeon Jungkook. — Como? Quando? — Questionou confuso, desviando seu olhar para Jimin. — Garoto, a gente mal terminou de pagar a geladeira, estamos praticamente na pindaíba, você roubou um banco? — Questionou novamente, dessa vez num tom de seriedade, o que arrancou uma gargalhada de Jimin.
— Claro que não, doido! Eu pedi o cartão de uma amiga emprestado e passei os últimos meses fazendo hora extra pra pagar. — Explicou, sentindo seu coração se aquecer ao ver um enorme sorriso nascer nos lábios de Taehyung. — Além disso, consegui uma estadia em São Paulo e também comprei ingressos para o segundo dia, mas eles são para a pista pista comum, porque infelizmente eu ainda não sou rico. — Riu brevemente. — Achei que seria legal fazer uma surpresa, então planejei tudo no sigilo.
— Fez tudo isso por mim? — Indagou, sentindo seus olhos lacrimejarem após Jimin concordar com um breve aceno. — Você é o melhor amigo do mundo, Jiminie — murmurou, enquanto o puxava para um abraço apertado.
— Você merece, Taehy — disse, enquanto retribuía o abraço. — Agora vá se arrumar, vai ser um dia corrido — disse, deixando um carinho terno nas costas do rapaz antes de se desvencilhar de seus braços.
— Certo! — Se levantou, correndo em direção às escadas. — Espera só até meus mutuals ficarem sabendo disso — gritou animado.
— Perdão Vocaloids, mas a felicidade dele vale mais que vocês — murmurou ao escutar mais um grito empolgado vindo do andar de cima, lembrando-se da vasta coleção de figures que havia vendido para ajudar a pagar os ingressos e as despesas da viagem. — Ele só não precisa saber dessa parte. — Sorriu sincero, enquanto voltava a beber seu chá de hortelã.
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Notas do autor
Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada! Tudo bem com vocês? 🥰
Sejam muito bem-vindos a Colorir, meu mais novo romance!👩❤️💋👩💏
Nesse capítulo vocês puderam ver uma pequena parte da relação entre Jimin e Taehyung, dois de nossos personagens principais; eles tem vinte e seis anos e são melhores amigos desde a infância. Espero que tenham gostado! 🥰
Se tudo der certo, as atualizações acontecerão a cada catorze dias, num domingo! 🙏❤️
Usem a #comoatlantico para me contar o que acharam desse capítulo, eu amo ver as reações de vocês! E se quiserem me seguir no twitter, eu sou a @plutaemin por lá! ❤️
Um grande beijo e até a próxima! ❤️
PS: Meus mais sinceros agradecimentos a @dluvst por essa capa maravilhosa! Suas obras de artes me encantam cada dia mais! ❤️
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Colorir • JJK + PJM
RomanceNum universo onde você enxerga em preto e branco até que conheça sua alma gêmea, Park Jimin começa a enxergar cores após levar seu melhor amigo ao show de Jeon Jungkook, um dos solistas coreanos mais conhecidos e premiados do momento.