𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐

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A moça do caixa sorria para você com entusiasmo "Então, o que você está esperando?" ela perguntou, obviamente pensando você estava animada...

"Hã"?

"Menino ou menina?" Seus olhos brilhavam com uma expectativa estranha, você desviou o olhar, sentindo um calafrio inexplicável...

Ela passou os outros itens um remédio e um tubo de pasta de dente, adquiridos na tentativa falha de esconder o propósito real da sua compra. A vergonha era uma sombra que te seguia, pesada e fria, enquanto caminhava para casa.

"Ter filhos é uma bênção, certo?" Você se perguntava mas o medo te consumia. Esse já era o segundo teste e sentia que deveria ter comprado logo o teste ou ter ido para o medico assim que suspeitou do atraso... mas o medo e a teimosia te impediram.

Sua respiração se tornou pesada, o peso do segredo que você carregava era como uma sombra escura, seguindo cada passo seu. Você já podia sentir os olhares penetrantes, julgadores, refletidos nos olhos de amigos, familiares e até estranhos. Eles observavam, sussurravam, enquanto você escondia a verdade de um filho ilegítimo.

Você simplesmente não entendeu, você foi tão cuidadosa, você sempre fez questão de tomar suas pílulas anticoncepcionais todas as manhãs, se você já se esqueceu, você até tentou fazer seu namorado usar camisinha como outra camada de proteção, mas ele recusou, afirmando que queria ser capaz de senti-la adequadamente.

Você estralou os dedos , acelerando os passos quando outra onda de ansiedade inundou seu sistema... seu namorado... O que ele diria? A culpa seria jogada sobre você como uma maldição, afinal, deveria ter sido um erro seu, um deslize fatal na sua rotina de controle.

E se ele a abandonasse? E se ele desaparecesse na névoa de julgamentos e deixasse você sozinha? E se todos que você amava se virassem contra você, deixando-a isolada em seu próprio tormento?

"Meu amor!"

A voz dele cortou a névoa de medo, e antes que você pudesse reagir, braços fortes a envolveram, puxando-a para um abraço que deveria ser seguro, mas que agora parecia como se fosse uma gaiola. O sorriso dele era alegre, inconsciente do caos que se desenrolava dentro de você, enquanto você lutava para manter a compostura, o pânico ainda fervilhando sob sua pele.

"Eu vi seu bilhete sobre a ida na farmácia e decidi ver se precisava de ajuda com as sacolas. Que sorte a minha te encontrar aqui, bem na frente do prédio, não é?"

Seus olhos varreram o ambiente, e a realidade a atingiu - você havia caminhado automaticamente de volta ao prédio, perdida em seu próprio labirinto de terror. Distraída, ele pegou a sacola.

"Deixa eu levar isso, não posso permitir que minha querida carregue algo tão pesado."

Você deu a ele um sorrisinho, não o contradizendo porque não queria que ele percebesse o que, exatamente, estava carregando. Suas preocupações anteriores ainda estavam gritando umas sobre as outras em sua cabeça. Você entrou em pânico silenciosamente quando voltou para o apartamento, colocando a sacola no balcão. Depois disso, inesperadamente, ele parou bem na sua frente e se virou, fazendo com que você esbarrasse na frente dele.

"Cuidado, querida" Seu namorado te repreendeu, a ternura em sua voz contrastando com o frio que se espalhava por sua espinha. "Você precisa ser ainda mais cuidadosa agora, lembra?"

"Aha, sim, é claro, espere... o quê?" Seus olhos se arregalaram quando ele lhe deu um sorriso.

Não, não era possível que ele soubesse... certo?

𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐀𝐒𝐎𝐂𝐇𝐈𝐒𝐌 𝐓𝐀𝐍𝐆𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora