young & alive: capítulo único

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Nayeon se sentia muito cansada, e se sentia sem vida.

— Não pode fazer isso, Nayeon — o homem bradou, claramente irritado.

Im se virou para ele com fogo em seu olhar. Estava banhada em impaciência e não poderia aguentar mais um segundo daquilo, ou mais palavras cuspidas pela boca do rapaz.

— Não posso? — Falou entre dentes, se aproximando rápido demais com os barulhos de seu salto batendo no chão e ecoando pela sala. — Eu não posso? Sou dona da minha própria vida, e se eu digo chega, é chega.

Ele se sacudiu e desviou o olhar, passando a mão pelos cabelos e apertando o papel contra o peito.

— Você renovou o contrato ano passado. São mais cinco anos, depois desses cinco anos você pode fazer o que quiser da sua vida.

Nayeon nunca havia sentido tanta raiva de seu agente. Era claro que ele estava mancomunado com sua empresa, e a artista queria explodi-lo junto com ela. Era tudo dinheiro, dinheiro, dinheiro.

— Dane-se o contrato! Eu não me importo. Em cinco anos terei trinta, eu vou embora. Eu cansei disso.

O agente suspirou forte demais e estendeu o contrato na frente de Nayeon, balançando fortemente.

— Sabe quanto vai ter que pagar pela quebra do contrato? Você leu as cláusulas antes de assinar?

Nayeon riu.

— Confiei isso a você e acreditei que me passaria todas as informações, afinal é pago para isso, não é? Mas como a empresa de merda, você fez um trabalho de merda, e agora quem está na merda sou eu.

O homem quis rosnar e seu instinto dizia para ele partir para cima da artista, mas apertou as mãos em punhos quase amassando as folhas e se controlou.

— Se você faz isso... se quebra o contrato... você acaba com a minha carreira, e com a sua!

Ele explodiu em berros e Nayeon deixou subir uma risada irônica. Deu passos perto dele, não parecia temer o homem, o barulho do salto contra o chão de sua enorme cobertura em Seul ecoou mais uma vez. Ela estendeu a mão e puxou as folhas do contrato das mãos dele.

Nayeon fingiu ler, correu os olhos superficialmente pelas palavras, e então rasgou a primeira folha com um ganido que subiu pela garganta do agente. Ela riu e rasgou outra, e outra e outra, se divertindo ao ver os pedaços de papel caírem no chão. Ao terminar, chutou o bolo de folhas rasgadas na direção do homem, que estava mais vermelho do que um pimentão.

— Estou pouco me ferrando para a sua carreira — grunhiu ela — Você ferrou a minha. Estou cansada física e mentalmente, esgotada ao extremo e tudo que eu quero... tudo que eu quero é ir para longe desse inferno, então não me importo com como você vai tentar juntar os seus cacos ou quebrar mais os meus. Acabou. Não tem mais "Im Nayeon, maior solista do kpop", "Im Nayeon, embaixadora da Louis Vuitton na Coreia" ou "Im Nayeon, a mulher que tirou a JYP Entertainment do lixo". O que tem agora é, "Im Nayeon, que cansou das merdas de uma empresa tão suja".

O homem tentou refutar, esticou o dedo na direção dela mas a idol bateu nele com a mão dura e esticada, e sua voz gradualmente aumentou até estourar na frase que proferiu em seguida:

— E vai ter "Im Nayeon, que espancou seu agente" se ele não sair da casa dela agora! — O homem a olhou com repúdio, virou as costas e saiu andando, batendo fortemente a porta ao sair, sem que Nayeon escutasse todos os xingamentos que ele sussurrou no caminho.

Ao ouvir a porta, Nayeon caiu em seus joelhos no chão, diante da enorme janela de vidro que a permitia ver Seul por cima. A risada que escapou de sua garganta foi cansada e irônica, seus dedos tocaram o vidro frio e ela olhou para a cidade com estranheza. Nayeon suspirou.

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