Prólogo

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LEIAM O CAPÍTULO ANTERIOR

Louis era apenas um filhotinho espoleta que não conseguia ficar quieto durante suas aulas chatinhas. Ele não queria saber de o que vinha depois do A, nem a sequência correta de números, sua mamãe sempre falava quantos aninhos ele vai fazer mesmo - seis é um número grande demais, de acordo com papai. Será que ele já está ficando velho igual a vovó? Ela tem um número que fala parecido com seis, então provavelmente sim.

Pensar em crescer sempre o deixa emotivo, é por isso que agora seus olhinhos parecem mais brilhantes que o normal, cheio de lágrimas que ele tenta não deixar escapar. O coleguinha que senta ao seu lado o encara fixamente. Ele é quietinho, adora estudar e sempre faz careta quando o filhote agitado grita, mas queria muito ser o namoradinho dele. Calvin não é legal o suficiente, ele não escova as presinhas e sempre colore fora da linha.

"Po que você 'tá cholando?" Harry fala baixinho para o tigrinho, assistindo-o fungar enquanto finalmente deixa as lágrimas escorregarem por seu rostinho.

"Acho que eu 'tô velhino igual a vovó, mas eu não gosto de cabelo branco..." Suas palavras saem ainda mais emboladas que o normal, fazendo o filhote mansinho franzir as sobrancelhas enquanto tenta entender o outro.

Seu choro sofrido é acompanhado de muita baba e soluços, mas o que normalmente seria extremamente nojento, não poderia soar mais adorável aos olhos de uma criança apaixonadinha. Louis é tão fofinho, ao menos parece um tigre. Pelo seu tamanho, Harry confundiria-o facilmente com um híbrido de gatinho.

E exatamente como lida com um gatinho chateado, Harry faz carinho no cabelo castanho e nas orelhinhas felpudas, recebendo de volta um filhote completamente manhoso que continua esfregando o rosto no seu pulso pequenininho e ronronando como o bom felino que é.

Harry é naturalmente caladinho, mas realmente muito doce. Seu pai sempre diz que um líder só fala quando necessário, mas sua mamãe o ensinou muito sobre como confortar as pessoas - especialmente alguém que você deseja acasalar. Não é como se o filhote soubesse o significado carnal da palavra acasalar, apenas deseja para Louis e ele o mesmo amor e companheirismo que enxerga nos pais, companheiros acasalados.

"Olha, gatinho, seu cabelinho ainda é malom bonito."

"Bonito?" Louis projeta os lábios em um leve bico de chateação e Harry não hesita em levantar o polegar que não usa para acariciar a orelhinha macia.

"Muito bonito."

"Seu cabelo é muito bonito também, coleguinha." Diz com a voz infantil voltando ao tom normal, sem mais lágrimas, soluços para o filhote - a baba era um caso à parte. "Você é colega muito legal, leãozinho. Podemos ser melhores amigos... Você quer ser meu melhor amigo, leãozinho?"

Os olhinhos verdes brilham mais do que nunca e ele quer mostrar língua para Calvin nesse exato momento, mas se contenta em apenas assentir ansioso para o filhote que voltou a sua agitação natural.

"Então somos melhores amigos!" Louis diz com a voz alta.

"Sim!" Harry não resiste em gritar também, muito animado sobre o pedido de acasalamento - obviamente, seu próximo passo. "Então... Quando telemos filhotes?"

"Mas somos filhotes ainda, leãozinho. Filhote não pode ter filhote."

Harry incha suas bochechas em chateação, franzindo a testa com descontentamento estampado em seu rosto fofo.

"Você velhinho igual sua vovó mesmo!" Louis abre a boca em descrença, ficando muito bravo com o seu ex-melhor-amigo.

"Não sou não!"

We're Having our Baby - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora