⚠️ TW: Suicídio, mutilação ⚠️
Capítulo na visão do Seungmin.
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Eu me mudei para a Itália aos treze anos junto de meu pai. Eu era uma criança resmungona e chata, em outras palavras, completamente insuportável. Gritar, desobedecer, chorar e agir de forma grosseira foi o meu jeito de tentar chamar atenção após o divórcio dos meus pais. Mas não adiantou em nada, porque eles não se reconciliaram e eu me separei da minha mãe. Eu não conseguia entender e muito menos aceitar o fato de que eles na verdade nunca haviam se amado. E mesmo que eles tenham rompido os laços de forma amigável, eu pensava que a culpa era toda do meu pai e passei a odiá-lo a partir daí.
Eu queria vê-los juntos novamente a qualquer custo e não foi possível. Eu me sentia inútil.
Meu pai resolveu viajar para a Europa e eu fui junto por conta da guarda — a qual eles disputaram muito pela posse. Minha mãe sempre foi dona de casa e não ia conseguir me sustentar, fora que ela tinha uma doença psicológica e isso complicaria bastante durante a minha criação. Meu pai era o único que conseguia me sustentar e era totalmente saudável — tirando o fato de que ele era extremamente sem noção.
Eu odiei me separar da minha mãe porque eu não tinha como ajudá-la e sabia que ia me sentir muito culpado caso algo acontecesse com ela.
Foi difícil me adaptar à nova rotina imposta pelo meu pai, as diferenças entre a Coréia e a Itália são imensas e não dá nem para contar nos dedos. Italiano é difícil! Perdi a conta de quantas vezes passei vergonha por dizer coisas sem sentido e para completar, me zuaram pela minha nacionalidade. Com o tempo, passei a amar a Itália e tudo que tinha a ver com o país e comecei a me sentir um verdadeiro italiano.
De qualquer forma, eu sabia que Salerno não era meu lugar.
Meu pai amava a cidade localizada entre as montanhas da Península de Sorrento e a grande planície do Rio Sele. É de se prever. Ela conta com uma longa história cheia de monumentos e seu nome vincula à importante escola médica, um ponto de referência absoluto desde o início da Idade Média. De fato, a primeira coisa que me tomou o interesse de Salerno foi que lá existe a primeira instituição médica na Europa: a escola de medicina de Salerno tem uma história de mil anos. É muito mais do que apenas a porta de acesso à Costa Amalfitana.
Eu era medroso. Dentro da Catedral de Salerno são mantidos, segundo a tradição, os três mártires decapitados: Caio, Ante e Fortunato. Há uma lenda famosa que diz que colocando o ouvido perto da parede desgastada, você pode ouvir o som do sangue fluindo. Por isso eu passava correndo e mudava de calçada quando estava por perto. Tirando isso, ela recebe muitas exposições de pintores e personalidades de renome internacional, como Picasso.
A cidade que eu idolatro mesmo é Taranto. Desde seus pontos turísticos até os seus restaurantes chiques. É tudo maravilhoso e meus olhos brilhavam sempre que eu imaginava como seria morar na cidade. Meu pai me perguntava o porquê de eu sempre estar interessado em uma cidade quando eu morava em uma melhor. Mas pra mim, isso não importa. Cada cidade tem algo único. Eu amo Salerno, mas Taranto é a minha paixão.
Quando não estava na escola, dava a volta pela cidade. Eu conheço cada canto de lá, mesmo sendo uma cidade grande, eu sei onde fica quase tudo. Eu também sei responder todas as perguntas relacionadas ao município. Quer dizer, se a minha cabeça de velho lembrar.
Era apenas mais um jeito de fugir dos meus problemas.
Quando eu tinha acabado de completar quinze anos, meu pai recebeu uma ligação inesperada da minha avó materna avisando que minha mãe havia falecido de suicídio. Era o que eu mais temia. Presenciei muitos surtos de minha mãe, ela se mutilava e toda vez tentava fazer algo pior. Ela não se conhecia mais devido à doença e depois, quando eu perguntava, ela sempre me respondia a mesma coisa: "Tá tudo bem, isso não é nada". É claro que não era nada. Ela não tinha controle e por causa daquela maldita doença eu a perdi muito antes de sua morte.
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Próxima Estação: Amor - SeungJin/Hyunmin
FanfictionHyunjin começou a se interessar por metrôs desde que encontrou pela primeira vez o rapaz de cabelos castanhos, que sempre ficava mergulhado em seus livros de mistérios, enquanto ficava sentado em um banco próximo ao seu. Então, em um dia cinzento, o...