Aloha

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Eu arrumava as minhas caixas enquanto lágrimas caiam sobre as mesmas, eu odeio mudanças, isso de alguma forma me assusta

Largar tudo que temos para trás, deixar o Canadá para ir morar na praia e ainda por cima no Havaii, que é muito longe, e uma coisa que não estava em meus planos

Ontem discuti feio com minha melhor amiga, é isso me dói muito, depois de tantos anos ela acredita que a distância possa ser prejudicial para a nossa amizade

Tudo começou com uma ligação, estávamos todos na sala quando minha vó nos ligou aqui para casa desperada, ela acabará de perder meu avô para uma doença, mamãe ficou muito abalada e não podia deixar sua mãe sozinha depois de uma situação tão complicada e por isso resolvemos nós mudar e morar com ela

Por um lado eu sentia que precisava daquilo, eu estava muito sobrecarregada, esses dias foram muito corridos, e por um lado aquilo tudo não seria tão ruin assim

Ouço mamãe me chamar e levo as últimas caixas que faltavam para dentro do caminhão, Tchau Canadá, pensei comigo mesma

Entrei no caminhão e se preparamos para ir embora para sempre, pois a nossa casa também já foi vendida

Eu via as paisagens passarem e já no outro dia as paisagens haviam mudado e enfim chegamos no Havaii, fomos muito bem recebidos ao chegarmos na casa de vovó, a mesma nós abraçava e dizia o quanto sentiu saudades da gente

Fazia anos que não a víamos, depois do café da tarde eu resolvi que iria andar um pouco pela praia, eu precisava disso, conhecer meu novo lar mamãe me disse que era necessário

Eu andei pela areia branca e sorria ao ver as ondas se quebrarem, o dia estava quente, mais os coqueiros deixava tudo muito mais fresco e confortável

Me sentei sobre a areia e fiquei ali olhando as ondas, até eu o conhecer, o menino que faria parte da minha vida para sempre, ele estava lá saindo do mar com sua roupa de salva vidas, cabelos loiros molhados, e um colar praiano e vindo em minha direção

Meu Deus, ele está vindo em minha direção, não deveria ter encarado tanto, pensei comigo mesma

Primeiro dia nesse lugar e já estou passando vergonha, ó céus

-Aloha, você deve ser a neta da senhora Eleonor

Me levanto e ia sair quando o mesmo me segue pela areia

-Desculpe, não me apresentar, sou Jonny Manchester, amigo de sua vó, ela me disse muito sobre você

Ainda assim não olho para trás, pelo céus que irritante, me deixa em paz rapaz

-Não vai me responder, acho que sua avó errou nas qualidades, não estou vendo essa menina tão educada que ela me falava

- Primeiro:não sou uma menina, sou uma mulher e segundo:eu nem te conheço, não tenho que conversar com você

-A sua avó que me pediu para te ajudar no que precisasse, ela imaginou que a mudança iria ser difícil para você e me pediu para te mostrar um pouco da nossa cidade, ou melhor do nosso pequeno paraíso na terra, como costumo dizer

-Não preciso de ajuda, e não estou interessada na sua companhia

-Acho que precisa sim, você está indo para o lado sem saída, chegará lá na frente e só verá uma enorme pedra

-Talvez eu saiba que lá tem uma pedra e eu queira ir ver a "grande pedra"

Ironizo entre aspas

-Não é "grande pedra" princesinha do Canadá, a pedra é enorme!

O mesmo começa à gargalhar, me olhando de cima a baixo e continua rindo

-Do que ri tanto?

-Está de moletom, ó céus, estamos em uma praia no meio do verão, embaixo de um sol escaldante

-Quando saí de casa ontem estava frio, mais quer saber, nem lhe devo satisfação na verdade

-Você é muito birrenta sabia, tá bom, então se vira, e se guie sozinha, cuidado com os tubarões!

-Eu vou, peraí, aqui tem tubarões?

Ouço ele gargalhar enquanto se afastava, ele estava me zoando, que folgado