Capitulo 2

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—Agora vamos fazer silêncio e agradecer pelo jantar. —Mamãe era extremamente religiosa e gostava de demonstrar a todos.

Estávamos todos em volta da mesa, menos meu pai, que chegaria mais tarde. Eu estava sentada ao lado de Harry, que tinha minha irmã em sua frente, e por ultimo mamãe ao lado de Kassey.
 

—Harry, querido, diga-me o motivo de sua volta a Londres agora?Por que não terminou os estudos primeiro?—O tom de voz dela era meloso, e gostaria de saber por que ela nunca falava comigo assim.
 

—Senhora Bennett, eu voltei por que meu amigo Niall teve alguns problemas pessoais e teve de voltar a morar com os e eu não gostaria de ser um incomodo para eles... —Ela não tinha nenhuma expressão no rosto, somente balançou a cabeça afirmando.
 

Eu estava levando um talher à boca quando simultaneamente Harry tocou minha perna por debaixo da mesa.


O que?

Virei-me rapidamente confusa. Em seus lábios nascia um sorriso malicioso e seus olhos estavam presos em mim. Suas mãos quentes roçavam em minha coxa em movimentos lentos para cima e para baixo. Mesmo sendo assustador o fato de ele ter chegado há pouco tempo e de estar fazendo isso, não poderia negar que era extremamente bom.


A comida imediatamente se paralisou em minha garganta, impedindo-me de respirar e engolir. Não consegui dizer a ele para parar sem chamar atenção de ninguém, muito menos falar agora que eu estava engasgada.

Em alguns segundos Kassey teve o impulso de se levantar e bater em minhas costas e me ajudou.
 

—Obrigada. — Falei grata.
 

—De nada, deu para ver que estava mal!—Suas sobrancelhas se arquearam olhando diretamente para baixo da mesa. Assenti fechando os olhos e respirando fundo. Tenho que fazer alguma coisa...
 

Retirei suas mãos de minha perna e as coloquei nas dele. Seus olhos surpresos foi até minhas mãos, talvez ele não esperasse que eu o fizesse.
 

—Harry, após o jantar Audrey vai ao seu quarto lhe repassar as lições.
 

—Mas falta uma semana para recomeçar as aulas, a gente poderia fazer isso amanhã. —Revidei a observando.
 

—Não aumente seu tom de voz... Ele veio para estudar e quero que se saia bem. Não quero que ele chegue com as matérias atrasadas só por que esta entrando no meio do ano. E é só isso, sem “mas”.
 

Eu estava irada com idéia dela querer manter nós dois no mesmo quarto durante a noite sem saber o que ele me causava.
 

—Iremos fazer nosso melhor. —Meus olhos se viraram em direção ao moreno, e seu sorriso vitorioso estava estampado, junto com aquela cara de pau que tinha.
—Sei que irão. — Mamãe falou levando o talher até a boca.
 

—Já terminei. —levantei e os deixei confusos na mesa.
 

Depois do jantar só ouvia as reclamações que minha dava sobre mim e como eu estava agindo recentemente, e Kassey se juntava a mim, também não dizendo uma palavra...
 

O que estava acontecendo comigo? Quem era aquele Harry? Por que insistia em me tocar?
 

Eram as perguntas que permaneciam em minha mente...
 

Abracei meus bichos de pelúcia na tentando sentir ao menos um pouco de conforto... Um frio se formava em minha espinha me desconcentrando dos meus pensamentos. Não havia notado que estava há vários minutos.
 

Respirei fundo, e me levantei pegando os cadernos sobre a escrivaninha.
 

Você consegue Audrey

Meus pensamentos estavam agitados e meu coração também. Estava prestes a ter uma arritmia cardíaca. Minas mão suavam quem olhasse para mim não deixaria de perceber o quanto eu estava nervosa.
 

—Harry... —Ele já havia aberto a porta na segunda batida.
 

—Entra!—Ele estava secando os cabelos enquanto colocava uma calça de moletom larga e sem camisa, o que deixava transparecer suas tatuagens ao longo de seu corpo.
 

—Sente-se eu não mordo. —Aquilo me fez um dar um sorriso. —Só se pedir é claro.
 

Será que ele gosta de me ver envergonhada? Eu estava totalmente corada, com os livros escorregando de minhas mãos molhadas e tremulas.
 

—Audrey? Não vai entrar? —Ainda estava parada em frente à porta o analisando.
 

—Ah, claro. Sentei-me sobre o colchão macio, mexendo na roupa de cama que eu havia escolhido. Harry esfregou as mãos e deu um sorriso indecifrável.
 

—Então vamos começar!
 

—Você não quer colocar uma camiseta primeiro?—Manteve o sorriso enquanto balançava a cabeça em negação.
 

—Audrey, não irei fazer nada, não se preocupe. — Tentou me acalmar, e não deu certo

—É, tenho sérias dúvidas— Resmunguei para mim mesma, mas ele acabou ouvindo.
 

—O que quer dizer com isso?— Juntou as sobrancelhas e eu revirei os olhos por ele tentar se fazer de desentendido.
 

—Talvez sua mão boba deva saber. —Pensei que teria alguma resposta com ele tirando brincadeira comigo, até mesmo uma ignorante, mas simplesmente começou a rir e deitou-se.
 

—Faz tanto tempo que não me divirto assim com você.
 

—Como é?
 

—Nós fazíamos brincadeiras inusitadas...
 

—Não mais... Agora... —Me interrompeu iniciando um assunto sem coerência com o que devíamos realmente estar fazendo.
 

—Você mudou. —Ele já havia se levantado e sentado à minha frente. —Eu disse que gosto de ver seus olhos. —Sussurrou perto e senti seu hálito quente contra mim.
 

Seus dedos andaram por minha pele até chegarem ao meu rosto e por fim em meus lábios. Nossas respirações estavam em uni solo e pude sentir a de ambos acelerarem na medida em que ele se aproximava.
 

—Eu quero uma coisa sua...

2 ° Segundo GrauOnde histórias criam vida. Descubra agora