Shut Up and Kiss Me

Capítulo 1

Eu amava ser professora.

Mas reconheço que às vezes essa profissão possa ser um saco.

Não existe nada mais constrangedor do que quando você vai para algum restaurante, shopping, mercado, e dá de cara com algum aluno seu, principalmente quando eles fazem uma cara surpresa, como se, já que você era professora, fosse proibida de frequentar ambientes igual seus alunos.

Mas o mais constrangedor é quando você é professor e encontra um aluno seu em algum bar. Principalmente porque é um bar. Quando você entra em algum bar, a primeira coisa que você espera fazer é encher a cara para esquecer os problemas da vida e dar em cima de algumas pessoas, até mesmo dar uns beijinhos, mas imagina fazer isso enquanto um aluno seu está vendo???

Esse era meu maior medo.

E, bem, minha maior preocupação no momento.

Eu havia combinado de ir com a Marlene num bar que ficava na esquina da casa dela, já que ela não parava de insistir.

— Vamos, Lils! Vai ser legal!

— Qual a definição de legal pra você, Marls? Ir comigo até algum lugar, começar a conversar com alguma pessoa interessante e depois me deixar completamente sozinha?

— Lily, foi só uma vez!

Semicerrei os olhos.

— Tá bom, foram quatro! — ela admitiu e eu dei risada.

E, bem, hoje era sábado, e resolvi que merecia sim uma diversãozinha, ainda mais depois que meu ex-namorado, Amos Diggory, havia me traído com Emmeline Vance, que ainda por cima, trabalhava na mesma escola que eu!

Depois do ocorrido, eu tinha perdido completamente a vontade de sair para os lugares e tentar conhecer alguém, principalmente porque todas as pessoas que eu tentava me relacionar, eram tão.... chatas.

Uma vez, Marlene quis arrumar um cara pra mim que trabalhava com ela, Severus Snape, mas todo o nosso "encontro" foi ele falando sobre política e mostrando apoio a um político, que eu, bem, detestava.

Teve outra vez que Marlene tentou arrumar uma mulher pra mim, que também trabalhava com ela, Narcisa Black, e bem, ela era realmente muito linda, tipo muito, mas era tão mesquinha e tão chatinha, ela reclamava de tudo, do restaurante escolhido, do prato que ela tinha pedido, da música que tocava no lugar, enfim, tudo. Aí eu perdi a paciência e fui embora e nunca mais a vi.

— Honestamente, Marlene, cada pessoa que você tenta arrumar pra mim, hein! — resmunguei pelo telefone enquanto voltava pra casa, e tentando abrir a porta do meu apartamento e falhando miseravelmente — Eu acho que isso é um sinal de que eu devo parar de te dar ouvidos.

Do outro lado da linha conseguia sentir que Marlene tinha revirado os olhos e resmungado alguma coisa.

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— Uau, como você está linda! — Marlene exclamou, enquanto eu abri a porta do meu apartamento para que ela entrasse — Com certeza, se não fosse sua amiga, daria em cima de você!

Sorri e revirei os olhos.

— Besta.

— Mas é sério! Você está linda! Certeza que vai passar a noite fora... — ela sorriu maliciosamente e piscou.

Cruzei os braços e a encarei.

— Não sei do que está falando.

— Ai, Lily! Já está na hora de você se envolver com outra pessoa! Eu sei que você quer isso! Eu te conheço.