Prólogo

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Reza a lenda que uma entidade divina habita no topo do Sommet du Soleil, o Cume do Sol. Um local sagrado, palco de uma batalha há muito esquecida vindoura de tempos em que deuses e monstros não eram tão incomuns assim.

Reza a lenda que o artefato criador de toda a vida, a gota primordial de todos os seres, repousa em um altar dourado onde é protegida dos mortais pelo seu guardião alado.

A lenda fala de um governante humano que ousou sonhar longe demais e foi seduzido pelas forças que outrora haviam sido banidas daquelas terras. Ele entregou o mundo às garras da escuridão em troca de obter aquele poder de criação que superaria até mesmo os deuses.

Dizem que o guardião se colocou em seu caminho e lutou incansavelmente em defesa do artefato que há tanto lhe havia sido confiado. Porém, até mesmo a mais brilhante luz decai perante o poder sombrio de um coração corrompido, e, assim, o feroz protetor foi subjugado. Porque, em algum momento, até mesmo os deuses têm que cair.

Dizem que os seus gritos foram ouvidos por todos os campos e além-mar.

Dizem que o Sol foi tomado por rachaduras tão negras quanto o sangue derramado.

O que ninguém se perguntou foi: o que acontece quando um deus cai?

A resposta seria dada em breve e, quando viesse, mundo algum estaria preparado para ela.

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