" Sempre imaginei impossível um crush de infância se tornar sua vida em alguns anos, suportando tudo o quanto barreiras pudessem existir para que estivéssemos ali, até mesmo um leito.
Nunca fui do tipo romântica ou que sonhasse com uma família até...
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Barcelona
Dia vinte e oito de dezembro, em meio a madrugada começo a sentir contrações. Estava entre o fim de dezembro e início de janeiro para Esmeralda nascer, apesar do meu medo dela nascer entre os feriados, queria tentar normal.
As contrações estavam diferentes das de treinamento que havia tido há alguns dias atrás. Dei alguns cutuques em Philippe que se revira na cama. O sono desse aí só por Deus.
— Philippe acorda caramba. Eu acho que a Esmeralda quer vir. – o empurro me levantando.
— Mas já? – pergunta ainda sonolento. Com certeza não entendeu.
— Ainda está dormindo né idiota.
— Espera a Esmeralda ? Não era pra janeiro? Ela está vindo antes? – levanta em um salto.
— Não, está no tempo. – franzo o cenho. — Vai ver a Maria por favor enquanto pego as coisas e me troco. – peço já sem paciência.
•••
— Eu não consigo mais. – suspiro frustrada e cansada após mais uma tentativa falha de empurrar em um trabalho de parto que já está durando quatro horas e já fizemos o possível.
— Respira fundo amor, você fez o possível. Se acalma. – Philippe diz secando lágrimas que insistiam em cair desesperadamente. Sentia meu ar faltar.
Philippe colava seus lábios em minha testa enquanto sussurra palavras que não conseguia escutar, sendo as últimas coisas que escuto ser:
— Vamos ter que tirá-la, estamos perdendo as duas. – a médica informa os enfermeiros e tudo escurece.
