— Ah é mesmo?? Assim você é a mais má aqui não é!? Diga lá, quem me vai impedir de levá-la?? — perguntei-a.
— Eu vou. Pra isso terás que matar-nos a todos. — disse a Marta.
Eu estava sem tempo, e, há muito que a Marta cruzava o nosso caminho só para atrapalhar e, a culpa de tudo isso estar a acontecer também era dela.
Manipulei a arma e fiz mais um disparo, desta vez, acertando o tórax da Marta. Ela caiu morta no chão daquela varanda.
Segurei o braço da Rebeca, ela mostrava resistência e aos gritos e choros pedia para eu soltá-la, porém eu nem dei a mínima às suas súplicas inúteis. Arrastei-a casa a'fora e descemos às pressas a rua abaixo. Na verdade andávamos sem rumo. Mas eu pensei, “vou levá-la até à sua casa para estar segura lá e eu vou me mandar daqui”.
Andamos um pouco mais, uns 7 quarteirões do local onde deixamos os corpos estendidos naquele piso frio de mosaico branco.Chegamos à casa da Rebeca. Deixei ela no portão e exigi que entrasse. Ela entrou, eu coloquei a arma na cintura e fui embora.
Decidi ir à casa de um amigo e então, continuei a descer a rua.
Olhei lá mais ao fundo e vi que a polícia estava a fazer ronda. Mudei de ideia, decidi voltar. Sabia que iria dar em merda se eu seguisse em sua direcção. Mas ainda assim, acenaram para mim com as luzes do carro. Ordenaram que eu parasse, e eu não parei.— Jovem, pare imediatamente e vire-se à parede para fazermos varredura em ti.! — ordenou outra vez o polícia.
Eu não podia parar, temia que seria preso então, pus-me a correr.
Corri incansavelmente e eles vinham atrás de mim, efetuaram alguns disparos que assobiavam-me às orelhas. Pensei por algum momento em revidar, mas, já havia cometido muito àquela noite. Continuei a correr.
Depois de longos 2 minutos de perseguição, consegui despistá-los.
Fui para uma esquina, puxei os fones no meu bolso traseiro, conectei ao meu smartphone e coloquei no Play a música de The Weeknd com o tema "Blinding Light" para piorar o meu estado eufórico, e continuei a andar.
Vi uma Roulott que ainda estava aberta. Comprei dois maços de cigarros SL.Continuei a caminhar sem saber para onde ir. Parei em frente de uma igreja e sentei nas escadas de fora. Acendi um cigarro e comecei fumar. Pensava na vida, pensava na Rebeca, pensava nas atrocidades que acabei de fazer e comecei a chorar inconsolavelmente. Sabia que precisava continuar a andar.
Pensei, “vou procurar um lugar para dormir e amanhã vou à casa da Rebeca ter com ela”.
Levantei e pus-me a andar.
Encontrei um senhor morador de rua em baixo de um viaduto a dormir e pedi-o que pernoitasse ali com ele. E ele pediu que eu o pagasse. Dei-lhe um dos meus maços de cigarros e ele aceitou.Finalmente, eu estava a repousar, porém estava sem sono.
Levantei daquela cama improvisada com papelões, onde pedras substituiam as almofadas convencionais, e decidi simplesmente me sentar para continuar a pensar, e de tanto pensar, adormeci sentado.7H20
Eu já estava acordado e firme na ideia de ir atrás da Rebeca.
O senhor morador de rua já estava com o rádio ligado, ouvindo noticiário das 7h.
Só ouvi uma parte do que se dizia no noticiário, em que o jornalista passava as características de um assassino, dizia "O jovem está foragido, no momento do crime, segundo a sua própria namorada que é testemunha ocular de todo o ocorrido, diz que ele se fazia apresentar de uns sapatos pretos, umas calças jeans escura e uma t-shirt cinzenta”. O senhor olhou para mim e ficou com medo.— Não me faças nada, por favor! Eu sei que és tu quem eles procuram. — disse o senhor, com todo medo que podia sentir.
[...]
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O AMOR TORNOU-ME ASSASSINO
Short StoryO conto completo foi escrito no dia 14 de Fevereiro de 2021, numa duração de duas horas de escrita, correspondente ao período das 16h às 18h do mesmo dia, e foi publicado em 5 partes durante 5 dias ininterruptos no meu perfil do Facebook (Lázaro Nda...