Longa Caminhada

Capítulo 2 - Perdido

Narrado por Clairton

Ano de 2014 em Beberibe

Estou acabando com minha vida, tenho consciência disso. Mas não consigo parar. São tantas tentações que quando vejo já tenho caído. Festas, drogas, bebidas, prostituição são os meus prazeres, porém quando passa sinto uma solidão, um vazio que nada preenche.

Estou correndo quase toda tarde até o anoitecer pelos morros pra ver se consigo dormir já exausto, porque se não passo a noite bolando na cama sem paz.

Resido com minha tia Auzenir, ela é como uma mãe pra mim, ela nunca teve filhos, eu sou como um pra ela e o tio Mateus.

Aqui em Tracuá é como um sítio, eles cuidam das coisas e a tia pega muito no meu pé, dando conselhos, quando quero escuto calado, quando não saio pra não ouvir.

Tenho uma irmã a Raiane, e dois irmãos o Lairton e o Daniel. Quando dá certo vou lá. Eles moram com meus país Airto e Fátima.

Um dia estava muito drogado e vi uns vultos atrás de mim. Corri até chegar em uma lagoa, de repente eu estava me afogando. Comecei a me debater e pedi a Deus misericordia. Quando me levantei a água estava batendo no meu joelho. Minha mãe devia está orando por mim porque por pouco não morri.

Comecei a me perder muito cedo, minha mãe tentava me levar pra igreja, mas só tenho lembrança de um culto no meu tempo de adolescência. Quando comecei a usar drogas dizia pra mim mesmo que quando quisesse eu parava, porém a realidade não é essa.

Um dia desses quase que a polícia me pegou a meia noite. Eu estava com drogas na roupa, ainda bem que um dos policiais conhecia minha família e eu. Ele disse que fosse pra casa não era hora de estar a rua. Sou branco, mas nessa hora devia está da cor de papel ofício.

Outro dia quase tive uma overdose. Deus só pode ter um plano muito grande na minha vida. Sinto que estou perdido, mas ainda não é o fim. Porque Ele me socorreu mais uma vez quando pedi. Até disse que seria dele, mas ainda não tive forças para me entregar, meus amigos que sabem ficam só zombando de mim.