Tetsuro acordou alguns minutos antes do habitual, quando ia se levantar, sentiu um peso sobre si e foi então que se lembrou que Kenma havia dormido ali.
Ele abraçou o menor com delicadeza, já que dormia profundamente e não queria acorda-lo. Ficou admirando cada parte de seu rosto com um pequeno sorriso nos lábios. Pouco tempo depois, Kozume acordou e seus olhos se encontraram com os de Kuroo por alguns segundos.
– Bom dia, gatinho – Acariciou brevemente o cabelo do menor – Dormiu bem?
– Bom dia... Sim – Respondeu e se sentou lentamente no colo do mais velho – Te incomodei?
– Não, nunca – Fechou os olhos por alguns segundos e logo encarou o meio loiro novamente – Quer alguma coisa de especial no café?
– Nada necessariamente – Kenma rolou até o outro lado da cama e se levantou – Vai querer ajuda?
– Pode ser
Após vestirem roupas mais quentes, desceram até a cozinha e Tetsuro pegou alguns ingredientes no armário para fazer panquecas.
Depois de comerem, Kenma andou até a janela para poder ver os flocos de neve caindo enquanto Tetsuro conversava com Koutaro pelo celular.
Kozume percebeu algo correr até a varanda da frente e logo foi ver o que era. Um gato branco com manchas pretas. Rapidamente o pegou e levou para dentro da casa.
O colocou sobre o sofá com algumas almofadas em volta e pegou um pouco de água para o felino.
– Kenken, o Bokuto quer falar com... Por que tem um gato em casa? – Disse se aproximando do sofá com o celular em mãos
– Achei ele lá fora. Me pergunto como ele chegou aqui – Franziu as sobrancelhas encarando o pequeno animal
– Deixa que eu cuido dele, fala logo aqui com o Bokuto – Entregou o celular para o menor
O meio loiro revirou os olhos e pegou o celular, Kuroo pegou um pequeno cobertor e improvisou uma cama para o gato. Ficou um tempo acariciando o animal até Kozume voltar para sala.
– Vamos ficar com ele? – O moreno peguntou vendo o felino cair no sono
– Claro que vamos. Não podemos deixar um animal solto e sem cuidados em um frio desses – Kenma se sentou do outro lado onde o gato estava
– Você é mais carinhoso com o animais do que comigo, me sinto trocado
– Animais são mais importantes... Então, qual nomes vamos dar pra ele? – Encarou o mais velho com os olhos brilhando em expectativa
– Tsuken – Respondeu rapidamente – Já havia pensado nisso desde que vi ele
– Você literalmente só juntou nossos nomes, nem pra ter um significado, tipo Yuki já que encontramos ele no inverno – Arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços
– Claro que tem significado, pensei nisso por ele ser nosso filho – Sorriu acariciando cuidadosamente a cabeça do gato
– Nosso filho? Da onde você tirou essa ideia?
– Estamos cuidando dele agora, como pais, é lógico. Achei que iria gostar da ideia mas se quer fazer ele sofrer por os pais serem separados... – Deu de ombros soltando uma risada baixa
– Não sei porque ainda me surpreendo com as suas ideias – Revirou os olhos
– Quer ir lá fora enquanto ele dorme? Já começou a nevar mais – Apontou para a porta de vidro que ficava nos fundos da casa, onde se via claramente os flocos de neve
– É, pode ser. Vou só colocar uma roupa mais quente
Ambos foram para seus quartos e apenas colocaram o casaco que mais iria esquenta-los. Desceram rapidamente e já estavam do lado de fora da casa. Os dois tinham brilhos intensos nos olhos, eles adoravam o inverno mas não quando o frio os impedia de fazer algo.
Eles fizeram um boneco de neve, que Tetsuro fez questão de o chamar de Olaf porque o achou parecido com o de Frozen. Também fizeram vários anjinhos na neve e em algum momento, começaram uma guerra de bolas de neve.
Kuroo prestava atenção em casa sorriso ou risada que Kozume dava, era difícil ele dar algum tão verdadeiro quanto esses mas não chegava a ser algo totalmente raro. O meio loiro se perdia em cada parte do rosto do mais velho, o que fazia o deixar sem jeito algumas vezes mas logo recuperava sua postura.
Estavam apaixonados novamente.
Ou será que esse sentimento sempre esteve ali mas estava se escondendo esse tempo todo? Bem provável.
– Kenma, vem cá – O moreno fez um sinal com a mão, o chamando para perto
– O que foi? Não se cansou dessa guerra que tivemos
– Vamos lá – Sussurrou para si mesmo e segurou as mãos de Kenma – Olha, eu sei que no ensino médio não demos certo mas eu ainda contínuo tendo sentimentos por você. A quatro anos atrás eu prometi que iríamos ficar juntos para sempre, talvez isso realmente acontecesse com a amizade, só que eu não consigo enxergar você apenas como um amigo. Eu quero poder te beijar novamente, acordar com você ao meu lado igual a hoje e quero viver ao seu lado para sempre. Eu posso não ter cumprido a promessa no passado, mas eu vou cumprir essa de agora, se você permitir. Então, gatinho, aceita namorar comigo? E dessa vez sem nada pra nos atrapalhar? – Tetsuro apertou um pouco mais as mãos com um sorriso enorme no rosto e sentindo a ansiedade o atingir
– Tetsu... Calma, deixa eu me recuperar – Repirou fundo e virou em direção ao lado que começava a congelar, soltando um grito alto – Pronto. Eu aceito, e eu também vou cumprir com a promessa, afinal um relacionamento é feito a dois, então os dois tem que cumprir – Sorriu e desviou o olhos por alguns segundos – E sobre a questão dos sentimentos... Acabei de descobrir que eu reprimia eles, acredita?
Ambos riram e ficaram se encarando. Kozume revirou os olhos, começando a ficar sem paciência pela demora e tomou a iniciativa do beijo. Não foi nada muito demorado mas com certeza estava repleto de sentimentos.
– Certo gatinho, agora é hora de cuidar do nosso filho
Kuroo o pegou nos braços estilo noiva e adentou o mais rápido possível dentro de casa. Quando chegaram na sala, o gato já estava em cima de um dos armários, o que fez os dois rirem e começarem a correr atrás do felino.
{...}
Os últimos dias na casa não teve nada de mais, apenas as mesmas coisas de sempre. Agora eles já se encontravam no carro, voltando para a cidade. Tetsuro tinha uma mão no volante e outra na coxa de Kenma, que segurava o gato em seus braços e fazia algumas brincadeiras com o mesmo.
– O que vamos fazer agora? Continuamos nas nossas casas, alguém vai morar na casa do outro ou compramos uma casa só para nós? – O moreno perguntou mantendo sua concentração na estrada a frente
– Não sei, acho que podemos comprar uma casa, de preferência maior que a nossa, porque vamos ter vários filhos igual ao Tsuken – Sorriu encarando o gato que ronronava com as carícias do meio loiro
– Você se animou mesmo com a ideia, não? – Soltou uma risada baixa
Horas depois já estavam na cidade. Quando chegaram em frente a casa de Kenma, encontraram o casal de amigos o esperando. Bokuto e Kuroo passaram a noite praticamente bebendo enquanto Kozume contava detalhadamente tudo sobre a viagem para Akaashi, que até agora estava chocado pelo fato de Kuroo realmente sequestrar Kenma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐓𝐑𝐀𝐕𝐄𝐋, Kuroken
Fanfic[Concluída] talvez apenas uma viajem pudesse trazer todos os sentimentos à tona. Capa: @s_fonsecan no twitter