Único- Mal gosto vem do berço?

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13:30 da tarde, depois do almoço. Sol quente e um calor dos infernos que só quem vive o verão brasileiro sabe. Bakugou foi convidado para almoçar na casa de Shouto aquele dia e, como nunca recusava a comida maravilhosa de Fuyumi e também estava sentido falta do namorado- já que ambos estavam mais do que ocupados com as coisas da faculdade- aceitou sem nem pensar duas vezes.

A casa do mais alto estava como sempre, a mesma casa de burguês safado que ele já tinha visitado milhares de vezes: Grande, espaçosa e chique, com uma pequena alteração que fez a sesta ser meio ruim...

-Ah, Katsuki, esqueci de avisar, mas o ar condicionado tá quebrado.-Falou assim que entraram no quarto do bicolor, onde a porta que dava para o jardim já estava aberta e o ventilador já estava posicionado de forma estratégica.

-Mas que casa de rico é essa que não tem ar condicionado?!

-Coisas quebram, Katsuki, independente de ser de rico ou não.-Respondeu enquanto revirava os olhos, ligando o ventilador no 3 e pegando duas almofadas para ele e o loiro se sentarem na frente do mesmo.

-... E a piscina?

-Tem que limpar. Já era para estar limpa mas não deu para o moço que limpa vir ontem, parece que pegou catapora de um dos filhos dele, não sei. E outra coisa, tá querendo nadar logo depois de ter comido feijoada, Katsuki?

-Tsk, que merda...-Reclamou, se recostado na almofada que o meio á meio lhe dera.

Ficaram os dois em silêncio por um tempo, curtindo o vento que o ventilador produzia e também a companhia um do outro, até que Shouto se levantou de repente, assustando Bakugou que segurava sua mão e já estava quase caindo no sono.

-Lembrei que a Fuyumi comprou picolé de uma sorveteria natural aqui perto, você quer? São de sabor de frutas.-Falou, diante do olhar raivoso do namorado, que logo se suavizou ao ouvir as palavras "picolé" e "de frutas".

-Quero sim, um de abacaxi, se tiver.

-Ok, vou aproveitar e pegar a caixinha de som também, você vai querer ouvir Seu Jorge, né?

-Isso.

E com isso o bicolor saiu em rumo á cozinha, voltando um tempo depois equilibrando um picolé na boca, a caixinha em uma mão e outro picolé e um saleiro na outra. Bakugou se levantou para ajudá-lo e assim ambos estavam novamente sentados em frente ao ventilador, cada um com seu picolé, as primeiras notas de "Mina do Condomínio" saindo da caixinha de som ao lado deles.

-Esse sal aí é 'pra quê?

-Para o picolé, ora. Picolé de cajá sem sal não tem graça nenhuma.

-Picolé de quê?!-Perguntou, olhando para Shouto como se ele fosse um E.T, fazendo Shouto o olhar da mesma forma.

-Picolé de cajá, Katsuki?! Nunca ouviu falar? Ele sozinho é meio merda, mas com sal é bom demais.

-Claro que já ouvi falar, só tô supreso por você ter tanto mal gosto, isso aí é uma bosta.

Respondeu, fazendo cara de nojo e voltando á chupar seu picolé, nem percebendo o olhar indignado que Todoroki lhe lançava; como ele se atrevia a falar mal do seu sabor favorito, que também era um clássico? Logo ele, que gostava do sabor de abacaxi? Shouto nem tinha dito nada quando o namorado pediu esse sabor horroroso, mas agora que o loiro tinha criticado seu sabor favorito, não tinha outra opção a não ser devolver a crítica.

-Falou quem gosta dessa ofensa que chamam de picolé de abacaxi, você dá uma lambida e sente os fios da fruta, um horror.

-Você não tem direito nenhum de reclamar do abacaxi quando você gosta de cajá... e COM SAL! Onde já se viu misturar doce com sal?-Disse, tirando uma mordida do picolé e olhando para o bicolor com raiva, esse que retribuiu seu olhar e se afastou de Bakugou, afim de encará-lo de frente.

Tarde quente e picolé de cajá com salOnde histórias criam vida. Descubra agora