Capítulo 1

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O vento quente de verão uivava pela janela aberta, fazendo a cortina fina e leve dançar com a sombra da noite. Não era novidade ter a janela aberta em uma noite de verão, principalmente em uma vila calma e segura como Liming*, porém, está noite estava especialmente quente.

Fazia parte do cotidiano da vizinhança de Liming, ter a oportunidade de olhar pela janela e observa vez ou outra, pessoas caminhando ou conversando nas esquinas e bares, o excesso de calor fazia as pessoas saírem de casas para respirar ar puro, no verão os comércios costumavam fecha tarde justamente por esse movimento, dormi perto da madrugada também era parte dessa tradição.

Entretanto, essa definição não se cabia ao ruivo emaranhado nas cobertas brancas como neve e macias como algodão, suavemente encostadas ao chão. Para ele a noite estava pegando fogo, insuportavelmente calorenta, sentia como se um demônio assoprasse a cada ventilada pela janela.

Não havia ventilador ou leque que resolvessem, até mesmo seu elemento de vento não ajudava, após tanto tempo tentando, percebeu ser energia jogada fora. Tinha planos para a noite, mas o calor não permitirá um descanso confortável. 

Antes mesmo de chegar a uma hospedagem, planejou pedir um belo e grande prato de Lámen, sua comida favorita, fazia tempo que não comia a iguaria, desde que deixou sua antiga seita, não teve tempo nem animo para sentar e saborear o prato.

Ao avistar uma hospedaria não tão longe, não pensou duas vezes se não seguir ao seu encontro, deixando de observar os detalhes um tanto quanto requintados para uma hospedaria em uma Vila tão simples e lenta. 

Para a sua tristeza, lámen não estava incluso no cardápio da casa, e mesmo após insistir muito não conseguiu ganhar um prato personalizado a seu favor, isso o fez ficar frustrado.

Após pular todos os seus afazeres planejados, o tédio reinou. Somando o calor, a fome e a melancolia, restava apenas dormir, e era isso que tentava fazer.

Agora se passavam das 3h da madrugada, o sono vezes o trazia, vezes o levava, e a noite continuaria assim se o subconsciente do ruivo não tivesse desistido, pelo cansaço e pelo exaustão de um dia inteiro sem comer.

...

Abrindo os olhos, teve a visão embaçada como primeira impressão da nova vista. Sabia ser um sonho, por isso não ficou assustado com o novo visual do quarto, o cômodo, como pode-se dizer, que alugara na hospedaria era comum, uma cama de solteiro encosta na parede, um criado mudo com apenas uma gaveta, e uma arandela sobre, uma divisória de 'design' de madeira simples, com uma banheira também simples, mas não tão pobre quantos os outros, talvez quisessem recompensar a economia do quarto inteiro em apenas um móvel. Já esta tinha um visual bastante confortável, as paredes eram de madeira de bambu e papel de arroz, fusumas*, a cama de casal era fofa e afundava, macia como uma nuvem, uma cômoda espaçosa de cinco gavetas ao lado esquerdo da cama e uma bancada com espelho emoldurado também estavam inclusos.

Poderia continuar falando do quarto se não tivesse percebido o peso nos braços, na verdade, o peso do corpo todo. Assim quando terminou a expressão, um peso devastador imundou seu corpo por inteiro, sentia como se tivesse feito trabalho bruto pelo dia inteiro incessantemente, e agora estava exausto com sono e mais cansado. Achou estranho estar com sono dentro de um sonho, mas depois de tantos anos sendo percebido, ameaçado e encurralado por armadilhas engenhosas, já não eram tão inesperados qualquer coisa deslumbrante.

Deixando o peso do corpo de lado, levou sua atenção para o embrulho bem envolvido de tecido leve e macio nos braços, pequeno demais para ser um travesseiro, grande demais para ser um lámen.

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⏰ Última atualização: Apr 08, 2021 ⏰

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