The Rise Of The Twins

Prólogo

Desde quando eu tinha 5 anos, me lembro da minha mãe me contando sobre como o sol brilhou na hora em que nasci, ela disse que era como se o sol estivesse comemorando meu nascimento, e me lembro de uma lenda antiga que me contava, uma lenda sobre o sol e a lua. Minha mãe sempre amou nosso reino e acreditava fielmente em tudo que dizia a respeito a ele. Ela amava tanto ele que foi morta em uma invasão do reino vizinho quando eu tinha apenas 10 anos de idade, hoje faz 10 anos que minha mãe morreu.
Hoje seria o dia da minha coroação, seria coroada rainha de Croow, meu pai ja tinha uma certa idade, queria passar a coroa pra mim desde quando eu tinha 16 anos, mas não era madura o suficiente para tamanha responsabilidade, não que eu seja agora, e ser rainha no lugar de meu pai, é aceitar que meu pai estava morrendo e que logo, seria levado pelo sol para descansar, mas não antes de passar a coroa.
Croow é um reino cheio de amor, meu pai e minha mãe governaram tão bem, que não exista um morador do reino que não seja feliz morando aqui, espero ser tão boa e amorosa como minha mãe foi, e justa e generosa como meu pai, por que é isso que todos esperam de mim, e claro um casamento.
Ser uma rainha, exigiria muito de mim, mas estou pensando demais para uma pessoa que acaba de acordar no dia da sua coroação, faltava apenas 2 minutos para as empregadas entrarem no meu quarto para começarmos os afazeres que sinceramente, me assustava, elas eram as doidas do perfeccionismo.
Ouço batidas na porta
-Princesa Carolina? Estamos entrando.
E chega de sossego, a primeira coisa que fiz foi tomar um banho quente e super demorado, estar relaxada hoje era essencial, quando ja estava o mais relaxada possível fui até a sala do café da manhã, para me encontrar com meu pai, que estava com os olhos presos nas páginas de um livro, dou um sorriso ao vê-lo daquela maneira, calmo e concentrado, queria ser como ele, dou um beijo na sua testa e me sento ao seu lado na imensa mesa.
-Queria estar calma e concentrada como o senhor meu pai, assim estaria pronta para a coroação - digo na esperança que ele dissesse algo para me acalmar.
-O segredo da realeza é agir como se fosse algo normal, o que é uma coroação para uma garota que foi Princesa a vida toda?
-Uma coroação.
Digo sorrindo para o mesmo, ele faz parecer algo normal e tranquilo, quando na verdade, nós dois sabemos que é muito mais do que isso, enquanto estávamos tomando nosso café da manhã, varios empregados iam de cá, pra lá com as preparações do evento que logo iria acontecer, cada passo que eu os via dar, era quanto mais o meu coração acelerava de nervoso. Quando entrei no meu quarto o vestido ja estava posto na cama, ele era vermelho, papai me dizia que o vermelho, combinava com a cor do meu cabelo, o que era engraçado, já que vermelho nunca foi minha cor favorita, nem mesmo por esse motivo, mas o amarelo, o amarelo do sol quando batia a claridade dentro do meu quarto, aquela sensação de paz, é isso o que o amarelo me lembra, a paz e tranquilidade, daria tudo para ver isso agora, mas com as cortinas fechadas era impossível, caminhei até a janela e abri as cortinas permitindo que a luz e o calor do sol entrassem por ali, e me trouxessem aquela sensação, e naquele momento eu estaria pronta para me arrumar e descer até o salão para começar a coroação.
Havia cerca de 6 empregadas ali, me ajudando a me vestir, aquele vestido era imenso, vermelho com pérolas douradas e pequenos diamantes em volta, meu pai sempre dizia que a realeza sempre deveria usar algo na cor dourada, além do vestido, as mangas pareciam e a parte de trás das minhas costas pareciam uma capa com um pano transparente e vermelho, nunca havia usado um vestido mais lindo em toda a minha vida, logo uma das empregadas chegou perto de mim, Tímida e com uma caixinha na mão.
-Vossa Alteza, sua mãe usou esse colar quando foi coroada rainha de Croow, talvez a senhorita gostaria de usar.
As palavras sumiram da minha boca e só conseguia olhar para a joia a minha frente, era repleta de diamantes pequenos e havia um unico pingente, era uma joia na cor laranja, era lindo, sorri para ela e permiti que colocasse em mim, estar com algo que minha mãe usou na coroação dela, era muito especial pra mim. E naquele momento eu estava pronta, fechei meus olhos por um monento, para sentir todo o amor que minha mãe sentia pelo reino e por todos que ali viviam, me lembrar da gratidão nós seus olhos e o amor que ela sentia, me deram forças e coragem, eu seria a rainha que minha mãe foi, amaria meu reino e meu povo.
Depois de alguns minutos, um dos empregados entrou no quarto e então disse.
-Todo o reino ja está aqui, quando a vossa alteza estiver pronta.
Me virei para ver quem era o empregado, conhecia aquele tom de voz, ao ver, era Anthony, um dos empregados mais arrogantes que trabalhavam ali, Anthony trabalha no castelo desde muito novo aos sete anos de idade, eu tinha apenas 4 anos quando ele chegou, e só o que fazia era me deixar furiosa, apenas reviro o olho e espero que terminem meu cabelo, o nervosismo tomou conta de mim novamente.
-Mãe, me dê coragem, assim como a senhora foi a vida toda.
Soltei as seguintes palavras sussurando pedindo a minha mãe, eu sempre conversava com ela, todas as noites, e eu sabia que ela escutava.
-Esta linda senhorita, tão linda!
Dou um sorriso para ela, logo já estava pronta para me tornar rainha, me tornar Rainha de Croow.
Ja havia descido as escadas e estava em frente a porta do grande salão, ele era realmente muito grande, dois guardas ja estavam abrindo as portas e pude começar a ver os rostos curiosos, os olhares admirados, alguns confusos, outros surpresos, e finalmente pude ver meu pai, seu olhar foi o mais fácil de decifrar, orgulho.
Respirei fundo, juntei minhas duas mãos para frente apoiando ao grande vestido vermelho, endireitei a postura e comecei a andar em direção ao meu pai, ao lado dele, vi a coroa e meu coração palpitava, eu seria rainha, seria responsável por um reino, e reinaria por anos.
Assim que estava a frente ao meu pai, ele se levantou e todos fizeram a reverência, meu pai ficou alguns segundos apenas olhando para todos, e então proceguiu.
-Estamos aqui hoje, para realizar a coroação da minha unica e legítima filha, Catarina Dunbook...
Antes que meu pai pudesse continuar, uma voz em meio a multidão  ria desesperadamente, todos olharam em volta assustados, e ao encontrarem a dona da risada, todos se afastaram deixando claro quem estava ali, uma mulher com um vestido totalmente preto, um capuz que impedia que pudessemos ver seu rosto até que ela retirasse, naquele momento, vimos, sua pele era branca, boca totalmente rosada, e os seus olhos, seus olhos eram totalmente pretos revelando que a mesma era uma Bruxa, todos estavam assustados e com medo, olhei ao meu pai sem entender muita coisa quando a mesma começou a falar.
-Que coisa linda, um pai coroando sua única e legítima filha - ela ri ironicamente - não pode Vossa Majestade, uma delas ja foi coroada Rainha e a profecia é clara, apenas uma Reinará e vivera, Sol e Lua, Lua e Sol. E nesse caso, Chloe ja foi coroada Rainha.
Olhei ao meu pai sem entender, quem era Chloe, meu pai ainda sem entender muita coisa, responde a Bruxa.
-Do que esta falando? Eu ainda sou Rei de Croow e nenhuma outra foi coroada.
-Não seja bobo majestade, sabe do que estou falando, sua mulher sempre lhe disse. - ela continua - Quando Carolina nasceu eu juro que o Sol a escolheu, ela é uma das irmãs da profecia.
Ela diz imitando minha mãe, e ela não estava errada, minha mãe sempre falava sobre uma profecia, sobre o sol ter comemorado o meu nascimento.
-É só olhar pra ela, olhos claros, cabelo ruivo, me diga majestada sua esposa era ruiva? Acho que não...
Nem meu pai, nem minha mãe eram ruivos, mas mamãe sempre me dizia que meu avô era, eu era a cara do meu pai, não tinha como dizer que não era sua filha.
-A profecia é muito clara, a guerra irá acontecer e esta mais próxima do que imagina, e assim que Lucinda reencarnar, matarei as duas e terei os seus poderes. E pelas minhas contas, já esta acontecendo, sobrenaturais de todos os lugares viram, e as gêmeas escolhidas pelo Sol e a Lua terão de lutar, esperarei ansiosa.
-VOCÊ NUNCA TOCARÁ NA MINHA FILHA BRUXA, PEGUEM-NA! - Meu pai grita e ordena para os guardas.
A bruxa volta a rir e desaparece em meia a fumaça roxa que a envolveu.