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Era uma noite fria, mas o seu redor estava tudo tão quente, fervendo, aquele sangue estava fervendo e parecia até pulsar. Estava se divertindo, sentia que não conseguia parar de sorrir, era assustador. Se ergueu, apreciando o fruto de seu trabalho, não... Não era um trabalho... Era só um passatempo, tudo que fazia era um passatempo para quando ficava entediado, e dessa vez não poderiam o culpar, certo? Já que ele foi chamado pra isso.
As sirenes pareciam gritar naquele silêncio, podia até ouvir vozes de fundo, chegando mais perto e mais perto, mais perto até que... BAM! A porta que o separava das vozes se foi.

- É AQUI!-...o- oque... - A voz do policial falhou, estava perplexo com o que acabará de ver, era a pior visão da sua vida.

Então ele se foi, a última coisa que os pobres policiais puderam ver foi aquele monte de corpos multilados e quase irreconhecíveis e o seu sorriso, uma expressão genuína de alegria.

[ ... ]

- COMO ESSE TIPO DE COISA ACONTECE?! - Berrou incrédulo.

- Eu não... E-eu também estou confuso. - Disse Clyde, mantendo sua cabeça abaixada.

"Noite de horror: Família é encontrada brutalmente assassinada! Seria obra do Diabo?"

"Garoto faz ritual e termina em sangue"

"Satanismo? O demônio é real?"

Essas eram as manchetes de todos os jornais, não se falava de outra coisa, todos sentiam um misto de medo com curiosidade mas certamente o medo predominava naquela situação.

- Devemos nos pronunciar sobre isso. - Disse jogando os inúmeros jornais que tinha nas mãos encima da mesa. - Clyde, chame o Token, eu irei ligar para a delegacia.

- Padre Maxi, o que planeja fazer? - O moreno questionou.

- Um exorcismo.

[ ... ]

A igreja estava agitada e Craig não fazia ideia do por que, acabará de sair de seu quarto e podia ouvir um burburinho se formar em algumas das salas. A igreja onde trabalhava e morava era bem grande, a maior da pequena cidade em que moravam e também a principal, tinha toda a estrutura básica na frente e atrás uma sala de descanso, cozinha, banheiros, quartos, como em uma casa já que Maxi sedia moradia aos Padres e a alguns diáconos, gostavam de dizer que eram uma grande família... Mas Craig não sentia que era realmente assim. Tucker morava ali desde sua adolescência já que ficou órfão por culpa de um acidente, Maxi o deu moradia desde então, virou um diácono e estuda para um dia também virar padre.

- Craig! - Se virou, vendo Clyde correndo até si com uma expressão assustada. - Um demônio apareceu!

- Um demônio? Aqui? - Ainda estava um pouco sonolento, havia dormido até tarde por ser seu dia de folga.

- Sim! Quer dizer, não!.. - O menor parecia se enrolar nas palavras. - Aah... Sim apareceu um demônio, mas não aqui, foi na cidade, um garoto fez um ritual e invocou alguma coisa, a família dele e ele foram totalmente mutilados e agora o Padre Maxi foi fazer um exorcismo! E levou o Token!

Craig demorou uns segundos para processar a informação.

- Entendi... Mas... Eu entendo o pânico pelas mortes, deve ter sido realmente horrível, mas já fizemos exorcismos antes, por que toda a afobação?

- Eles não exorcizaram, eles capturaram... - O olhar de Clyde ficou mais sério, fazendo Craig ficar perplexo.

Mas antes que pudesse questionar mais o amigo a voz de Maxi ecoou no corredor.

- Craig Tucker. - Teve sua atenção chamada, logo se virando para o homem de batina. - Vista-se, temos que conversar.

O moreno gelou, logo acenando com a cabeça e entrando em seu quarto, trocou seu pijama para sua batina, arrumou o cabelo e foi até Maxi que permanecia no corredor, logo ambos se dirigiram para a sala do mesmo.

The DemonOnde histórias criam vida. Descubra agora