Karmic Brothers

Capítulo 1

Em uma manhã fria, o jovem de cabelos médios e olhos negros despertou.

A luz que penetrou pela fresta da janela entreaberta atingiu seu olho, obrigando o rapaz a desviar e despertar em sua cama. Ele respirou fundo se erguendo e sentando ali, coçando seus olhos e bocejando. "Vai ser um bom dia", pensou Black.

O rapaz saiu da cama, com seus pés descalços no chão de madeira. O jovem, que estava nu, e tremendo, andou rapidamente até o seu guarda-roupas que estava próximo, e vestiu uma camisa de manga comprida, uma calça confortável, meias e pantufas.

Foi até o espelho do lado do guarda-roupas, e ajeitou suas roupas. – Lindo, como sempre.

O rapaz então olhou pro calendário ao lado de sua cama e percebeu o dia de hoje, que estava circulado com marcador preto.

Black sentou-se na beirada da cama. Ele sabia que o momento de se tornar um homem estava chegando, mas não esperava que fosse tão rápido.

O jovem saiu do quarto, com seu coração levemente acelerado e seu corpo um pouco inquieto, e se dirigiu até o banheiro.

Ele lavou seu rosto e penteou seus cabelos negros de uma forma única, deixando algumas mechas de tamanhos diferentes que iam desde o início de seu cabelo atrás do pescoço até o lado esquerdo de sua testa, deixando uma franja que não cobria seu olho. Black odiava quando seu topete não estava no lugar, e odiava mais ainda arrumá-lo, demandava muito tempo. Algumas passadas de mão e jogadas de cabelo e lá estava o penteado espetado que tanto gostava.

Ele então andou até a mesa na sala de estar, onde encontrou uma mulher de cabelos loiros e olhos azuis. – Bom dia mãe! – Ele a abraçou com firmeza.

– Bom dia, filho! Feliz aniversário.

Escutar a mãe dele dar bom dia logo pela manhã enchia seu coração de alegria, ele a amava mais que tudo. Porém, algo em sua mãe era notável... Sua voz, mesmo que tentasse, não era muito energética.

– Mãe, a senhora anda dormindo bem? Você anda parecendo muito exausta nesses últimos dias. Tudo bem? – A empolgação de seu filho se converteu em preocupação.

– Sim, é só cansaço do trabalho, filho. – Ela tentou tranquilizá-lo, sem sucesso.

– Não sei não, mãe, eu acho que a senhora pode ter insônia, talvez eu devia te levar no médico.

– Não precisa, filho! Eu só preciso de uma rotina de sono, parar de ver TV até tarde e de beber refri na janta. – Ela o reassegurou novamente.

– Ok. – O jovem disse após alguns segundos. – Mãe, você vai trabalhar ao meio-dia, e volta sempre quase no outro dia! E ganha tão pouco! Não esquenta! Eu me formei do ensino médio ano passado, agora eu vou fazer uma faculdade pra conseguir um emprego ótimo e poder te ajudar! Eu prometo! – Ele então deu um beijo na testa dela. – Eu vou ser o motivo do seu orgulho! – Black cerrou seu punho e franziu suas sobrancelhas, sorrindo.

Ela riu. – Você já é, filho, sempre foi... Desde aquele dia... – Os olhos dela lacrimejaram. Ela guiou suas mãos através do rosto de seu filho, o encarando com um sorriso.

Ele apenas sorriu de volta. – Sim, e eu só tenho a agradecer por isso e por tudo que fez depois disso. Eu te amo, mãe.

– Também te amo, filho. – Eles se abraçaram novamente, dessa vez com menos força, mas o abraço durou mais tempo que o último.

Após terminar de abraçá-la, ele sentou na cadeira, do lado oposto onde sua mãe estava sentada, e cortou um pedaço do bolo de cenoura pra ela e depois pra si. Ela serviu café pra si, seu filho serviu café com leite. O cheiro de tudo aquilo era maravilhoso.