Coelhinho da Páscoa que trazes para mim?

Único; Ovo de galinha e se reclamar vai ser de pata.

BOA NOITE-

EU ACREDITO EM RAYNALDO COELHO SUPREMACY

Uma boa leitura e desculpem por qualquer erro!

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— EU NÃO VOU ME VESTIR DE COELHO!

— Mas, Ray!-

— 'Pro inferno! Se fosse um coelho branco até ia, mas eu me recuso a colocar essa fantasia rosa nesse calor de trinta graus!

Norman e o resto dos adolescentes suspiraram enquanto contemplavam o drama do moreno.

Era domingo de páscoa, um famoso feriado no mundo humano e que era principalmente aguardado pelas crianças, afinal o tempo de trocar ovos de chocolate havia finalmente chegado, e que criança no mundo não gosta de se empanturrar de chocolate, não é mesmo?

Embora eles estivessem no mundo humano há três anos, essa era a primeira vez que ousaram se aventurar na tradição da Páscoa, levando em conta que nos anos passados eles estavam preocupados demais em procurar por Emma para pensarem em uma forma de comemorar.

Felizmente eles a encontraram, e agora não havia nada para impedir a caça aos ovos que as crianças mais velhas haviam planejado para as mais novas.

Bem, exceto Ray, que se recusava a cooperar e vestir a bendita fantasia de coelho.

— Por que eu? Por que não o Norman? Ele é branco que nem um coelho, é só colocar duas orelhas na cabeça dele e pronto! Temos um coelho belo e exuberante! — Ray tentou uma última vez, gesticulando para o albino.

— Porque se um vento passar muito forte ele leva o Norman, você acha mesmo que ele vai aguentar um monte de crianças trepando nas pernas dele sem cair? — Emma retrucou, arrancando risadas de alguns.

— Ei! — Norman exclamou, um beicinho nos lábios e uma falsa expressão de raiva. — Mas ela tem um ponto: Eu não duraria cinco minutos com as crianças pulando em cima de mim. — ele se virou para Ray, que cruzou os braços, irritado.

— Então sinto muito, mas não vai ter coelhinho esse ano. — Ray declarou por fim, se jogando no sofá da sala e fechando os olhos, as pernas cruzadas e os braços atrás da cabeça.

— Certo, Ray, vamos fazer um trato. — Norman comentou, um tom presunçoso. 

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— Que fique claro que eu só estou fazendo isso porque fui ameaçado de morte. — Ray reclamou, fechando a fantasia de coelho rosa e ajeitando as orelhas pontudas.

— Nós só falamos que tirariamos suas batatas chips. — Gilda retrucou, ajeitando os óculos.

— Se iguala a uma ameaça de morte. — o moreno retrucou, muito sério.

— Aqui, pega essa cesta. — Emma de repente apareceu, carregando uma cesta enfeitada recheada de ovos coloridos. — Quando você aparecer, as crianças vão estar em fila e você vai distribuir os ovos.

— Eu quero ver quem vai me obrigar. — Ray grunhiu. — Inferno, essa coisa pinica, não tinha uma fantasia de melhor qualidade, não?

— O Don comprou pela Shopee, culpa ele. — Anna indicou o menino, que engasgou.

— Em minha defesa, 'tava vinte reais. — Don argumentou.

— EU ESTOU VESTIDO UM NEGÓCIO DE VINTE REAIS? E SE ISSO FOi FEITO DO PELO DE UM CRUZAMENTO ENTRE UM AVESTRUZ E UM MAMUTE?

— Avestruz e mamutes podem cruzar? — Emma cochicou para Norman, confusa.

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— Olha só pessoal, o Coelhinho da Páscoa chegou! — Emma exclamou, apontado para a entrada do jardim, onde um Ray - muito - animado estava, uma carranca no rosto enquanto segurava a cesta com os ovos.

— Coelhinho da Páscoa! — Algumas crianças gritaram, animadas, já pulando sobre Ray, que reprimiu um palavrão.

— Vão pular na casa do-

— ANIMAÇÃO COELHINHO! — Norman gritou, antes que o amigo completasse a frase. — O que você tem para as crianças, hein?

— Sim, sim! - Jemima gritou, levantando os braços. — Coelhinho da Páscoa o que trazes para mim?

— Um soco no olho e outro no rim. — Ray respondeu automaticamente, e as crianças ficaram horrorizadas.

— Emma! — Carol chamou, meio chorosa, puxando a barra da calça da menina. — o Coelhinho da Páscoa vai bater na gente?

— Não, Carol! — Emma negou, se abaixando e enxugando as lágrimas do rosto da criança. — o Coelhinho da Páscoa está muito brincalhão nesse ano, não é? — ela lançou um olhar cortante para Ray, que estremeceu. Não era muito agradável ver Emma furiosa.

Algumas crianças começaram a chorar, imaginando que o coelho gigante bateria nelas.

— Calma, pessoal! — Norman chamou, puxando atenção para ele e fazendo as crianças pararem de gritar. — O Coelhinho da Páscoa só estava brincando! Ele trouxe uma cesta repleta de ovos deliciosos, não é, Coelhinho?

Com a declaração do mais velho as crianças ficaram alegres novamente, gritos de empolgação e comemoração.

— Mas primeiro! — Gilda interrompeu, levantando um dedo e fazendo a algazarra se cessar. — Vocês devem fazer uma fila organizadamente, se não o Coelhinho não vai dar nada!

Não foi preciso pedir uma segunda vez, as crianças automaticamente se organizando em uma longa fila, animados.

A primeira a receber o ovo foi Carol, ela pegou ele em suas mãozinhas e o analisou durante um tempo, suas sobrancelhas quase juntas e os olhos azuis focados no ovo.

E então, para a surpresa de todos, ela jogou ovo no chão, que imediatamente se partiu, a clara e a gema sujando a grama verde.

Os adolescentes ofegaram, as crianças começaram a lacrimejar e Ray ficou com uma expressão impassível.

— P-por que não são ovos de chocolate? — Carol choramingou, fungando e olhando para o menino vestido de coelho.

Ray se ajoelhou com a maior calma do mundo.

— Olha, minha filha, a crise chegou até 'pro Coelhinho da Páscoa. Você já viu quanto 'tá um ovo de chocolate? Quase cinquenta reais! Isso é uma facada para o bolso da família brasileira, entende? — e então ele puxou outro ovo pintado. — Mas 'tá vendo esse ovo aqui? Todo dia passa um carro do ovo vendendo por dez reais a bandeija com trinta. — ele puxou a mão da criança e pousou o ovo nela. — E além do mais, você pode fazer várias coisas com um ovo de galinha: Fritar, cozinhar, fazer um bolo, omelete, gemada.

A ruiva gritou e chorou, saindo correndo em direção a Norman, que se abaixou para consolar a menina.

Logo, as crianças começaram a chorar também, todas decepcionadas com o Coelhinho da Páscoa.

— Você disse que seria o Coelhinho, Ray! — Emma gritou, olhando feio para o melhor amigo, que deu de ombros.

— Eu não disse nada sobre ser um bom Coelhinho. Vai ser ovo de galinha, sim e se reclamar vai ser de pata.

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Feliz Páscoa!

Obrigada por ler até aqui, até a próxima!

A arte da capa não me pertence! Todos os créditos vão para a @larygowho