Capítulo 4 - O garoto que buscava liberdade.

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ALERTA DE GATILHO: Esse capítulo fará menções a abuso sexual infantil. Caso esse tópico te incomode ou cause qualquer tipo de desconforto, recomendo que não prossiga com a leitura. Se você, ou alguém que você conhece já passou por qualquer situação de abuso, por favor, disque 100. Você não está sozinho!

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Após sair do banho, Historia separou uma muda de roupas dela e a emprestou pra você, já que todos os seus pertences haviam sido perdidos no meio de todo aquele caos. Ela prometeu dividir todas as suas roupas com você enquanto você não conseguisse roupas novas, e ficou olhando peça por peça de seu armário enquanto fazia comentários como "Experimenta esse aqui depois, vai ficar lindo!" e coisas desse nicho.

Agora, você vestia um cardigã que cobria até metade da sua barriga, listrado em tons pastéis de rosa, acompanhado de um jeans rasgado simples e... meias azuis com orelhinhas de coelho.

"Beeeeem..." Historia começou a dizer, enquanto se espreguiçava no outro canto do cômodo. "São nove horas agora. O que a gente vai fazer?"

"Eu queria dormir, na verdade... minha cabeça tá a mil." Você diz, se sentando na cama que foi designada como sua, e colocando a cabeça entre os joelhos.

"Olha... faça o que preferir, mas não acha uma boa alternativa a gente, sei lá... fazer alguma coisa pra você parar de pensar nisso?" Ela sugere, enquanto sorri como se estivesse aguardando por uma reação positiva. Você não consegue conter uma risada soprada ao ver a expressão da garota.

"Qual a sua ideia, então?"

"Bem, sabe... acho que você não tá com cabeça pra conhecer tanta gente nova, então a gente bem que poderia assistir um filminho, né..."

"Um filme, hum..." Você leva a mão ao queixo como se estivesse julgando tal ideia. "É, me parece uma boa."

"Yes!!! Eu vou fazer uma pipoca, então. Vai vendo se você acha alguma coisa interessante pra assistir enquanto isso. Toma!" Disse jogando o controle da televisão nas suas mãos.

Após a garota se retirar do quarto, você riu consigo mesma. Era inevitável se deixar levar pelo alto astral dela. Ela era bem atenciosa, era como se uma voz interior lhe dissesse que você estava em boas mãos, e bem, você estava começando a acreditar nisso.

Você então chacoalha a cabeça como se não quisesse ficar muito perdida em seus pensamentos, e apenas aperta o botão vermelho do controle para ligar a TV. Mais alguns apertos nos botões e você abre a Netflix, e sem muitas delongas, começa a vagar pelo catálogo em busca de algo interessante.

Subitamente, você ouve três batidas consecutivas na porta.

"Nossa... que rápida. Talvez ela precise de ajuda pra trazer as coisas." Pensou consigo mesma, e sem se prolongar muito, se dirigiu até a porta e a abriu.

"Desculpa. Eu preciso falar com alguém." Diz uma voz masculina que certamente não se assemelha nem um pouco com a de Historia.

O que lhe aguardava era um garoto, que por mais que estivesse cabisbaixo, era visível que o mesmo tinha alguns hematomas e cortes espalhados por seu rosto. Seus olhos não estavam necessariamente inchados mas um deles possuía uma mancha roxa, e em seu lábio, uma ferida vermelha também se destacava, como se ele recentemente tivesse saído de uma briga. Suas mãos, que encostavam no batente da porta, também tinham suas juntas arroxeadas. Ele tinha um cabelo castanho escuro preso em um coque desajeitado, com várias mechas bagunçadas e aleatoriamente soltas, e vestia um moletom de zíper preto por cima de uma camiseta branca simples.

Você apenas ficou boquiaberta o observando, um pouco assustada pelas feridas que ele tinha. Quando conseguiu juntar as palavras certas para o responder, ele levou o olhar ao seu, fazendo você engolir em seco. Seus olhos eram azuis acinzentados, e sombrios, de certa forma.

The Black Parade [EREN x READER]Onde histórias criam vida. Descubra agora